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Sabe aqueles dias em que a chuva estraga os seus planos de sair à noite? Aquele dia que você briga com o chefe, que te dão uma ‘fechada’ no trânsito ou que você foi mal naquela prova que tanto se dedicou? Então, agradeça a Deus por ele. Com certeza, esse dia ruim vai te ensinar e te dar uma lição muito maior. Pelo menos é assim que Carlos Félix pensa.

Ele tinha tudo para se fazer de ‘coitadinho’ e passar o resto dos seus dias de lamentando. Mas preferiu fazer uma limonada com os limões que ganhou da vida.

Jovem, músico, bem-sucedido em um emprego de sucesso em São Paulo, com entradas para as baladas mais vips, carro do ano e muitas mulheres. Essa era a vida que Carlos levava, antes de sofrer um acidente na piscina de uma casa de praia no Guarujá, em 2006.

Como tudo aconteceu
Depois de fazer um show com o músico André Turco, Carlos Félix recebeu um telefonema de seu tio que fez um convite irrecusável. Sem nem pensar duas vezes, ele fez suas malas a se mudou para São Paulo para trabalhar ao lado de seu tio. Era uma nova vida que começava. Na cidade grande, Carlos ficou deslumbrado e arrogante – palavras do próprio entrevistado – com a nova vida que levava. Até que a vida lhe deu uma rasteira.

“Um dia, eu estava com uns amigos e fui mostrar para a filha de uma convidada como pulava na piscina. Coisa que eu já tinha feito antes, inclusive naquele dia. Mas pulei e bati com a cabeça. Todos acharam que era brincadeira, mas como viram que eu não subia, perceberam a gravidade do que tinha acontecido”, relembra.

Em seguida, seu tio o levou para o hospital e recebeu a triste notícia: Carlos não conseguia se mexer. Se isso foi um choque para todos, para o Carlos, não. Apesar das limitações, o músico seguiu a vida – ali no hospital mesmo.
Se apaixonou pela sua médica, foi atrás de seus contatos, se declarou com poucos dias que a conhecia e foi correspondido. Ao mesmo tempo em que aprendia todos os movimentos de novo, tinha a seu lado o apoio que tanto precisava.

Ela se foi, outras apareceram, mas a vontade de viver e seguir em frente, nunca acabou.

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Uma lição de vida!
Quem conversa com Carlos se surpreende com a garra e o brilho nos olhos que ele mantém, mesmo ao contar sobre os momentos mais difíceis de sua vida. De repente, o homem bem-sucedido teve que aprender tudo de novo: sem nem ao menos conseguir mexer o pescoço.

Depois de quase oito anos, hoje Carlos percebe o quanto esse acidente não só mudou a sua condição física, mas também toda a sua vida.

Ele escreveu um livro sobre sua trajetória, aprendeu a tocar gaita, parou de beber, fez novos amigos e estuda Terapia Ocupacional na USC – Universidade do Sagrado Coração em Bauru.

Apesar das dificuldades do dia a dia, principalmente de locomoção, já que Bauru não é uma cidade com fácil acesso, Carlos diz que sempre faz tudo o que tem vontade e não fica reclamando da vida.

“Eu nunca me fiz de ‘coitado’ e encho a boca para falar isso. Mas acredito que todo mundo tem problema e todos são dos mesmos tamanhos. Quando esse problema deixa de ser um monstro pra gente, começamos a superar. Então, deixa rolar porque com o tempo tudo se resolve. Só não podemos ficar parados. Se não agirmos, nada irá se resolver. E falando de uma forma bem sucinta para quem costuma fazer ‘mimimi’: ‘toma vergonha na sua cara!’”

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