Pare o que estiver fazendo e vá checar a coluna do seu filho. Essa é a mensagem das fisioterapeutas Mária Cláudia Monteiro e Bianca Buitoni, especialmente durante o Junho Verde, mês da conscientização mundial da escoliose.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 3% da população mundial possui algum tipo de escoliose (idiopática, neuromuscular ou congênita). No Brasil, são cerca de 6 milhões de pessoas. Assim, o objetivo das profissionais é alertar para a patologia. Aqui em Bauru, a dupla quer realizar ações em escolas e mídias sociais. 

Nesse sentido, as fisioterapeutas buscam incentivar o diagnóstico precoce, especialmente na idade escolar. “Nossa intenção é fazer esse trabalho de conscientização da faixa etária de 9 a 14 anos, principalmente por meio das escolas”, diz ela.

A escoliose idiopática é uma patologia da coluna vertebral que provoca três planos de deformação. “A coluna roda, inclina e ainda estende”, explica Maria Cláudia. O problema tem graus leves, moderados e graves, dependendo do ângulo da curvatura. 

Por certo, é importante fazer o rastreamento nas escolas, uma vez que o mais comum é a escoliose aparecer durante o estirão de crescimento, no fim da puberdade e se intensificar na adolescência. “Nessa faixa etária, eles crescem e a escoliose cresce junto. Então, é nesse período que temos que intervir”, comenta Maria Cláudia.

Evitar a cirurgia

A escoliose idiopática em adolescentes é uma patologia silenciosa, ou seja, nem sempre é perceptível ao olhar e nem sempre vem acompanhada de dor. “Então, é um conjunto de disfunções na coluna que faz deformações aos poucos. A criança cresce, as vezes, sem saber que tem”, comenta Bianca.

Além disso, esse tipo da patologia não tem causa conhecida, podendo ter vários fatores, como deficiência de cálcio, melatonina ou herança genética. Igualmente, não é um problema postural, causado por dormir de mal jeito ou carregar peso. 

Por isso, saber do problema com antecedência facilita o tratamento. “Quanto mais tardio é o diagnóstico, mais difícil será fazer as correções com fisioterapia. Se já tem rigidez, não conseguimos mais trazer para o eixo”, diz Buitoni.

Quando o grau da curva está acima dos 50 graus, tem indicação cirúrgica, por isso a importância de se fazer intervenções nessa faixa etária para que problemas na fase adulta sejam amenizados. Uma forma de identificar assimetrias na coluna em casa é com o Teste de Adams (abaixo).

Métodos de tratamento

Com efeito, se descoberto com antecedência, é possível fazer os chamados tratamentos conservadores. São métodos não invasivos, realizados por fisioterapeutas e que tem como objetivo “segurar a evolução da curva”, como explica Maria Claudia. 

Existem 7 escolas de tratamentos reconhecidos pela Sociedade Internacional de Tratamento Ortopédico e Reabilitação da Escoliose (SOSORT). Entre esses 7, estão o alemão Schroth e o italiano SEAS, oferecidos pela dupla. Aliás, esses tratamentos foram trazidos ao Brasil recentemente, por meio de capacitações presenciais feitas pelos institutos criadores deles.

Como afirma Bianca, natação, RPG ou Pilates são técnicas que ajudam no tratamento, porém não são especificas para a escoliose. “A gente trabalha de acordo com a curva de cada um, vendo a individualidade de cada paciente”, explica a fisioterapeuta.

No Brasil, foram apenas duas turmas do Schroth, e a Maria Cláudia estava em uma delas. “Nós prezamos por oferecer o método feito na fonte”, comenta a fisioterapeuta. Ou seja, no Brasil, poucos fisioterapeutas têm essas especializações legítimas.

Nesses métodos, as fisioterapeutas acompanham todo o crescimento do adolescente. “Até a hora que ele fecha a maturação óssea”, explica Maria Cláudia. “Então, nós temos pacientes que começaram comigo aos 7 anos, hoje estão com 11, e ainda estamos fazendo esse acompanhamento”.

Exercícios específicos e colete

O objetivo principal é lidar com os três planos de deformação da coluna e estabilizar a curva. O paciente aprende a realizar os exercícios tridimensionais e passa a praticar em casa diariamente. Nas fotos, a Ester, que desde os 7 anos está em tratamento com as fisioterapeutas, mostra a a execução de algumas posturas.

Ademais, em casos de curvas entre 25 à 45 graus, o adolescente tem indicação para usar um colete tridimensional. Maria Claudia e Bianca tem parceria com ortesistas de Ribeirão Preto e São Paulo na confecção inicial, realizando um escaneamento 3D do tronco para o molde do colete.

É um colete assimétrico, diferente dos modelos antigos que tem por objetivo segurar a progressão das curvas. Ele “entorta” o tronco para o lado oposto e faz a correção nos 3 planos.

Loucas por Escoliose

Formada em São Carlos, a bauruense Mária Cláudia está há cerca de 35 anos na área de fisioterapia. Nesse período, se especializou em RPG e Pilates, além de passar um tempo nos Estados Unidos. 

Ela utilizava esses dois métodos para tratar escoliose, mas sempre faltava algo. Quando descobriu o Schroth e o SEAS, foi amor à primeira vista. “Foi um divisor de águas na minha vida, comenta a fisioterapeuta. “Pensei em quantos pacientes antigos eu poderia ter ajudado”.

Hoje ela é membro da SOSORT e se dedica quase exclusivamente ao tratamento das escolioses. “Lidar com essa patologia é conseguir colocar perspectiva na vida de um jovem que poderia ficar com uma postura ruim e comprometer a autoestima. Agora, conseguimos aplicar métodos que evitam cirurgias”, diz.

Há quatro anos, com a indicação de um amigo, agregou a também bauruense Bianca. “Ela é uma pessoa a quem eu confio a coluna do meu filho”, resume Monteiro. “A Bianca é estudiosa e tem um gás que faz a gente querer ir para frente. Nós somos parceiras”.

O primeiro passo para se unirem foi Buitoni fazer a capacitação do método SEAS. Em junho, fará o treinamento do Schroth. Juntas, elas fazem parte da Associação Brasileira de Tratamento da Escoliose, que discute o tema e cuida do site Tratando Escoliose.

Atualmente, a dupla bauruense atende na clínica Santa Elena e também faz atendimentos de forma remota. Além de adolescentes, elas também atendem adultos com escoliose e fazem outros tipos de procedimentos de fisioterapia.

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Serviço
Mária Cláudia Monteiro e Bianca Buitoni
Endereço: Clínica Santa Elena – Rua Azarias Leite, 12-22
Horário de atendimento: De segunda a sexta, das 8h às 20h.
Contato: (14) 99787-4614 | (14) 98167-3040
Site: www.tratandoescoliose.com.br
Instagram: @tratando.escoliose| @mariaclaudia110 | @biancabuitoni
Facebook: /tratando.escoliose

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