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Era uma segunda-feira e a entrevista estava marcada para às 9h. Cheguei à prefeitura, local combinado para o bate-papo, no mesmo momento que o entrevistado. Entramos nós dois no elevador e para quebrar o ‘gelo’, fui logo me apresentando. Ele perguntou: ‘qual o seu nome?’ Eu respondi e em seguida, ele disse: ‘Muito prazer, Amanda. Eu sou o Rodrigo.’ Pronto, o ‘gelo’ estava definitivamente quebrado. Ele me acompanhou até a sala que iríamos conversar e abriu todas as portas, um gesto de cavalheirismo bem escasso ultimamente. Cavalheirismo, educação, gentileza, simpatia e segurança. Essas são as palavras que nos acompanharam durante toda a entrevista, na qual o prefeito de Bauru relembrou a infância na cidade, falou sobre o início na política, os planos para o futuro e por que ‘sumiu’ das noites bauruenses. Confira:

SB: Como foi a sua infância? Foi aqui em Bauru mesmo?
Rodrigo:
“Foi sim, aqui em Bauru. Foi uma infância muito tranquila. Eu era uma criança muito chata, estudiosa…”

SB: Chata como?
Rodrigo:
“Ah, eu gostava muito de ler, de estudar…”

SB: E sempre foi bom aluno?
Rodrigo:
“Sempre. Na época de escola eu acabava sofrendo um pouquinho por causa disso. (risos) O resto da turma estava sempre pegando no meu pé. Mas, mesmo assim, foi uma infância normal, bem tranquila.”

SB: E já na infância você demonstrava que queria seguir carreira com política, ser líder?
Rodrigo:
“Não. Eu gostava muito de ler e isso me ajudou bastante na carreira, mas foi só com 18 anos que eu percebi a possibilidade de eu ser candidato e me envolver com política. Antes disso, eu queria ser cientista e fazer descobertas!”

SB: Por que com 18 anos?
Rodrigo:
“Porque durante a minha adolescência eu comecei a me envolver muito com causas ambientais e participei de vários grupos. Estava muito envolvido com as questões ambientais e fundamos o Instituto Vidágua. Com 18 anos eu assumi o Conselho Municipal de Meio Ambiente e foi quando recebi o convite para ser candidato a vereador. Na primeira eleição eu não consegui me eleger, mas também eu não sabia ao certo qual seria o papel do vereador. Então foi bom eu não ter conseguido. A partir daí, eu comecei a me dedicar mais e estudei. Na segunda eleição, com 22 anos eu fui eleito vereador que foi o meu primeiro mandato.”

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SB: Mas quando você decidiu seguir esta carreira, você teve o apoio dos seus pais?
Rodrigo:
“Tudo o que eu sempre quis fazer na minha vida eu tive o apoio deles. Mesmo quando eles estavam contrariados, eles me apoiavam. E isso foi bem legal.”

SB: E a sua família é grande? Você tem irmãos?
Rodrigo:
“Eu cresci em um núcleo familiar grande. Minha família é italiana… sempre cheia de gente! E eu tinha um irmão que perdi em um acidente de carro, quando eu tinha 16 anos e isso foi bem traumático na minha vida. Também tenho outros irmãos do segundo casamento do meu pai.”

SB: E quais os maiores desafios em ser prefeito de uma cidade?
Rodrigo:
“A cidade de Bauru é uma cidade grande e que cresceu muito rápido. A prefeitura de Bauru é uma prefeitura muito endividada, mas que essas dívidas estão sendo pagas. Estão todas em dia. Porém, de um lado você tem uma necessidade muito grande de investimento e melhorar o abastecimento de água, asfalto, iluminação, saúde e do outro lado nós temos uma arrecadação pequena. Então a gente tem que fazer um planejamento muito detalhado para conseguir realizar o que a gente deseja. O maior desafio é esse: é uma cidade que continua crescendo num ritmo muito legal e que acaba criando novas demandas para a prefeitura.”

SB: E as melhores coisas em ser prefeito?
Rodrigo:
“Mas isso tudo que eu falei não é ruim não! (risos) Eu gosto muito de tudo o que eu faço.”

SB: E você já se arrependeu em algum momento?
Rodrigo:
“Não, nem um pouco.”

SB: Antigamente, a gente encontrava muito você na noite bauruense e hoje não mais. Por que a mudança?
Rodrigo:
(risos) Porque eu trabalho muito e fico muito cansado de noite. Não consigo mais sair à noite.”

SB: E tem a ver com o relacionamento? Está mais sério agora?
Rodrigo:
Também tem a ver… mas está muito difícil mesmo. Não dá mais para ficar saindo. Fico até tarde na prefeitura e aí complica tudo.”

SB: Vocês têm planos de casamento?
Rodrigo:
“Estamos planejando sim para 2014. O casamento é algo possível para este ano.”

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SB: Olhando para trás, você acha que se tornou o homem que gostaria ser?
Rodrigo:
Eu nunca parei para pensar nisso. (risos) Mas parando agora… acho que nunca planejei tudo isso: ‘vou ser vereador e depois prefeito, vou fazer isso e aquilo.’ As coisas foram acontecendo, até com uma velocidade bem rápida. Hoje eu estou com 36 anos e já participei de seis eleições. Foi um ritmo bem pesado, mas gosto muito do que eu faço. Acho que é isso que importa e tenho certeza que vou continuar trilhando, trabalhando e fazendo as coisas que eu gosto de fazer. Se for para o bem da cidade, melhor ainda.”

SB: E qual o próximo passo na carreira política?
Rodrigo:
“O próximo passo é terminar bem este mandato. Tenho três anos ainda de mandato de prefeito. Depois eu tenho dois anos, sem saber direito o que vou fazer neste tempo e saio como deputado. Se eu fizer um bom mandato, daqui cinco anos eu vou tentar ser deputado federal.”

SB: Na sua vida, o que você tem medo?
Rodrigo:
“Não sei. Não é muito bom ter medo. Eu devia ter um pouquinho, né? Mas medo não é algo que me represente uma ameaça.”

SB: E o que você mais sonhava em realizar na cidade que você conseguiu fazer?
Rodrigo:
“Acho que a primeira coisa é a credibilidade. A população não acreditava mais na cidade. Bauru viveu por muito tempo uma crise de credibilidade bem grande. Acho que as pessoas voltaram a acreditar que é possível as coisas acontecerem em Bauru. Durante muito tempo, tudo o que eu dizia que ia fazer, as pessoas não acreditavam. A população não acreditava mais na própria cidade e isso foi o mais legal, melhor que qualquer obra física.”

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