"Hoje, eu vivo muito mais do que antes. Sou mais Feliz!", Alessandra Gianini
“Hoje, eu vivo muito mais do que antes. Sou mais Feliz!”, Alessandra Gianini

Planejamos uma vida inteira para que tudo ocorra conforme nosso gosto, mas, alguns acontecimentos fazem com que tenhamos que desfazer dos nossos planos e começar a traçar outros caminhos do zero.

Foi o que aconteceu com a bauruense Alessandra Gianini, que teve metade de uma das pernas amputadas após sofrer um acidente. E a mudança de uma hora para outra não foi fácil de ser encarada e, no começo, ela até se sentiu um pouco frustrada por interromper uma vida que seguia conforme sonhado. Mas, com o tempo, Alessandra aprendeu a viver de uma forma diferente.

Com a ajuda de muletas, Alessandra conseguiu sua independência, mas a auxiliar administrativa quer mais. Com o apoio de uma amiga, surgiu a ideia de fazer um calendário para arrecadar fundos para a compra de uma prótese. Assim, ela busca a ajuda das pessoas para conseguir dar mais um passo sozinha.

Nós do Social Bauru conversamos com a bauruense para conhecer um pouco mais a sua história e como podemos ajudá-la. Confira:

– Recentemente, você sofreu um acidente que mudou sua vida, certo? Como foi isso?

Sim. Antes do acidente eu era noiva, estudante, dona de casa, independente e havia acabado de comprar meu apartamento. Ia casar e todos os meus sonhos estavam se tornando realidade! De repente tudo mudou, eu acordei solteira, não consegui concluir a faculdade e ainda por cima não tinha metade de minha perna esquerda. O que me fez pensar se um dia teria minha vida normal de volta. Principalmente uma pessoa que me aceitasse como eu estou.

– Como foi, de repente, se ver sem uma perna?

No começo foi bem difícil. Dizia para minha mãe que quando eu fosse para a casa eu não ia querer receber visita. Que eu ia ficar trancada no quarto. Que ninguém mais iria querer se casar comigo. Como eu iria fazer as coisas sem metade da perna, sem poder andar? Ter minha dependência? Fazer as coisas que realizada antes, como por exemplo, levar meu prato de comida na mesa, correr, escalar, descer e subir escada?

– E o que te deu força para continuar vivendo e seguir em frente?
Sempre fui uma pessoa bem positiva. Tento sempre ver o lado bom das coisas e aprender com as ruins. Como havia dito, foi bem difícil, mas comecei a observar pessoas ao meu redor. No hospital mesmo, aprendi a dar valor no que eu tinha, que era toda minha outra perna e meus movimentos e, principalmente, minha consciência. Minha colega de quarto era tetraplégica e respirava por bomba de oxigênio e, às vezes, perdia sua consciência. Fui observando que meu caso não era tão ruim assim.

– Por que você decidiu fazer o calendário? Como surgiu esta ideia?

O calendário é uma ideia da Daniella Yamauti, que fez a proposta de fazer um ensaio fotográfico e perguntou o que eu achava. Eu, que gostaria de ter feito um ensaio desde adolescente, topei na hora. Juntas fomos amadurecendo a ideia, escolhemos o tema e fizemos o ensaio. Ela mobilizou uma galera que ajudou com as fotos, roupas e acessórios.

– Qual a finalidade dele?

A finalidade do ensaio foi criarmos um calendário que será vendido a todos os interessados. O dinheiro que arrecadarmos servirá de fundos para a compra de uma prótese.

– Você contou com a ajuda de outras pessoas?
Sim, logo que sofri o acidente, o Armazém Bar se mobilizou e fez um evento beneficente para mim. O Marcelo Paro também doou uma tattoo no valor de 5.000 como prêmio de uma rifa. O Exilio Art Pub fez um evento beneficente para me ajudar. A Daniella Yamauti ajudou com a edição das fotos do calendário, o Celso Mellani com as fotos no estúdio, além das lojas: Tanger, New Age e mania de Puff com roupas e acessórios.

– Como a população pode te ajudar?
Gostaria que alguma empresa gráfica se mobilizasse e me ajudasse a patrocinar as impressões do calendário.
– Hoje, olhando para trás, o que você acredita que mais tenha mudado em sua vida, após o acidente?
Tudo. Principalmente a forma como vejo a vida hoje. Hoje, eu vivo muito mais do que antes. Dou mais valor aos momentos e a família. Não me restrinjo, não me limito. Saio bastante, me divirto, viajo. Sou mais Feliz!

– Para quem está passando por um momento de dificuldade, como você passou, quais palavras de incentivo você pode dar?
Tudo que posso dizer é: não perca a fé e nem a esperança, tudo dá certo no final. A vida é uma só e temos que aproveitar. Precisamos aprender a ver o lado bom das coisas e não só ficar nos lamentando pelas ruins. Infelizmente aprendemos o contrário, mas precisamos ter força e evolução para agradecer tudo o que temos enquanto outros tem menos que nós.

Para entrar em contato com a Alessandra, acesse:
Facebook: www.facebook.com/AlessandraGianini
E-mail: [email protected]

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