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O Linkedin é uma rede social destinada a profissionais e possui mais de 400 milhões de usuários. Nela, você pode construir sua identidade profissional online, manter contato com outros profissionais, encontrar oportunidades de negócios e novos empreendimentos e, ainda, saber sobre as notícias do setor em que trabalha.

Além disso, é possível publicar artigos próprios que podem ser visualizados por qualquer um. Em média, são publicados mais de 40 mil artigos em português por mês no Linkedin por profissionais de diversas áreas.

No último dia 12, a rede social fez uma lista com os 15 usuários que mais se destacaram durante o ano levando em consideração o engajamento gerado, o crescimento de seguidores, o número de vezes que o usuário foi destacado em um dos canais da rede e a diversidade de assunto.

Em quarto lugar da “Top Voices: brasileiros que se destacaram no Linkedin em 2016” está a bauruense Flávia Gamonar, pesquisadora doutoranda, professora e co-founder da Content Review.

Em seu Linkedin, ela escreve sobre carreira, marketing, empreendedorismo e inovação . O artigo que mais se destacou foi “Para todos aqueles que já choraram escondido no banheiro da empresa”, que possui hoje, atualmente, com 500 mil visualizações.

Em entrevista para o Social Bauru, Flávia contou um pouco da história e como está sendo ser reconhecida por seu trabalho:

1- Como você vê o Linkedin nos dias de hoje, já que em um artigo postado na rede social você diz que o currículo vitae acabou?
O LinkedIn está ganhando força e mostrou que vai muito além de uma mera rede social ou de apenas um currículo online. A partir do lançamento da plataforma Pulse, que permitiu escrever artigos e publicá-los em seu perfil, o currículo foi estendido para uma vitrine viva e dinâmica que permite aos profissionais compartilhar um pouco do que sabem e viveram. É a melhor forma de se mostrar; do popular colocar a mão na massa. Quando escrevi o artigo falando sobre “o fim do curriculo vitae”, a intenção foi mostrar que o mercado mudou, que palavras colocadas em um papel, nem sempre dizem muito sobre a pessoa, que saber fazer e ser flexível é mais importante que um monte de títulos e certificados. Muitas contratações já são feitas assim. Tenho um amigo que nunca pede currículo, quer olho no olho pra ver se existe brilho e garra e um outro só pede que o candidato escreva um texto sobre si mesmo e a vaga. Eu mesma já fiz processos seletivos e entrevistei candidatos cujo currículo entregue era péssimo e fraco, mas pessoalmente mostrou-se alguém incrível e também o contrário, gente que no currículo era o máximo, mas pessoalmente não sabia nem se apresentar direito. A concorrência é enorme e marcas estão apostando em conteúdo relevante para aparecer em meio a tantas outras. Agora os profissionais também começam a perceber que precisam se mostrar mais, cuidar de seu marketing pessoal e que produzir conteúdo relevante sobre sua área de atuação será uma maneira de ser visto e se tornar uma referência.

2- Como você se sente estando em quarto lugar do ranking Top Voices de 2016, sendo a primeira mulher do ranking?
Quando comecei a escrever no Linkedin, em agosto de 2015, eu jamais imaginava que seria lida por tanta gente. Eu, que me graduei em Letras, mas não era apaixonada pela área, não pensava que anos depois conseguiria unir o que aprendi no curso, o gosto pela escrita, tecnologia e mídias sociais, um mix que se tornou meu trabalho atual. Pelo LinkedIn, semana a semana meus textos ganharam visibilidade e eu persisti. Vários meses depois recebo a notícia que em meio a milhões de usuários da rede no Brasil e de 12 mil artigos semanais, eu estava citada como uma das autoras mais populares, em quarto lugar. É muito gostoso poder compartilhar com as pessoas, doar um pouco do que sei nunca me doeu ou fez falta, pelo contrário, só me trouxe coisas boas. Achei bem bacana a iniciativa do LinkedIn de trazer o Top Voices para o Brasil.

3- Você acha que a mulher está ganhando mais visibilidade em espaços ocupados majoritariamente por homens?
Sim, está. Mas penso que isso está acontecendo de uma forma geral, as pessoas estão descobrindo que podem ir além, que está nas mãos delas ir atrás e buscar estar perto do que as satisfazem. Quando falamos sobre conteúdos, como os que produzo, não existe uma divisão entre homem e mulher. Se o seu texto é bom, se ele toca as pessoas, ninguém quer saber quem você é ou o que você faz. O mesmo vale para palestras. Começar contando histórias em vez de ler seu currículo inteiro é o que engaja. Definitivamente o mundo agora é de quem faz, não importa nada além.

4- Como bauruense, a internet auxilia na hora de mostrar o trabalho mesmo sendo do interior? E como as pessoas podem tirar vantagem dessa ferramenta?
Hoje meus clientes estão em várias cidades do Brasil. Palestrei e dei aulas em vários lugares e não fico limitada à minha cidade. A internet e o alcance que consegui escrevendo e mostrando meu trabalho me fizeram não ter barreiras. É claro que depende do segmento e da área de cada profissional. Como trabalho com marketing digital, eu consigo atender a distância, mas também adoro a falta de rotina e as viagens. Sempre aprendo muito e conheço gente incrível. Qualquer profissional pode utilizar essas ferramentas, escrever artigos no LinkedIn é gratuito, não precisa ter conta premium. E o próprio Facebook eu encorajo que as pessoas usem de uma forma estratégica. Muitas vezes estou conectada a pessoas das quais poderia precisar de um serviço, mas como não se mostram por achar que ali só tem espaço para amigos e família, acabam perdendo oportunidades.

5- Você esperava tantas visualizações quando entrou na rede social?
Não esperava. Meus primeiros artigos eram bem ruinzinhos e não passavam de 50 visualizações. Hoje tenho um artigo com quase 2 milhões de views escrito em 2015 e outro que fiz há poucas semanas está na casa dos 700 mil. Mas eu não olho apenas isso, analiso o engajamento, os comentários e compartilhamentos, o quanto as pessoas estão se identificando. Em nenhum momento escrevi por interesse, nunca me forço a escrever, os insights aparecem no dia a dia e escrevo dando meu melhor sobre o tema, naturalmente o resultado vem. As pessoas percebem quando você escreve apenas interessado em retorno, fica algo muito falso. O bom conteúdo não pode ser mais do mesmo ou escrito de forma muito quadrada. Mostrar-se mais real, humano, que tem fracassos e vitórias ajuda nessa identificação. Eu fico surpresa quando as pessoas me dizem que tal texto mudou o dia ou a vida delas ou quando me encontram pessoalmente, me reconhecem e citam frases específicas que falei em algum artigo e como aquilo a impactou.

6- Algo mudou depois disso? Teve alguma oportunidade diferente?

Sim, completamente. Em 2014 eu estava desempregada e isso durou 6 meses. Na época, eu não usava bem o LinkedIn e ainda não escrevia. Consegui me recolocar, mas logo fui vendo que o lance de escrever me ajudaria muito. Por meio dos textos pude palestrar em eventos incríveis pelo Brasil, fui convidada a dar aula em universidades bacanas, atendi mais clientes, escrevi para blogs bem legais e até fui convidada a ser diretora de marketing de uma startup. Fiquei lá por um mês para experimentar, mas como não era em Bauru e envolvia muitas viagens, eu preferi recuar e voltar a focar no meu projeto pessoal. De todo modo, foi uma oportunidade enorme com a qual aprendi muito. Além disso, diariamente chegam proposta de todo tipo: pra ser mentora, pra ser sócia de startups entrando apenas com meu conhecimento, entre outros. É preciso ter foco, saber o que se quer e não se deslumbrar. Foi todo esse movimento que me permitiu pedir demissão no começo do ano e apostar no meu negócio, que me traz a flexibilidade que preciso para dar aulas, viajar e fazer meus horários, sempre buscando qualidade de vida. Essa flexibilidade que também me permitiu cursar as aulas do doutorado que estou fazendo. Aliás, no doutorado eu foquei em algo bastante relacionado à produção de conteúdos, a questão da credibilidade e do engajamento de textos em mídia digital.

7- Tem planos?

No primeiro semestre de 2017 finalizo e publico meu primeiro livro contando toda essa experiência e estou bem animada. Também estou focando na startup que lancei com outras duas especialistas em conteúdo e marketing chamada Content Review Brand Yourself, da qual ajudamos profissionais a projetar e promover sua imagem para avançar em suas carreiras. Já estou com a agenda repleta de aulas em universidades bem bacanas e seguirei focando na minha pesquisa do doutorado. É importante ter metas, saber o que se quer. Foi assim que sempre consegui avançar profissionalmente.

Veja a lista “Top Voices” do Linkedin completa: www.linkedin.com/top-voices-os-brasileiros

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