Aproxima-se o Natal e, particularmente, este se apresenta de forma muito particular, por causa desta pandemia que assusta e tira a paz da humanidade. Mas, é preciso olhar e sentir o outro lado desta moeda, que nos convida a olhar dentro de si e se abrir para sentimentos mais nobres.

Vale aqui apresentar o pensamento de uma pessoa que conseguiu ir além dos próprios problemas e caminhar em direção à humanidade, que sofre, não só pela pandemia, mas também pela indiferença, pelo relativismo, egoísmo, falta de respeito para com as pessoas, pela pouca importância dada à vida dos outros.

Igino Giordani (1894-1980), escritor, jornalista e político italiano, assim escreveu sobre o Natal, que para ele tinha um significado todo especial, muito além das falsas e vãs concepções modernas sobre o fato marcante do nascimento de um Deus.

“Para os antigos Cristo queria dizer rei. Mas Cristo foi um rei fora dos esquemas aceitos, que nasceu na estrebaria de uma família de lavradores, entre animais e pastores. Aonde outros soberanos vinham de cima, descendo dos tronos para dominar, ele veio de baixo, do último patamar, para servir: abaixo de todos para ser o servo universal. E fez com que a sua realeza consistisse nesse serviço.”

Ainda Giordani, “Tudo é simples e encantador, como um idílio, nesse nascimento de um menino no coração da noite – no coração da noite dos tempos -; um menino enviado para salvar. Porque o mundo precisava ser salvo. Estava carregado de maldade, como que entremeado por uma doença, uma febre na qual a humanidade se desfazia. E Jesus trouxe a saúde e recuperou a vida; debelou a morte.”

“Quando apareceu o Salvador, uma grande luz clareou a noite. A noite continua, mas continua também a luz, e no cristianismo é sempre Natal. Não se cede à morte, recomeça-se sempre. E até mesmo hoje, entre lágrimas, o Natal traz alegria. Deus desceu entre nós, e nós subimos a Deus. Ele se humaniza e nós nos divinizamos. O ponto de encontro é o Seu coração.”

Complementa Giordani, “Do seu nascimento nasceu um povo novo. Como o anjo anunciou aos pastores assustados: ‘Não temais, eis que vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo’. Alegria para todo o povo, ninguém é excluído, de nenhuma classe ou raça ou língua ou cor; porque lá onde existem descriminações incide a morte. […] Para que Cristo, assim como nasceu uma noite em Belém, renasça todo dia para cada um; e pede que não o rejeitemos, mas demos a Ele a hospitalidade do coração: ainda que seja esquálido como uma estrebaria, Ele se encarregará de transformá-lo num templo repleto de anjos. Cada dia pode ser Natal.”

As palavras de Giordani, embora perpasse algumas décadas, nos parece tão atuais. As motivações são distintas, mas as lágrimas são as mesmas que correm no rosto da humanidade, ferida e fragilizada, ainda que às vezes busque algo que jamais preencherá seus corações. No entanto, resta-nos o desejo de acolher Jesus que nasce e abraça a todas pessoas, particularmente para aquelas ávidas de esperança e verdade.

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