O Veredas Festival de Arte Contemporânea Online está em sua segunda semana de atividades culturais em Bauru. De forma online, traz palestras e oficinas sobre temas que se relacionam às artes até o dia 31 de março.

Entre os dias 15 e 18 deste mês, o tema abordado será educação e mercado. Portanto, as palestras desta semana abarcam desde as experiências com trabalhos em rede, constituição de acervos não ocidentais até as práticas de mediação em instituições. Além disso, também propõem debates e reúnem dois pilares fundamentais para pensar arte contemporânea: as práticas curatoriais e as concepções radicais em educação.

Desta vez, quem media o bate-papo é Gilson Plano, artista visual e educador. Ele tem experiência na concepção e elaboração de projetos educacionais em instituições de arte e cultura. Seus interesses estão relacionados à pesquisa e criação de programas de educação em arte contemporânea.

Confira a programação da 2ª semana do Veredas:

  • Segunda-feira (15/3, às 20h)

Percursos institucionais e estratégias curatoriais: Quais seriam as estratégias possíveis de articulação e circulação nos sistemas da arte? Como pensar a produção historiográfica, artística e curatorial considerando uma perspectiva periférica em museus e universidades?

Nesta palestra, Aldones Nino irá abordar os desafios frente ao desenvolvimento de projetos anti-coloniais, pensando modos de troca e escuta institucional, com ênfase em projetos interdisciplinares como ferramentas de conhecimento, circulação e autodeterminação.

Aldones é curador adjunto de Collegium (Arévalo, Espanha) e assessor de educação e Formação do Instituto Inclusartiz (Rio de Janeiro, Brasil). Sua pesquisa se volta para a interseção entre a produção contemporânea, projetos curatoriais e a historiografia da arte. Doutorando em Historia y Arte pela Universidade de Granada (Espanha) sob regime de cotutela com o Programa de Pós Graduação em Artes Visuais da UFRJ.

Foi monitor da turma de 2019 do Programa Imersões Curatoriais da Escola Sem Sítio. Foi curador das exposições: Sonantes, (Centro Cultural Light), La larga noche de los 500 años (galeria A Gentil Carioca), e Andando na história de meu povo (Galeria Gustavo Schnoor – UERJ). Trabalhou na montagem da exposição Mundo (Museu da Chácara do Céu), e foi assistente de pesquisa da exposição Rios do Rio (Museu Histórico Nacional) e assinou a curadoria coletiva das exposições Na Zanza (Villa Aymoré) e Afuá: fragmentos de paisagens e cotidianos (Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro).

  • Terça-feira (16/3, às 20h)

Silêncios e rumores em coleção: uma conversa sobre a descolonização de acervos e exposições: A palestra de Khadyg Fares busca compreender os atuais movimentos de reparação realizados por museus e espaços de arte (galerias e centros culturais) que têm buscado, a partir de exposições e na aquisição de seus acervos, construir visualidades contra-hegemônicas, incluindo pouco a pouco obras de artistas de gêneros e corpos dissidentes, indígenas e afro-diaspóricos, antes relegados do sistema artístico.

O tempo proposto também levará em conta os aspectos formativos da ideia de museu, baseados em visões racistas e etnocêntricas, que foram responsáveis por fornecerem ferramentas para a fabricação de profundas camadas de silenciamentos tanto na formação de coleções quanto na composição de obras em exposições.

Khadyg é pesquisadora. Integra o Grupo de Estudos MAAR (Mídias, Afetos, Artes e Resistências) e Coletivo LuscoFusco. É formada em Comunicação Social pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, graduanda e mestranda em História da Arte pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP.

Trabalhou como assistente de curadoria e assistente editorial do catálogo da 10a Mostra 3M de Arte – Lugar Comum: travessias e coletividades na cidade realizada entre novembro e dezembro de 2020. Integrou o núcleo de curadoria da Pinacoteca do Estado de São Paulo entre 2018 e 2020, onde atuou como assistente curatorial.

  • Quarta-feira (17/3, às 20h)

Educação não formal e trajetórias: Quais os desafios na atuação do educador não formal? É possível pensar a permanência de educadores em projetos de exposições temporárias? Quais os pontos de contato podem ser estabelecidos entre o fazer do artista e o fazer do educador? Nesta palestra, Raylander Mártis aborda os aspectos que compõem a educação não formal, as trajetórias nos educativos de espaços culturais, o dia a dia das exposições e as possibilidades de interlocução entre a educação e a criação artística.

Raylander nasceu no cafundó do mundo (1995, Minas Gerais). Atualmente vive em São Paulo. Em sua prática procura estabelecer um diálogo entre a história coletiva e a sua própria história, o que tem chamado de prática em coralidade, envolvendo grupos de pessoas para colaborações e experiências de aquilombamento.

Vem recorrendo com frequência aos saberes da educação, escrita, performance e brincadeira como forma de compor um maquinário verbal, corporal e ético para discutir suas urgências em projetos de longa duração. Foi contemplada com uma residência na Adelina Instituto (2019) e com o Prêmio de Residência EDP nas Artes, do Instituto Tomie Ohtake (2018). Realizou o projeto Seminários Engraçados, no Pivô Arte e Pesquisa (2020) e Coral de Choros, no Programa de Exposições do CCSP (2018).

  • Quinta-feira (18/3, às 20h)

Para além da margem: O Programa Educativo de O Rio é uma Serpente: Mostrar a importância do projeto educativo de uma exposição, não como um simples braço comunicativo da curadoria, mas como um pilar estrutural do pensamento curatorial. Essa é uma das propostas da palestra da Renata Sampaio.

A partir do compartilhamento da experiência em curso da construção do Programa Educativo da 3° edição de Frestas, O Rio é uma serpente, ela irá levar o público a pensar coletivamente a estrutura, os conceitos, as etapas e os agentes envolvidos em um educativo, e como as pedagogias radicais podem informar novos modos de olhar para a arte e para a educação, sem ser fetichista ou conservador.

Renata Sampaio é artista, educadora e curadora independente, formada em Artes Cênicas pela UNIRIO e mestranda em Artes Visuais pela UFPel na linha de Processos de Criação e Poéticas do Cotidiano. Interessa-se por temas ligados ao corpo negro feminino, ao território e a intimidade e como essas três chaves informam a educação e a arte no Brasil. Tem 15 anos de experiência em arte-educação, tendo passado por diversos espaços culturais como Museu Nacional, Paço Imperial, Centro Cultural Banco do Brasil e diversos SESCs pelo país.

É autora de Corpo Negro Cubo Branco: o jogo do educador na exposição decolonial. Foi co-coordenadora do programa educativo da 11° Bienal do Mercosul, o Triângulo Atlântico; coordenadora de mediação da Bienal 12, Feminino(s): visualidades, ações e afetos, e atualmente é coordenadora do educativo da 3° edição de Frestas: O Rio é uma Serpente.

Serviço
Veredas Festival de Arte Contemporânea Online
Data: de 8 a 31 de março
Programação completa: www.veredasfestival.com
Para mais detalhes, acompanhe as redes sociais do Festival: @veredasfestival
Dúvidas: [email protected]

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