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Quem conheceu Franco Junior na infância até duvida que aquele menino extremamente tímido se tornou um homem que consegue falar para 2 mil pessoas. Mas não pense que ele nasceu com algum dom divino e por isso consegue dominar qualquer plateia. É tudo questão de treinamento e muito estudo.

“Eu costumo dizer que o dom é a prática. A partir do momento que você coloca todas as técnicas em prática, você desenvolve. Eu, por exemplo, fui uma criança muito tímida e comecei a trabalhar com comunicação para vencer isso. Eu não tinha dom nenhum”, afirma.

Ao longo da carreira de 14 anos, Franco já teve que falar para apenas sete pessoas, enfrentou públicos com ideias diferentes das suas e, hoje, aprendeu a conviver com o uso abusivo de celulares e redes sociais. Além dar os cursos e palestras em todo o Brasil, atualmente, o profissional se juntou ao time de Silvia Patriani, proprietária da maior empresa de palestras da América Latina.

Alguma dúvida de que aquele menino extremamente tímido conseguiu dar a volta por cima? Confira o bate-papo:

Você considera que algumas pessoas têm o dom de falar em público?
Eu acho que, com treinamento, todo mundo consegue falar em público. Até uma pessoa extremamente tímida consegue se desenvolver. Eu costumo dizer que o dom é a prática. A partir do momento que você coloca todas as técnicas em prática, você desenvolve. Eu, por exemplo, fui uma criança muito tímida e comecei a trabalhar com comunicação para vencer isso. Eu não tinha dom nenhum.

Era aquela pessoa que sofria quando tinha que apresentar um trabalho na escola, né?
Nossa, era terrível! (risos) Toda vez que eu tinha que ler em voz alta era muito ruim. Por isso que qualquer pessoa pode melhorar a fala, a partir do momento que ela conhece como fazer. Falar em público é extremamente técnico. Com o tempo, você absorve isso e tudo fica natural.

Então o seu primeiro passo foi fazer um curso?
Isso, depois eu fiz Jornalismo e me especializei em comunicação oral. Há 14 anos eu abri um instituto que ajuda as pessoas a falarem em público. Cada turma tem no máximo 20 pessoas porque é muito prático e o treinamento dura até 36 horas.

Os alunos são extremamente tímidos?
A maioria sim. Eu tenho quatro cursos principais e um deles é “O segredo de vencer o medo e falar em público”. Esse é o básico para quem é tímido. Depois, tenho “O segredo das grandes apresentações” e esse treinamento é para quem já fala um pouco em público, mas quer melhorar as suas apresentações. Também tenho “Como apresentar um TCC nota 10”, que é mais focado nessas apresentações.

Nossa, o terror de todo mundo, né?
Pois é! Outro dia um universitário veio me procurar e disse que precisava da minha ajuda para apresentar o TCC. Eu disse: ‘maravilha, eu te ajudo. Quando é o seu TCC?’. ‘É daqui a quatro anos! Comecei a faculdade agora e já estou preocupado com a apresentação.’ Um trabalho, por melhor que ele seja, não vai ser efetivo se a apresentação não tiver embasamento. Se você não fortalece aquilo que está escrito, sua nota não será um dez. E ainda tenho o quarto treinamento que é para advogados – ‘como falar bem e direito’. A gente tem a ideia que pessoas de algumas profissões, como advogados, professores e jornalistas, já falam bem por natureza. Mas nem sempre é assim. Alguns advogados morrem de medo de falar em público.

E você sempre se imaginou como palestrante?
Não, eu sempre sonhei em ser radialista, mas palestrante eu nunca pensei. Outro dia estava mexendo em umas coisas em casa e achei o microfone que eu brincava, quando era criança. Já me imaginava no rádio. Mas eu comecei a ser palestrante a partir do momento em que vi os amigos sofrerem ao falar em público. Hoje eu me sinto muito mais palestrante que radialista.

Você sente falta?
Não, acho que uma profissão completa a outra.

E você lembra de alguma palestra que tenha sido um desafio maior?
Não, cada uma é diferente da outra. Já aconteceu de eu estar esperando muita gente e chegar no local e ver somente sete pessoas. Mas eu sempre realizei a palestra, para quatro, cinco, quantas pessoas estivessem no local. Todo evento tem uma história diferente. Um dia, no meio de uma palestra, um cara levantou a mão e perguntou se podia dar a opinião dele, que era diferente da minha. Eu disse que sim e ele subiu no palco e ficou 22 minutos falando o ponto de vista dele! (risos) Então tem de tudo.

E ainda fica nervoso?
Sim, em todas as palestras e todos os cursos. Mas com o tempo você consegue disfarçar mais. Sem contar que nenhuma apresentação é igual a outra. O público é outro e as reações também são diferentes.

Você fica nervoso até para falar no rádio, mesmo com tantos anos de profissão?
Sim, bem menos, mas fico. Claro que o rádio te dá uma certa comodidade, já que você não vê o seu público, mas a audiência é maior que uma palestra.

Durante todo esse tempo de carreira, você sente que o público mudou?
Com certeza. Hoje as pessoas sabem a importância que a comunicação tem na carreira dela. E essa descoberta é cada vez mais rápida. Hoje já tem adolescente que já me procura para fazer o curso de comunicação. Eu percebo que isso mudou muito.

E como você consegue prender a atenção do público que, muitas vezes, está nas redes sociais no momento da palestra?
Então, hoje eu trabalho com a empresária Silvia Patriani que tem a maior empresa de comunicação corporativa da América Latina. E ela sempre fala da tecnologia que também chegou em suas palestras. Por causa disso, hoje eu tenho em QR Code que eu já disponibilizo no material da minha palestra. As pessoas mexem sim no celular, mas é sobre o que eu estou falando. Nesse QR Code, ela tem acesso aos vídeos, ao resumo, ao conteúdo da palestra. Ela também pode estar no celular e comentando nas redes sociais o que ela está ouvindo. Então, na verdade, o problema é se em uma auditório de 100 pessoas, 99 estiverem dispersas. Aí existe um problema. Essa movimentação de celulares é importante, até porque cada pessoa entende melhor de uma forma. Algumas preferem só ouvir, já outras gostam de anotar. Não significa que ela está mexendo no celular porque está dispersa. É por isso que eu tenho que conhecer o meu público e eu volto lá no começo: é tudo técnica e prática.

Para saber mais sobre o trabalho de franco Junior, acesse: www.francojunior.com.br

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