supermae2

Nos dias de hoje é até difícil ouvir de uma mulher: “nasci para ser mãe”. Com tantos planos para a carreira, esse sonho já não faz mais parte da vida de muitas mulheres. Não para Patrícia Becker, esposa do jogador do Paschoalotto/Bauru Basket, Murilo Becker, que sempre sonhou em ver a sua casa cheia de filhos.

Depois de dois anos fazendo tratamento para engravidar, Patrícia, que também é mãe de Eduarda de sete anos, conseguiu algo que nunca imaginou: uma gestação de quádruplos. “Quando eu fazia tratamento em outra cidade, ouvi do médico que seria impossível engravidar de novo”, lembra.

Com a notícia da gravidez, vieram os dias de choque, seis meses de repouso absoluto, dez dias de internação, 50 dias acompanhando os bebês no hospital e algumas cirurgias por conta do parto. Tudo encarado com a maior alegria e o brilho nos olhos que ainda está lá, quase um ano depois.

“Prometi a Deus que nunca iria reclamar de nada, de ter que cuidar de cinco filhos, de não dormir, de passar as noites em claro, de amamentar mais de um ao mesmo tempo. Eu me sinto completa assim e agradeço a Deus por Ele ter confiado em mim e ter dado cinco filhos DELE para eu cuidar. São cinco vidas Dele que eu estou criando e cuidando. Eu me sinto muito privilegiada por isso”.

Mesmo ainda em recuperação – Patrícia fez a última cirurgia por conta do parto há uma semana – a pedagoga recebeu a equipe do Social Bauru em sua casa para um bate-papo sobre maternidade. “Meus filhos são as melhores coisas da minha vida. Eu me sinto completa e agradeço todos os dias”.

Confira:

Você fez tratamento para conseguir engravidar?
Patrícia: Sim e coloquei três óvulos de uma vez. Pela minha idade eu nem poderia colocar os três, só dois. Mas eu queria muito porque, como já estava fazendo o tratamento há dois anos, eu queria ter mais chances. E aí nós brincamos na sala que, se o Murilo fizesse uma cesta de três pontos, ele iria colocar três óvulos. Mas era quase impossível porque o Murilo não é chutador de três. Mas, na primeira bola do jogo, ele fez uma cesta de três pontos. A primeira bola! E aí ele colocou os três óvulos. Depois de 15 dias eu fui fazer o primeiro exame de sangue e tinham me falado que, se o resultado fosse até mil, um óvulo tinha vingado e assim por diante. O meu resultado deu 1690, então eu sabia que eram gêmeos.

supermae1

E quando você descobriu que na verdade eram quatro bebês?
Patrícia: Então, quando fomos à primeira consulta, insistimos para que o médico fizesse o ultrassom, apesar de ele ter dito que nem ia dar pra gente ver nada. Aí quando ele começou a fazer, ele falou para o Murilo sentar porque, se ele caísse, não ia dar para ninguém levantar! (risos) Nessa hora descobrimos que íamos ter três bebês. Com a notícia, o Murilo ficou em choque, mas eu fiquei superbem. Estava muito feliz. A partir dessa data, eu já comecei a fazer repouso absoluto. Não podia levantar da cama para nada! Era repouso total mesmo.

E a sua filha mais velha conseguiu entender essa fase?
Patrícia: Sim, conseguiu. Inclusive, ela me ajudou muito porque eu sou sozinha em Bauru, então era quem me ajudava. Foi a minha companheira. Mas ainda não sabíamos que íamos ter quatro filhos. Nós só descobrimos que eram quatro bebês quando eu fui fazer um exame, logo após sair do hospital. Eu tive um sangramento e fiquei dez dias internada. Aí, antes de fazer o exame, a enfermeira perguntou quantos bebês eram e eu disse que estava esperando trigêmeos. Ela respondeu:’ Você tem certeza?’ Eu disse que sim. Aí ela saiu da sala e para chamar um médico para conversar com a gente. Nossa, nessa hora, ficamos desesperados porque achávamos que eu tinha perdido algum bebê e que ela estava sem coragem para falar. Quando o médico voltou no quarto, ele deu a notícia. Aí a nossa reação mudou: dessa vez o Murilo ficou superfeliz e eu entrei em choque.

Você ficou muito tempo em choque?
Patrícia: Três dias. Eu chorei muito porque eu tinha problema de saúde. A minha primeira gestação já foi muito difícil, então eu achava que não ia conseguir levar essa gravidez adiante. Tanto que eu nem ia ao médico, ele que vinha até a minha casa para eu continuar com o repouso. Não fiz nada durante toda a minha gestação. Mesmo assim, o meu maior medo era o parto.

E foi tranquilo?
Patrícia: Sim, mas o médico achou melhor não me contar para eu não ficar muito nervosa. Nem o Murilo sabia que o parto já estava marcado. Eu descobri porque uma amiga contou que no hospital estavam comentando que no sábado, 7 de junho, ia ter um parto de quadrigêmeos. Aí eu fui no médico e ele disse que era verdade. Depois que saí do consultório, na quarta-feira até o sábado, o relógio parou. Eu estava muito ansiosa. Mas graças a Deus deu tudo certo e foi um parto rápido. Eu tive alta 24 horas depois, mas os bebês ficaram no hospital. O Gabriel e o Bernardo ficaram 37 dias, a Maya 38 e a Rafaela 50 dias.

Imagino o seu nervosismo…
Patrícia: Eu fui ao hospital todos os dias, duas vezes ao dia.

supermae3

E como foi ter todos os filhos em casa?
Patrícia: Nossa, eu estava muito feliz. Eu fiquei 22 dias sem poder pegá-los no colo, então não via a hora de ter todos aqui em casa. Por isso até prometi a Deus que nunca iria reclamar de nada, de ter que cuidar de cinco filhos, de não dormir, de passar as noites em claro, de ter amamentar mais de um ao mesmo tempo. O ruim é que agora estou enfrentando tudo de novo, porque durante dois meses não vou poder me mexer e nem pegá-los no colo. Agora é mais uma fase. Mas eu precisava dessa cirurgia para estar 100% inteira para eles.

Você sempre quis ser mãe?
Patrícia: Sim e sempre quis ter muitos filhos. Meu sonho era ter a casa cheia. Tanto que, quando eu fiz faculdade de Pedagogia, o Murilo me questionava porque eu não sonhava em dar aula e nem ter uma escola. Mas eu dizia que estava fazendo a faculdade para ajudar a criar os meus filhos. Eu sabia que teria muitos. Eu sempre quis ter cinco, seis filhos. Até gostaria de ter mais um, mas não vai dar.

Mesmo com todo o sofrimento, você ainda pensou em ter mais um filho?
Patrícia: E eu sofri muito. Ficar tanto tempo de repouso não foi fácil, passar pelas cirurgias depois e, principalmente, vê-los nos hospital. Essa fase foi muito difícil. Mas, mesmo assim, eu ainda gostaria de ter mais um filho.

O que você acha que mais mudou em você depois que você foi mãe?
Patrícia: Ah, acho que mudou tudo. Hoje eu não estou mais sozinha, não posso pensar só em mim. Eu não tenho mais o privilégio de ter o horário livre para mim. O horário não é mais meu, é deles. Mas é só assim que eu me sinto completa. Antes eu sentia falta disso, não era tão feliz, porque não tinha realizado o meu sonho de ser mãe. Claro que não imaginava que seria tudo de uma vez, mas sempre soube que Deus ia me dar o privilégio de ter muitos filhos. Agora eu sei que nunca mais estarei sozinha. Sempre vou ter alguém perto. Meu maior sonho é conseguir vê-los crescer.

Você se sente uma supermãe?
Patrícia: Sim porque eu sei que não é fácil, mas consigo dar conta. Meus filhos são as melhores coisas da minha vida. Eu me sinto completa e agradeço todos os dias.

Compartilhe!
Carregar mais em Comportamento
...

Verifique também

Corrida dos Namorados do Bauru Shopping está com inscrições abertas

O evento esportivo mais romântico de Bauru já está com as inscrições abertas! A TF Experie…