“Som dos Sonhos” é o primeiro single da carreira solo de Rodolfo Garcia, músico de Bauru. A faixa vem para divulgar o EP “Ontens” que será lançado ainda este mês e dá voz a composições mais intimistas e contemplativas do cantor.

A música também ganhou um videoclipe roteirizado e ilustrado pelo artista bauruense, Renato Quirino. De acordo com Rodolfo, “a união do áudio com o vídeo potencializa bastante os significados da canção”.

Assista ao videoclipe:

Além de “Som dos Sonhos”, outras quatro músicas integram o álbum “Ontens”. Segundo Rodolfo, suas composições se encaixam no estilo musical brasileiro. “Tem a voz e o violão bem marcantes e alguns arranjos bem característicos da MPB. Principalmente a coisa da ‘canção’, bem popular pra gente, contando histórias através da poesia”, explica.

Para saber mais sobre o artista e sua carreira, o Social Bauru teve a oportunidade de conversar com Rodolfo Garcia. Confira a entrevista:

– Você não é de Bauru, então quando veio pra cá e como foi essa mudança?

Sou de São Manuel, aqui pertinho. Vim para Bauru em 2010 por causa da faculdade, fiz Comunicação Social – Relações Públicas na Unesp. Acabei ficando e moro aqui desde então. A mudança foi bem grande, apesar de não vir de tão longe! Mesmo já sendo do interior, Bauru é bem maior que a minha cidade e essa transição foi bem positiva, gostei tanto que acabei ficando.

– E quando você decidiu atuar também com uma carreira solo?

Desde que comecei a compor. Algumas músicas não tinham tanto a cara da Seu Antonio [banda em que é vocalista e guistarrista], eram mais intimistas e contemplativas. Daí, com a pandemia, alguns recursos foram liberados pelo governo em prol dos artistas que ficaram sem possibilidade de trabalhar. Reuni essas músicas, pleiteei um edital da Lei Aldir Blanc e fui contemplado! Daí concretizei essa vontade de gravar essas músicas.

Crédito: Kenji Matsumoto

– Como foi o processo de criação do “Som dos Sonhos”?

Foi a primeira e única música, até hoje, que fiz no piano. Geralmente, componho tudo no violão, mas dessa vez tive a oportunidade de arranhar umas notas no piano e saiu ‘Som dos sonhos’. A questão é que eu não sei tocar piano (risos), então fui tentando tentando e fuçando até que saíram alguns acordes. Ela era mais singela, mas os arranjos bolados pelo produtor Cleiton Rolo ajudaram a canção a ficar mais caprichada e “maior”.

– Ainda sobre isso, como foi o processo de ilustrar uma música?

O Renato Quirino sugeriu o roteiro e eu amei logo de cara, não falei um ‘A’. Ele me apresentou a ideia e eu só concordei. Minhas únicas participações foram com vídeos e fotos – inclusive fotos de criança – que ele ia me pedindo conforme a produção avançava. Meus gatos também participaram (risos).

O processo de ver a música ilustrada foi incrível! Amei cada partezinha do clipe, porque o Quirino entregou exatamente o que eu esperava. Mesmo sem ter criado muitas expectativas, fiquei muito contente com o resultado. A união do áudio com o vídeo potencializa bastante os significados da canção.

– A faixa faz parte do EP “Ontens”, o que você quer passar com este título?

Ontens não é uma palavra muito comum, né? Eu gosto. A gente não usa ela no plural porque “ontem” é um só. Mas, para além disso – e principalmente – tem a questão do significado, que pra mim é hiper relevante. A soma de todos os nossos ontens, de um jeito ou de outro, nos trouxe até aqui. E quando compus as músicas que fazem parte desse disco, eu vivia pensando na construção da nossa linha do tempo e como ela vinha me afetando. Eu estava cabreiro demais com os meus ontens e essa nostalgia toda, misturada com o sentimento de impotência em relação ao passado, me inspiraram pra dar esse título.

– O que os bauruenses podem esperar com o lançamento?

Bauru é uma cidade que me acolheu tão bem e me apresentou uma cena cultural tão linda, que eu espero poder voltar a fazer parte muito em breve dessa musicalidade toda! Assim que for possível, quero entregar muita música massa e continuar compartilhando som com os parceiros e as parceiras de vida e de música.

– Por fim, quais suas influências e como elas impactam nas suas criações?

Eu sempre ouvi muito rock and roll e sou apaixonado por bandas dos anos 60 como Savoy Brown, Beatles, Free, Rolling Stones, Led Zeppelin e The Doors. Acho muito revolucionário e genuíno o que eles fizeram com a música. Também sou apaixonado por tropicalistas como Mutantes, Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Essa mistura toda do rock com os ritmos brasileiros com uma poética simples e incisiva me fascina e me inspira. As principais vozes e compositores por trás das vozes que me inspiram muito a tentar achar minha verdade são Elis Regina, Gal Costa, João Bosco, Tim Bernardes, Eric Burdon, Otis Redding e tantos outros.

Ficha técnica

Som dos sonhos foi gravada no Estúdio Jardim Elétrico, produzida por Cleiton Rolo, mixada e editada por Lucas Baptista e Felipe Nareba e masterizada por Guilherme Chiappetta.

O clipe foi dirigido e animado por Renato Quirino. Na faixa, podemos ouvir, além da voz de Rodolfo, o trompete e o fluggel de Hermes Bottan; a bateria e o tímpano de Lucas Baptista; baixo, guitarra, piano elétrico e sintetizadores ficaram por conta do Cleiton Rolo.

Acompanhe o músico nas redes sociais: @rodolfonico.

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