Em 2015, Eduardo Stevanato, Fernando Hideo e Gabriel Malinosqui trabalhavam juntos na Mstech em Bauru. O primeiro era o fundador da empresa de 22 anos, enquanto os outros dois eram programadores no local. Um ano depois, o trio estava separado. Stevanato continuou na Mstech, Malinosqui saiu para fundar a EZ Devs e Hideo foi ser sócio de outra empresa.
O reencontro dos três, que levou ao surgimento do Conq Hub, veio aos poucos. Sócio da Firework, Hideo mudou a startup para uma casa e transformou-a em um espaço para receber outras empresas de tecnologia, chamado Banana Flambada. “A ideia era ter sinergia com outros profissionais”, comenta.
Gabriel se juntou ao Fernando um ano e meio depois da abertura da casa. “Troquei ideia com ele sobre as dificuldades de empreender e comentei que precisava de um espaço físico. Ele disse que estava mudando para uma local maior para comportar mais empresas, e fui com ele. Já era o embrião de um hub”, relembra Malinosqui.
Cerca de 18 meses depois da união da dupla, novamente eles sentiram a necessidade de aumentar o espaço. Foi quando lembraram do ex-chefe e foram conversar com ele. Nascia o Conq Hub, no prédio da Mstech. “Eu já tinha vontade de fazer ações para fomentar a inovação em Bauru. Esse desejo coincidiu com a visita deles, que me apresentaram uma ideia similar. Chamei eles para vir para cá e começamos a ampliar a proposta”, conta Stevanato.
Assim, os objetivos do trio fizeram surgir o escritório compartilhado para empresas de tecnologia, que também é um ambiente de fortalecimento da área em Bauru, pois favorece trocas de informações, parcerias, investimentos, eventos e conexão entre empresas, profissionais e instituições.
Para Stevanato, o Conq Hub é uma empresa voltada para fortalecer o ecossistema de inovação. “Ele é o ponto inicial do que queremos construir em Bauru. Nosso objetivo é movimentar o mercado digital na cidade”, explica, comentando que o nome vem de conquistar.
Espaço de escritório
À primeira vista, o Conq parece apenas um escritório compartilhado, com área ampla, pé direito alto, 250 estações de trabalho, três salas de reunião e espaços privativos para as empresas.
Além disso, o local tem espaços para relaxar com sofás, puffs e mesa de futebol de botão, área para tomar chopp, refeitório e auditório. Na entrada, tem uma máquina de café e uma geladeira com cerveja, refrigerante e suco.
Outra facilidade é ter internet rápida em todos os cantos. “A pessoa pode rodar o prédio inteiro sem perder a conexão. Está tudo pronto para trabalhar sem dificuldades”, enfatiza Hideo.
No momento, são 25 empresas residentes no Conq Hub. Ainda assim, estão com vagas abertas para empresas de todo porte, incluindo instituições com vários funcionários, startups, profissionais trabalhando em companhias de outras cidades que buscam uma área de trabalho fora de casa e freelancers.
Formar uma comunidade
Apesar da semelhança com um coworking, o ‘sobrenome’ Hub amplifica a proposta do trio. O ambiente do Conq é pensado para ser um centro de troca de conhecimento, networking, mentorias e facilidade de investimentos.
Primeiramente, o objetivo é mudar a mentalidade para que as empresas entendam que fazem parte de um ecossistema de inovação, explica Stevanato. Além do espaço físico pensado para as interações, eles realizam atividades para estimular as conversas entre os profissionais das empresas residentes.
Assim, o networking é incentivado – as empresas indicam outros residentes, e também contratam serviços entre si – e as mentorias ajudam a ampliar o conhecimento. Nesse caso, os profissionais trocam conteúdo, assim como quem participa de eventos renomados repassa o aprendizado.
Por fim, até investimentos são comuns entre as empresas do Conq. “Eu estou sempre com o radar ligado em oportunidades de investir”, diz Hideo. “Nós investimos em algumas startups daqui e até participo de grupos de investidores anjo, além de também orientar todos os residentes sobre como é a melhor forma para cada empresa conseguir recursos”, acrescenta Eduardo.
Por isso, a única exigência para ser residente do local é ter a base tecnológica. É uma forma de favorecer a sinergia entre os objetivos, conhecimentos e estruturas empresariais. Como define Gabriel, a ideia é formar uma comunidade de tecnologia em Bauru.
“É uma palavra super importante para o Conq”, enfatiza o empresário. “Para nós, a melhor forma de colocar Bauru na rota de inovação e transformar em uma cidade tecnológica é gerar negócio por meio da relação entre as empresas e startups, não só formar talentos. Fortalecer a área em Bauru é um dos principais objetivos do Conq”.
Rua da Inovação
Ou seja, a proposta do Conq é ir além das paredes do escritório na Rua Joaquim Anacleto Bueno. O trio pretende ser um local de incentivo ao setor tecnológico, inovação e mercado digital em Bauru, começando por organizar e receber eventos.
Além disso, eles têm feito parcerias com universidades. O Conq assinou recentemente um convênio com o Unisagrado, com Centro de Inovação Tecnológica de Bauru (CITeB) da Unesp para ser a incubadora oficial da instituição pública, e já busca novas parcerias.
Da mesma forma, os fundadores integram conselhos da área, como a Associação das Empresas de Serviços de Tecnologia da Informação (ASSERTI) e o Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Bauru (CODESE), inclusive sendo sede das duas instituições.
Com isso, o Conq auxilia também com medidas públicas, participando da criação de leis, como o estabelecimento do Sistema de Inovação em Bauru, uma norma de liberdade econômica e a regulação do 5G na cidade. “Surgiu até a ideia da gente trocar o nome dessa rua para Rua da Inovação”, conta Eduardo, comentando como o Inova Bauru, instituição da Prefeitura criada para desenvolver atividades na área, é vizinho deles.
“Digamos que é quase o Vale do Silício Bauruense aqui”, brinca Fernando. “Queremos que Bauru conheça o Conq como o catalisador dessas iniciativas digitais, com empresas, profissionais, eventos, instituições, conselhos e legislações saindo do Hub e produzindo resultados positivos para a cidade”.
Ecossistema de inovação em Bauru
A brincadeira tem uma vontade genuína de fortalecer o ecossistema de inovação em Bauru. Somado ao espaço e às atividades, o trio pensa até em formas de conscientização para que novas pessoas entrem na área digital, considerando o déficit de profissionais.
Isso porque, explica Gabriel, muitos profissionais saem de Bauru ou trabalham para empresas fora da cidade. “Aqui em Bauru, temos sete faculdades de T.I. e escolas técnicas relevantes. Nós já formamos profissionais de qualidade, agora precisamos estimular o surgimento de negócios locais, porque com empresas em Bauru, os impostos e investimentos ficam na cidade”, diz.
Nesse sentido, contribuir para a área ajuda o desenvolvimento econômico, esclarece Stevanato. “É por isso que desejamos idealizar formas de incentivar a tecnologia em Bauru. Nosso propósito é ser o ponto central do ecossistema de inovação”, finaliza.
Serviço
Conq Hub
Endereço: Rua Joaquim Anacleto Bueno, 1-20. Jardim Contorno
Horário de funcionamento: De segunda a sexta, das 8h às 20h
Contato:
Site: www.conq.com.br | www.campsite.bio/conq
Instagram: @conqhub
Facebook:/Conqhub
YouTube: /Conqhub
