Quando você toma um cafézinho em um copinho de isopor ou compra algo que acompanha o material na embalagem, pensa na forma correta de descartá-lo ou dispensa automaticamente no lixo comum?
Surpreendendo a muitos, o destino do isopor, cujo nome técnico é poliestireno expandido (EPS), é a reciclagem. Isso, porque o material é composto por 98% de ar e 2% de plástico, sendo assim, totalmente reciclável.
No entanto, das 36,6 mil toneladas de isopor consumidas anualmente pelo Brasil, apenas 34,5% é reciclada. Os dados são da Plastivida – Instituto Sócio-ambiental dos Plásticos.
Com esse cenário em vista, a Coopeco (Cooperativa Ecologicamente Correta de Materiais Recicláveis de Bauru) agora conta com um equipamento que tornará mais eficiente o processo de reciclagem do isopor no município.
A máquina foi adquirida em parceria de comodato com a empresa de gerenciamento de resíduos recicláveis Santa Luzia/Proecologic.
Coleta em Bauru
Atualmente, a Ascam (Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Bauru e Região) cuida do gerenciamento da recepção do material nos oito Ecopontos da cidade. Posteriormente, o isopor é encaminhado às cooperativas e é acumulado nos barracões.
Quando atinge um volume considerado expressivo por indústrias de transformação é que a carga é retirada pelo comprador. No entanto, como o material é leve, esse acúmulo pode levar meses.
“Por ser um material volumoso, o isopor ocupa muito espaço na cooperativa, além de ser um material altamente inflamável. Isso é um perigo”, explica a presidente da Ascam e da Coopeco, Gisele Moretti.
Agora, com o novo equipamento, o produto será compactado mecanicamente, extraindo-se o ar e mantendo o material sintético (plástico). Isso facilita sua armazenagem e transporte, além de tornar a carga mais atraente à indústria da transformação, o que facilita sua comercialização.
“Hoje, existe uma demanda muito grande de isopor, mas muitas empresas estão mandando para os aterros por não conseguirem descartar. Com o equipamento, vamos poder captar grande volume de material e daremos outro destino para ele. Esse material reciclado pode servir de matéria-prima para moldura, rodapé de casa, entre outros produtos”, afirma Gisele.
Cooperada Brenda Tainá_Reinaldo (Foto: Vinícius Bonafé/ ASCAM)
De olho no descarte
Você sabia que o tempo de decomposição do isopor é considerado indeterminado? Isso significa que o material pode levar séculos para desaparecer totalmente da natureza após o descarte indevido
Enquanto isso, ele provoca a poluição do solo e das águas, sem falar na contaminação de animais e até dos próprios seres humanos.
Dessa forma, a presidente da associação acrescenta que o ciclo de reciclagem começa com os moradores do município realizando a destinação correta do isopor para os ecopontos e para a coleta seletiva.
Ainda, o gerente ambiental da ASCAM, Dorival Coral, destaca que é necessário atentar-se à forma correta de descartá-lo.
“Se possível, plásticos e adesivos devem ser removidos do isopor. As embalagens não devem trazer resíduos de grãos, restos de comida, concreto, ferro e gesso. É muito importante que as embalagens sejam lavadas. Quando estão sujas demais, não podem ser processadas pela máquina, pois contaminam o produto final que será encaminhado à indústria de transformação”, explica o gerente.
Por conta de todos os benefícios que serão proporcionados ao meio ambiente, aos profissionais envolvidos com a reciclagem e seu caráter inédito, o início da operação da máquina de reciclagem é considerado um grande marco para Bauru. “Estamos muito felizes com essa conquista”, conclui Gisele.
Cooperada Brenda Tainá_Reinaldo (Foto: Vinícius Bonafé/ ASCAM)