Nascido em Lins, foi aqui em Bauru que a história de Lucas Martins com a flauta começou, em 2002, na escola onde estudava. Já em 2005 ele ingressou no Projeto Guri, onde conheceu especificamente a flauta transversal, instrumento que estudou e se profissionalizou.

Hoje, aos 27 anos, Lucas soma diversas conquistas na música. Sua carreira conta com passagens pela Banda Sinfônica Municipal de Bauru (BSMB) e festivais de música no Brasil e em países como Suíça e Itália.


Lucas no Galway Flute Festival, na Suíça (foto: arquivo pessoal)

No último ano, ele se formou bacharel em flauta transversal na Universidade de São Paulo (USP) e mais recentemente foi aceito no programa de mestrado da Universidade de Artes de Zurique, na Suíça.

Conversamos com o ex-morador de Bauru para saber mais sobre a sua trajetória. Confira a entrevista com o Social Bauru.

– Você começou a estudar flauta aqui em Bauru. Como foi esse começo e por que escolheu a flauta como instrumento?

O meu primeiro contato com a música foi na minha escola, em 2002, onde era obrigatório o ensino da flauta doce. A professora à época, ao perceber que eu possuía afinidade com a música desde criança, me indicou a procurar o Projeto Guri, então localizado no Rotary Club ao lado da rodoviária, bem perto de onde eu morava.

Ao chegar no Guri, para conhecer como funcionava, o professor de instrumentos de Sopros, Roberto Soares, me disse que não havia possibilidade de ingressar tocando flautas doces. Se eu quisesse continuar com a flauta, poderia fazer um teste com as flautas transversais pertencentes ao Projeto. Na minha primeira semana, a identificação foi imediata, e pedi aos meus pais o meu primeiro instrumento, que compramos ainda em 2004.

– Mesmo jovem, você já deu aulas e foi membro da BSMB. Como vê isso na sua carreira?

Exatamente. Em 2006 eu passei a integrar a BSMB como voluntário, à convite do Maestro, o mesmo Roberto Soares do Projeto Guri. Fiquei por lá como voluntário por 2 anos até que em 2008 eu passei no concurso de ingresso para aluno bolsista.

Solo de Lucas em uma apresentação do Projeto Guri (foto: arquivo pessoal)

Nesse período meu gosto pela flauta já era muito forte, e eu me dedicava bastantes horas por dia ao estudo do instrumento. Isso passou a refletir no meu desempenho dentro do grupo. Até que em 2010, com 16 anos, eu passei a ser um dos professores da BSMB. A minha passagem pela BSMB, que se encerrou assim que eu ingressei na faculdade de engenharia, foi de extrema importância na minha carreira.

Além de ter me apresentado a um vasto repertório e desenvolvido muito minhas habilidades de trabalhar em conjunto, a experiência como professor me abriu os olhos a um dos caminhos que eu exerço até hoje, o caminho da docência.

– Além de músico, você é formado em engenharia. O que te levou a escolher a flauta?

Eu estudei engenharia Civil na FEB-UNESP de 2012 a 2016, quando me formei. Nesse período, além de ter continuado o estudo do instrumento, tive a oportunidade profissional, como engenheiro, de trabalhar em uma grande construtora do interior paulista.

Formatura da graduação em Engenharia Civil  (foto: arquivo pessoal)

E a comparação de como eu me sentia nos palcos (sempre com uma alegria incomparável) e de como eu me sentia no ambiente profissional da engenharia era muito desigual. Eu pude perceber que a música realmente me fazia muito mais feliz e completo, o que me deu a coragem necessária, em 2016, a negar uma oferta de efetivação como engenheiro, e perseguir meu grande sonho de ser músico.

– Qual o sentimento de ser aceito em uma universidade na Suíça?

Eu confesso que a ficha ainda não caiu. A Universidade de Artes de Zurique é indiscutivelmente uma das mais importantes escolas de música da Europa, que eu tive a oportunidade de conhecer em 2012, quando estive na Suíça para um festival de música.

A estrutura é impressionante, e os docentes da classe de flauta transversal são grandes referências no meio musical. Além do nível dos alunos ser incrível! Nem nos melhores sonhos acreditava que conseguiria passar em uma prova tão concorrida como essa, estou feliz demais!


Lucas com o Prêmio Ernani de Almeida Machado (foto: arquivo pessoal)

Financiamento coletivo para o mestrado

Mesmo com a aprovação, Lucas ainda tem um longo caminho até o início do curso, em setembro de 2021. Até lá, ele trabalha para angariar dinheiro para se manter no país. Ao todo, será necessário um valor de R$120.000,00 para os dois anos do curso.

Além da anuidade do mestrado, aproximadamente R$30.000,00 ao todo, ainda leva em consideração o aluguel, seguro de saúde obrigatório, alimentação, transporte e telefonia.

“Esse valor de aproximadamente R$120.000,00 desconsidera os valores recebidos com premiações no ano de 2020, que foram integralmente reservadas para este fim (8º e 9º Prêmio Ernani de Almeida Machado e 1º Concurso jean Nöel-Saghaard)”, esclarece Lucas.

Por isso, o músico criou uma campanha de financiamento coletivo, em que quem doa um valor, recebe uma recompensa. Confira a campanha no link: abacashi.com/p/lucasemzurique.

Para conhecer mais sobre o músico, acesse o site: lucasmartinsflauta.wixsite.com/website.

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