estudante bauru
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Isabela Giusti Tonelli sempre amou ficar olhando o céu e admirando as estrelas. Até que percebeu que esta poderia ser a sua profissão! A estudante é uma das 15 pessoas que passou em astronomia, um dos cursos mais concorridos da USP. Depois de se dedicar aos estudos por dois anos, além de conseguir entrar na faculdade que tanto queria, Isabela ainda passou em todos os vestibulares que prestou: enfermagem na Unicamp, física na USP e em primeiro lugar em física médica na Unesp.

“A gente tem que acreditar e fazer tudo para ir atrás dos nossos sonhos. Nada é fácil e a gente tem que batalhar por isso. Mas se vamos atrás, conseguimos tudo o que queremos. Eu acredito nisso”, afirma a estudante de 20 anos.

Neste bate-papo, Isabela fala sobre a rotina de estudos, a dificuldade que passou depois que entrou na USP – já que não tinha dinheiro para morar em São Paulo – e comentou sobre o seu maior sonho: trabalhar na Nasa. Confira!

Você sempre gostou de estudar?
Isabela: Sim, sempre gostei. Com cinco anos eu já tinha sido alfabetizada.

E o que você mais gostava de estudar?
Isabela: Eu sempre gostei de coisas que faziam sentido para mim. Quando eu fui apresentada à física, na oitava série, eu já gostei. Lembro da primeira vez que eu vi porquê o chão é gelado quando a gente pisa. Nossa, quando eu aprendi aquilo, tudo começou a fazer mais sentido! E eu comecei a gostar cada vez mais porque a física explica tudo o que acontece.

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Além de física, em quais outros cursos você passou?
Isabela: Eu prestei física, física médica, enfermagem e astronomia. Passei na Unicamp em enfermagem, em primeiro lugar na Unesp em física médica e em astronomia e física na USP.

E você sempre quis prestar estes cursos?
Isabela: Na verdade, antes eu prestava medicina. Tentei por dois anos, mas não era o que eu queria. Eu acho que tinha o medo de admitir para mim que eu queria astronomia.

Por quê?
Isabela: Porque eu não sabia qual era o campo de trabalho, não sabia o que fazia uma pessoa formada em astronomia. Não tinha muita noção e nem sabia que o curso também tinha no Brasil. Depois eu comecei a pesquisar e vi que tinha na USP, no campus de São Paulo e conheci melhor a área de atuação. Foi aí que eu vi que queria mesmo cursar astronomia. E isso foi só o ano passado.

E como era a sua rotina de estudos?
Isabela: Eu sempre levei os estudos muito a sério mas, a partir do segundo colegial, eu comecei a me dedicar mais ao vestibular. Estudava no ensino médio de manhã e passava a tarde estudando a matéria que os professores tinham dado na escola. Já o cursinho era integral e eu estudava das 7h às 18h. Era bem puxado. Por causa disso, eu sempre procurei ter um tempo para relaxar. Acho muito importante isso. Então, o que eu gostava de fazer era correr na Avenida Getúlio Vargas. Corria 5km todos os dias, assim que saía do cursinho. Aí eu chegava em casa, tomava banho, jantava e estudava até umas 23h novamente. Mais perto do vestibular, eu comecei a focar nas matérias específicas, como física e matemática, além de redação. E eu sempre aproveitei muito cada aula e sempre perguntava tudo aos professores. Se eu não perguntasse, teria que me virar sozinha em casa, né? Aí ia ser pior. Então em casa eu fazia mais os exercícios das matérias que já tinha estudado no cursinho.

Você estudava aos finais de semana também?
Isabela: Nos finais de semana eu não estudava. Sexta-feira à noite já era a hora que eu relaxava e nem pegava nos livros no final de semana. Acho muito importante ter um tempo para relaxar e acho errado quem estuda aos finais de semana. Agora que estou na faculdade, não consigo ficar sem estudar, mas ainda acho muito importante ter um tempo para relaxar. Já tem muita pressão, se você cria mais ainda, em setembro você já está exausto e em novembro você não vai ter cabeça para fazer a prova. Então, sexta-feira eu guardava o livro e só abria na segunda.

E você conseguia se desligar?
Isabela: Quando estava chegando perto do vestibular, eu não conseguia mais! (risos). Mas antes eu consegui sim, saía com os meus amigos e tinha uma vida normal.

E decidir qual faculdade iria fazer foi difícil?
Isabela: Foi sim. Na verdade, foram três semanas seguidas de respostas das universidades.
Primeiro saiu a Unesp, depois saiu física na USP, depois Unicamp e por último astronomia. Até então, eu estava muito em dúvida: entre física médica e física. Mas quando saiu astronomia eu não tive mais dúvidas! Era o que eu mais queria!

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E o que você está achando do curso?
Isabela: Nossa, estou amando! É muito melhor do que eu imaginava. Claro que é puxado e eu tenho que estudar muito – tenho aulas o dia todo! Mas era tudo o que eu queria. Eu amo céu, estrelas, buraco negro… todas essas coisas. Então, poder estudar isso e entender como as coisas acontecem e o porquê de tudo é muito bom. Eu ficava olhando para o céu e pensando um monte de coisa… (risos).

Como é a sua rotina de estudos agora?
Isabela: Olha, ela continua pesada! (risos). Mas é muito bom estudar o que você sempre quis. E eu continuo tendo um tempo para relaxar. Todo dia, quando chego da faculdade, eu coloco uma música para aliviar o estresse, tomo banho e estudo mais um pouco. Mas agora de final de semana eu tenho que estudar porque é muita matéria que tenho.

Esta é a primeira vez que você está morando longe da casa dos pais?
Isabela: Sim, a primeira vez.

E como etá sendo?
Isabela: Ah, no começo foi bem difícil! Primeiro porque eu tinha que me acostumar com a cidade e ter que se virar com tudo longe dos pais não é fácil. O campus da USP é gigantesco; é como uma cidade. Então eu me perdia sempre na faculdade e era ainda mais difícil porque eu não conhecia ninguém lá dentro. E eu ainda tive problema na moradia, já que não tinha lugar para morar no começo.

Por que você teve este problema?
Isabela: Eu não tinha como pagar um lugar para morar, mas não desisti de prestar o vestibular. Eu sabia que eu ia conseguir dar um jeito e acabou dando tudo certo. Eu recebi ajuda no começo, hoje estou numa república e ainda estou tentando conseguir uma vaga no alojamento. É muito difícil e burocrático, mas eu tenho certeza que vou conseguir.

Então, além do desafio das provas, você teve que encarar este problema de não ter moradia?
Isabela: Pois é! Foi bem pesado… ainda estava longe dos meus pais. Mas eu fui e deu tudo certo.

E você não teve vontade de desistir?
Isabela: De jeito algum! Eu sabia que tudo era momentâneo e estava realizando o meu sonho. Se eu voltasse, eu iria me arrepender. Poxa, eu tinha estudado tanto para estar ali, então não podia desistir. Eu sempre sonhei em estudar na USP. Então, eu não tinha batalhado tanto para desistir porque estava difícil ou porque estava com saudade… fico até três meses sem voltar para Bauru. Mas sei que é tudo momentâneo. Se a matéria está difícil, eu vou aprender. Se eu não tenho moradia, sei que vou conseguir. E se for desistir, vou fazer o que com o meu sonho? A gente tem que acreditar e fazer tudo para ir atrás dos nossos sonhos. Nada é fácil e a gente tem que batalhar por isso. Mas se vamos atrás, conseguimos tudo o que queremos. Eu acredito nisso.

E quais os conselhos que dá para quem está passando pelas mesmas coisas que você?
Isabela: Olha, tem que ter foco. Eu não abdicava da minha vida social nos finais de semana, mas de segunda a sexta sim. Eram os dias que eu estudava, então tem que ter disciplina.

E o que você mais quer para a sua carreira?
Isabela: Eu quero trabalhar na Nasa e o meu foco é fazer pesquisa. Ainda não sei qual área da astronomia eu vou seguir. Mas assim como outro profissionais, quero o melhor para mim. O que eu mais quero na astrponomia é deixar meu nome na ciência.

E para finalizar: por que o chão está gelado quando a gente pisa?
Isabela: Na verdade, o nosso corpo está quente e o chão está na temperatura normal, então a sensação que dá é que o chão está mais frio… (risos).

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