O número de acidentes domésticos envolvendo crianças durante o primeiro período da pandemia duplicou. A informação é resultado de um levantamento feito pela Revista Crescer com dados do Ministério da Saúde. De acordo com a pesquisa, de março a outubro de 2019 foram feitos 18 mil atendimentos de crianças e adolescentes de um a 15 anos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Já em 2020, com o isolamento social, foram registradas 39 mil assistências, constatando um aumento de 112% em comparação ao ano anterior.

Esse tipo de acidente é uma das principais causas de morte de brasileiros de um a 14 anos. É o que mostra a pesquisa feita pela ONG Criança Segura com dados de 2018 e 2019 da plataforma Datasus do Ministério da Saúde. Abaixo de trânsito, aparecem afogamento com 26% dos óbitos, sufocamento com 24% e queimaduras 6%.

Aqui em Bauru, o aumento de ocorrências envolvendo não só crianças, como também idosos, foi relatado pelo cabo Perin, bombeiro educador do 10° Grupamento de Bombeiros.

“Durante a parte mais restritiva da pandemia houve uma alteração na rotina de atendimentos. Passamos a atender menos acidentes de trânsito e mais acidentes pessoais como quedas e crises em geral”, informa.

Campanha “Viva Verão”

Para diminuir estes tipos de ocorrências, o Corpo de Bombeiros em parceria com o Naic Instituto do Câncer lançaram a campanha de conscientização “Viva Verão”.

Na cartilha disponível aqui, as instituições abordam primeiros socorros, como prevenir acidentes de trânsito, afogamentos e o câncer de pele, além dos acidentes domésticos.

“Hoje o Corpo de Bombeiros tem uma visão prevencionista muito definida para evitar os acidentes e não apenas agir após o ocorrido”, afirma Perin.

Apesar da campanha de conscientização ser destinada a todas as faixas etárias, Perin explica que o foco principal é o público infantil, já que esse tende a explorar mais os ambientes e aproveitar os momentos de lazer com mais intensidade.

Ocorrências durante o período de férias

As ocorrências com crianças são variadas e vão desde ingestão de produtos químicos e remédios até queimaduras com panelas e líquidos em cima do fogão. Dentro de casa, a cozinha costuma ser o local mais perigoso.

Portanto, é necessário ter cautela com objetos cortantes e perfurantes, como facas, garfos e tesouras. Deixar produtos de limpeza fora do alcance das crianças em prateleiras altas e armários trancados, além de utilizar as bocas do fundo do fogão e certificar que os cabos das panelas estejam virados para dentro para não serem alcançados pelas crianças.

A utilização de benjamins nas tomadas, também conhecidos como “T”, não é recomendada pois causa superaquecimento nas instalações.

Nos momentos de lazer em piscinas, praias, rios, cachoeiras e represas é necessário supervisionar as crianças na água para evitar afogamentos e não é indicado o uso de bóias infláveis porque podem furar.

Além do mais, nesta época do ano, há o aumento rápido e repentino do nível de rios e cachoeiras por conta das chuvas nas cabeceiras ou em outros trechos do rio. Isso pode contribuir para o afogamento de crianças e adultos.

O que fazer em caso de acidentes

Movimentação de uma vítima sem o devido cuidado e socorro por meios próprios excedendo a velocidade permitida e expondo outras pessoas a riscos são os erros mais comuns na hora de ajudar a vítima, segundo Perin.

“Sem dúvida, o nervosismo e desespero fazem com que pratiquemos atitudes impensadas”, afirma.

Portanto, em caso de qualquer acidente, ligue para os Bombeiros pelo número 193 ou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo número 192.

“Os Bombeiros e o Samu trabalham em parceria. Porém há divisões entre ocorrências traumáticas e clínicas. Acidentes de carro, quedas, afogamentos são ocorrências traumáticas e é onde o Corpo de Bombeiros atua. Já ocorrências clínicas são atendidas pelo Samu e caracterizadas como, queda de pressão, princípio de infarto e mal estar”, finaliza.

Atuação do Corpo de Bombeiros nas escolas de Bauru

Neste ano, o Corpo de Bombeiros lança o projeto “Bombeiro na Escola”. Direcionado aos alunos da 4°, 5°, 8° e 9° série, o programa gratuito tem como objetivo ensinar primeiros socorros às crianças da cidade e outras orientações a fim de prevenir acidentes.

“A gente quer levar esse conhecimento diretamente para as crianças para que elas possam difundir dentro dos lares e tentar diminuir a longo prazo as ocorrências em casa”, afirma Perin.

 

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