Com apenas oito episódios, a temporada demorou para engrenar, não conseguiu suprir as expectativas e não empolga. Com a terceira temporada confirmada antes mesmo da estreia da segunda, A Casa do Dragão trouxe a impressão de que foi necessário segurar a narrativa ao extremo para poder colocar mais oito capítulos no ar. Além de segurar mais duas temporadas até o seu fim.
Com um gosto amargo de enrolação, o chamado season finale amarra a série com extrema avareza. A série que agora conta com um novo showrunner, Miguel Sapochnik, um dos criadores de A Casa do Dragão, pegou todos de surpresa quando anunciou que não retornaria para a segunda temporada. Ele revelou que gostaria de dar um tempo da franquia, mas o principal motivo é que o showrunner e a HBO tiveram grandes diferenças criativas sobre A Casa do Dragão. E provavelmente isso está na conta da quantidade de episódios e temporadas.
A nova temporada de A Casa do Dragão foi filmada no Reino Unido e na Espanha, que também serviu de palco para a primeira temporada e diversas cenas de Game of Thrones.
Baseada no livro Fogo & Sangue de George R. R. Martin, House of the Dragon é um spin-off de Game of Thrones que narra a história de conquista de terras em Westeros, mais conhecida como a Dança dos Dragões. Situada mais de 200 anos antes dos eventos da série original, em A Casa do Dragão acompanhamos a guerra civil que acontece enquanto os meio-irmãos Aegon II (Tom Glynn-Carney) e Rhaenyra (Emma D’Arcy) almejam o trono após a morte do pai Viserys I (Paddy Considine). Rhaenyra é a filha mais velha, contudo, Aegon é o filho homem de um segundo casamento, o que acaba gerando uma crescente tensão entre dois clãs Targaryen sobre quem tem o verdadeiro direito ao trono. Como descrito em Game of Thrones, no tempo em que a família Targaryen dominava os 7 reinos, a casa era conhecida por seus imponentes dragões, que assim como a família, acabaram praticamente extintos após o conflito interno.
Após os conflitos do fim da primeira temporada, marcados pela coroação de Aegon II Targaryen e pela trágica morte do filho de Rhaenyra Targaryen, Lucerys Velaryon, a segunda parte da série House of The Dragon, adaptação da obra de George R.R Martin, “Fogo e Sangue” (Fire & Blood), seguirá o início de uma possível guerra civil Targaryen. O conflito se dá entre a Casa Velaryon, possuidora da maior marinha de Westeros e de mais de uma dúzia de dragões, e a ascensão do manipulador rei Aegon II.
A 2ª temporada tinha a árdua tarefa de ser ainda mais incrível que a primeira, lançando as bases para a épica guerra dos dragões de forma cativante e cheia de energia. De certa forma, conseguiu cumprir a missão, mas não tanto pela trama, e sim pela promessa de grandiosidade a cada episódio. No entanto, o desfecho deixou um gostinho de quero mais, como se pudesse ter sido mais ousado, na verdade, ficou um gosto bem aquém da expectativa.
O novo ciclo começa com a mesma intensidade da temporada anterior, mantendo o ritmo até quase a metade dos episódios. Porém, algumas subtramas – especialmente as relacionadas ao Daemon – acabam esticando um pouco demais a narrativa, fazendo a audiência perder um pouco do interesse. Algumas dessas histórias poderiam ter sido melhor desenvolvidas ou até mesmo ter recebido menos destaque, já que havia outras tramas mais interessantes a serem exploradas.
Pelo menos, tivemos um avanço nas cenas de ação, que deram um gás extra para a temporada, quer dizer, em dois episódios mais especificamente. Inicialmente, parecia que a série estava com receio de mostrar os dragões, mas essa timidez logo foi deixada de lado nos primeiros episódios. Foi incrível e impactante ver essas criaturas em ação, mostrando o talento dos diretores e roteiristas nesta temporada. Um verdadeiro acerto!
No geral, a temporada ainda se mantém positiva, porém não consegue superar a primeira. É uma pena que a série tenha se sustentado apenas na promessa ilusória de grandiosidade a cada episódio. Ficou evidente como alguns episódios escorregaram em termos de narrativa e ritmo. A boa notícia é que toda a preparação de motivações, alianças e relacionamentos abre caminho para uma grande guerra na 3ª temporada. Pelo menos é o que todos nós esperamos.
Já sabemos que a próxima temporada está a caminho, e, com base nos acontecimentos desta temporada, esperamos que a terceira parte esteja repleta de guerra, com a Rainha Rhaenyra Targaryen se aproximando do Trono de Ferro.
No entanto, o final da segunda temporada desempenha um papel importante no que está por vir, já que, em apenas um episódio, vimos mudanças de alianças, exércitos sendo conquistados e mais um dragão sendo domado, o que terá grandes efeitos quando as espadas foram desembainhadas na próxima temporada. Temporada bem irregular, mas ainda é muito melhor do que muita coisa por aí.
*Semana que vem, tem texto da terceira temporada de O Urso (link)
A Casa do Dragão, 2022 –
Veredito: 3,5/5
Onde assistir: Max
Temporadas: 2 –
Criadores: Ryan J. Condal
Agregador no Rotten Tomatoes: 87%
Avaliação IMDB: 8,4/10Trailer: A Casa do Dragão – 2ª Temporada | Trailer Oficial | Max