Comecei a usar a bike como meio de transporte ainda em junho de 2019. O motivo foi simples: economizar dinheiro.

Na época, fazia dois meses que eu trabalhava como estagiária de jornalismo em uma editora de revistas aqui da cidade. Lá, eu recebia 578 reais, além do vale transporte. O pensamento foi instantâneo. Se eu economizasse o valor da passagem de ônibus para ir ao trabalho de manhã, poderia usá-lo para ir à faculdade à noite.

Dois quilômetros separavam a minha casa do meu novo trabalho. Dez minutos de pedal eram suficientes. Fiz minhas economias e comprei uma bicicleta usada de um estudante que estava indo embora de Bauru.

Nos primeiros dias pedalando, achei que não fosse aguentar. Comecei com um trajeto relativamente simples. Mas em menos de um mês eu já estava indo com a magrela ao mercado, padaria, bares, feiras e casa de amigos.

Apesar da nossa cidade contar com a cultura de carro enraizada (principalmente atrelada à ideia de sucesso) e não ter infraestrutura adequada, como ciclovias, utilizar a bicicleta como meio de transporte é possível!

E pensando em incentivar os bauruenses a aderirem esse novo hábito saudável, democrático e sustentável, elaborei algumas dicas que recebi e que aprendi ao juntar calos nas mãos ou ao ser atropelada por tapetes voadores.

Portanto, essas informações são baseadas na minha “longa pequena” experiência de quem usa a bicicleta como meio de transporte em Bauru. Espero ajudar!

1 – Invista em sinalização e equipamentos de segurança

Assim como qualquer outro meio de transporte, para utilizar a bicicleta também é preciso Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Eu não entendia o porquê deles até eu precisar ser reconhecida no meio do trânsito. Por hora, eles são divididos em seis itens:

No ciclista

  • Capacete

O item é essencial para proteger a cabeça de possíveis tombos, impactos e demais objetos que possam causar traumas e lesões. Além disso, auxilia na aerodinâmica da pedalada.

  • Luvas

Uma vez me disseram que as mãos são a primeira coisa que a gente leva ao chão quando caímos e é verdade! Mas para além de proteger contra isso, este equipamento ajuda na aderência das mãos ao guidão e as preserva do contato constante, que pode causar calos e outras lesões.

  • Óculos

Eles são responsáveis por resguadarem nossos olhos da luz solar, areia, poeira, insetos e outras partículas que possam comprometer a visão durante o trajeto. Na moto a gente conta com a viseira, não é?

Na bicicleta

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) reconhece as bicicletas como veículos de propulsão humana. Isso é bom, porque garante direito aos ciclistas. Porém, também somos encarregados de algumas obrigações, como obedecer às leis de trânsito. Portanto, para sair por aí com a sua bike é obrigatório o uso de:

  • Campainha

Ela aumenta a interação do ciclista com veículos e pedestres. Use quando necessário.

  • Sinalização

Você deve sinalizar a parte dianteira, traseira, lateral e pedais por meio de dispositivos eletrônicos ou analógicos, como placas refletoras. Ciclista visto é ciclista lembrado!

  • Retrovisor

O retrovisor precisa estar do lado esquerdo e permite a visualização e percepção do trânsito ao redor.

2 – Comece aos poucos

Que tal utilizar a bike para ir ao mercado, academia e outros lugares próximos a sua casa? Esse tipo de trajeto contribui para que você se adapte ao novo meio de transporte e ao trânsito ao redor. É como andar de carro. Você não vai dirigir em uma grande avenida logo na primeira vez em que pegar no volante.

Entretanto, seja em bairros afastados ou em centros urbanos, nunca pedale na contramão ou ande em zigue-zague. Além disso, utilize o lado direito da rua para se locomover, pois o lado esquerdo é via rápida destinada a ultrapassagens de outros veículos. Se conseguir, sinalize com a mão qual lado ira virar.

OBS: leve um cadeado para prender a sua bike a bicicletários, postes e demais locais. Assim você ficará mais tranquilo!

3 – Planeje seu trajeto de bike antes de sair de casa

Pesquisar as melhores rotas para chegar ao seu destino facilita muito a pedalada.

Para isso, sugiro utilizar a função “bicicleta” do Google Maps. Lá, é possível determinar a rota e o aplicativo mostra quanto será percorrido, além de apresentar a altitude do caminho. Ou seja, ainda dá para ver o quão plano ou íngreme será o seu caminho.

4 – Leve uma troca de roupa

Utilize roupas leves para pedalar e leve uma troca de roupa reserva. Esse tipo de dica é muito útil para quem quer utilizar a magrela como meio de transporte para trabalhar ou estudar e não quer chegar molhado suor.

5 – Prefira ciclovias, ciclofaixas e vias mais calmas

Ciclovias e ciclofaixas salvam vidas só pelo fato de separarem as bikes de outros veículos. Então, se encontrar alguma no seu caminho, não pense duas vezes em utilizá-la.

Ainda sobre vias, aconselho evitar avenidas movimentadas e sem infraestrutura para bicicletas. Aqui em Bauru é o caso das avenidas: Nações Unidas, Rodrigues Alves, Cruzeiro do Sul, Duque de Caxias e Nossa Senhora de Fátima. Caso você precise utilizá-las durante o trajeto, prefira as ruas mais calmas e paralelas a estas vias.

Por exemplo, no lugar de pegar a Duque de Caxias, opte pela rua Manoel Bento da Cruz ou a rua Aviador Gomes Ribeiro.

6 – Trace metas

Transformar algo em hábito leva tempo e persistência. Quando eu comecei, tinha a meta de usar a bike de duas a três vezes na semana. Sugiro começar indo aos locais mais próximos. Depois tente incorporá-la no trajeto do seu trabalho, faculdade e etc. Quando perceber, estaremos juntos na rua!

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