Quando você ouve a palavra “cientista”, qual é a primeira imagem que vem à sua cabeça? Provavelmente você deve pensar naquele homem caricato, de cabelos espetados, jaleco e óculos grandes.

Esta figura não condiz tanto com a realidade, já que é apenas um estereótipo criado pela TV e pelo cinema. Na verdade, os cientistas têm vários rostos e personalidades. Qualquer pessoa pode ser cientista, se estudar e se dedicar a isso – inclusive as mulheres.

Pesquisadora, cientista, professora

Entre as milhares de cientistas brasileiras que temos no país está a Profa. Dra. Prislaine Magalhães. Ela é formada em Química pela Universidade de São Paulo, e também é graduada em pedagogia e filosofia pela Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES).

É mestre em Ensino de Ciências, doutora em Ciências e pós-doutora em Ciências Básicas. Atualmente, ela está realizando outro doutorado em Ensino de Ciências na Unesp de Bauru.

A Profa. Prislaine nasceu em Batatais, na região de Ribeirão Preto, e se mudou para Bauru quando seu marido veio trabalhar no Centrinho.

Ela foi professora de química em escolas da cidade e também na própria Unesp, onde estuda metacognição (o aprender a aprender). “Eu percebia na sala de aula que os alunos queriam mais, não queriam ir embora do laboratório”, conta.

Na pandemia, após ter participado de um congresso sobre clubes de ciências no Pará, ela criou coragem para tirar do papel seu principal projeto: o clube de ciências chamado Ciência na Caixa.

A iniciativa tem como objetivo reunir alunos que se interessem pelo aprendizado em ciências e queiram vivenciar experiências práticas em um ambiente descontraído, próximo aos professores e colegas.

Clube de ciências presencial

Os assuntos trabalhados no clube têm a ver com os interesses dos próprios alunos. “Se eles gostam de aranhas, por exemplo, nós vamos estudar sobre elas, sobre as famílias, sobre o veneno, vamos colocar pernas de aranha no microscópio e nos aprofundar nisso”, explica a professora.

As atividades também envolvem outras disciplinas como física, matemática e biologia. Os alunos podem fazer dissecação de animais, reações químicas, experimentos de física e até passeios em outros lugares, para coletar materiais de estudo.

A pesquisadora também incentiva o desenvolvimento de projetos de iniciação científica e a participação em olimpíadas de ciências e neurociências.

“As crianças e adolescentes estão precisando de alternativas que realmente atraiam o interesse deles para o conhecimento. Com a demanda da internet e dos jogos eletrônicos, é muito difícil chamar a atenção, e a escola passou a ser chata para eles”, justifica a professora.

Prislaine ressalta que sua formação em filosofia auxilia para que ela saiba o quanto é importante aliar os experimentos ao pensamento crítico de como e por que as coisas acontecem.

Ela ainda destaca que o clube de ciências não substitui as aulas da escola e, apesar de trazer um conceito diferenciado, também auxilia na fixação dos conteúdos escolares a partir de uma vivência prática. “É lógico que todo mundo quer passar no vestibular, mas existe um jeito de ensinar que não precisa ser uma decoreba de 500 exercícios”, conclui.

Os encontros no Ciência na Caixa acontecem uma vez por semana e têm duas aulas de 50 minutos, para alunos de diferentes faixas etárias – a partir de 10 anos. As turmas são pequenas (até seis alunos) para que eles aproveitem ao máximo a disponibilidade dos professores.

Ana Júlia Rezende está no Ensino Médio e é aluna do Ciência na Caixa. Ela lembra que começou a participar do projeto no início do ano por conta do interesse nas matérias trabalhadas, que têm tudo a ver com a carreira que ela quer seguir: medicina. “Eu gosto muito das aulas de biologia e de química, quando fazemos as reações”, conta.

“Eu gosto muito da área, mas na escola não vejo muito na prática. Aqui eu tenho essa oportunidade”, comenta Bianca Lima, também aluna do clube. Ela diz que, na faculdade, gostaria de fazer alguma engenharia ligada à química ou produção.

Ciência na Caixa por assinatura

A professora já tinha o material do clube de ciências, mas viu que não poderia atender pessoas de outras cidades. Pensando nisso, ela criou um clube de assinaturas com três planos disponíveis para os interessados.

1. Plano Starter

O Plano Starter é voltado para crianças a partir de cinco anos e traz experimentos mais lúdicos. Os pequenos cientistas recebem equipamentos de proteção e todos os reagentes necessários para a realização dos projetos, além de folhetos explicativos falando sobre o assunto tratado nos experimentos.

“O kit tem tubo de ensaio, estante, reagentes, luvas, óculos de proteção, a gente manda crachá pras crianças, bottom e muito mais”, explica Prislaine.

A professora conta que os pais muitas vezes se preocupam achando que não vão conseguir ajudar os filhos na hora de realizar as experiências. Para isso, o Ciência na Caixa também tem um canal no YouTube com o objetivo de tirar todas as dúvidas.

“As atividades do clube em casa devem ser feitas com a família, já que mexemos com produtos químicos e biológicos. Mas nós temos um pediatra que nos auxilia com as quantidades às quais as crianças estarão expostas para não haver perigo”, ressalta a pesquisadora.

2. Plano Expert

O plano Expert é voltado para alunos do ensino médio. No primeiro mês, os assinantes recebem uma caixa de vidrarias com o enxoval de laboratório. São tubos de ensaio, béquer, frasco de Erlenmeyer, entre outros equipamentos.

Todos os meses, os alunos recebem caixas temáticas com três experimentos. “Eles gostam muito da caixa de química forense. Nela, nós realizamos experimentos de papiloscopia [identificação por meio de digitais] e fazemos luminol, aquele líquido que brilha no escuro e procura marcas de sangue”, explica.

Assim como nos outros planos, todos os reagentes necessários para a realização das experiências são enviados nas caixas com orientações.

3. Plano Completo

O plano completo é um combo dos planos Starter e Expert, para pessoas apaixonadas por ciências e química que queiram aplicar esses conhecimentos em sala de aula de qualquer lugar do Brasil.

Prislaine conta que professores de todo o Brasil já assinaram o plano e utilizam os experimentos diariamente.

Vendas avulsas e atacado

Além das aulas presenciais e planos, as caixas do projeto também podem ser adquiridas de forma avulsa, assim como os materiais. Tudo fica disponível na loja do Ciência na Caixa.

Outro diferencial do clube é a participação em aniversários. “Se você quiser nossa presença em uma festa de aniversário, nós levamos uma caixinha para cada criança e interajo com elas falando sobre o que eu faço”, explica Prislaine.

Equipe do Ciência na Caixa

Além da Profa. Dra. Prislaine Magalhães, fazem parte da equipe do Ciência na Caixa o Dr. Ricardo Ravanini (médico pediatra), Prof. Guilherme Santos (física), a Profa. Dra. Silvia Regina Zuliani (química), o Prof. Reinaldo do Valle (biologia) e a Profa. Isabela Ferraz, responsável pela área de marketing e gestão de conteúdo do projeto.

A Dra. Prislaine tem certificação do Conselho Regional de Química e a aquisição de todos os reagentes utilizados pelo projeto é legalizada.

Lembranças para a vida

De acordo com a professora, as experiências podem ser o momento de aproveitar com a família, sair das telas e fazer atividades diferentes.

Além disso, o fato de mostrar que qualquer pessoa pode ser cientista também é muito importante para quebrar paradigmas e aproximar ainda mais os jovens deste universo.

“Você pode ser uma pessoa que faz a diferença na vida de outras como Marie Curie. Meninas podem passar maquiagem e ser cientistas. Todos podem ser cientistas. Nós estamos mudando os ídolos”, finaliza.

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Serviço
Ciência na Caixa
Endereço: Rua Júlio Maringoni, 12-25 – sala 10
Contato: (14) 99143-1251
Site: ciencianacaixa.com.br
Instagram: @ciencianacaixa
Facebook: /clubeciencianacaixa

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