Você provavelmente já deve ter escutado alguma música do DJ Alok. Com mais de 3,5 milhões de curtidas no Facebook, o DJ tem participado de festivais de música eletrônica ao redor do mundo.

“Hear Me Now”, uma de suas músicas mais famosas, tem um videoclipe com 74,428,962 visualizações no Youtube e o mais interessante é que um dos escritores e diretores do clipe foi um bauruense.

A gente foi conversou com o Caio Amantini para saber mais sobre como foi trabalhar o DJ Alok. Confira:

– Como surgiu a oportunidade de trabalhar com o DJ Alok?
Foi uma surpresa pra gente! Tínhamos lançado nosso primeiro videoclipe para o Malik Mustache e quando estávamos em pós-produção do segundo, o Lekko do Malik nos ligou e disse que o Alok tinha visto nosso clipe e o empresário dele estava pedindo nosso contato. A partir daí começou uma primeira sondagem pra produzirmos um videoclipe pra ele.

– Como foi decidir o roteiro do videoclipe?
Foi bem rápido, em uma semana aprovamos o roteiro e já começamos a pré-produção. A princípio, o Alok nos tinha passado um comercial como referência e se tratava de uma relação de pai e filho muito emotiva. A partir disso, tivemos a ideia de contar sobre a mudança de papéis dentro de uma família em que o patriarca sofre de Alzheimer. Tanto eu como o Raphael tivemos casos na família, então muitas situações do clipe são baseadas em coisas reais que aconteceu com nossos parentes. Tanto o roteiro como a produção foram muito corridos. Tivemos duas semanas de pré-produção e três dias seguidos de gravação que foram bem puxados. Os maiores problemas que tivemos foram as trocas de luzes em cena para criar a sensação de transição entre lembranças e dias atuais, porque esses planos pediam muita sincronia entre a equipe técnica e os atores, mas no final acho que tudo acabou saindo como planejamos.

– O que achou do resultado?
O resultado foi muito além do que imaginávamos, nunca passou pela minha cabeça que tanto o videoclipe quanto a música chegariam a estes números. Foi uma loucura quando começamos a receber mensagens de gente de todo o mundo elogiando o videoclipe, muitas pessoas que estão vivendo essa situação de ter que cuidar de seus pais ou avós vieram nos agradecer pela maneira como mostramos esse tema. Realmente foi uma emoção muito grande toda essa repercussão que teve o videoclipe e o carinho que recebemos.

Este não foi o seu primeiro trabalho, né? Como começou a escrever e dirigir videoclipes?
Não. Eu estudei Publicidade e estagiei um tempo na área, depois comecei a estagiar em audiovisual, daí surgiu o interesse em estudar cinema. Busquei um monte de faculdades e descobri que a Luana Guareschi, também de Bauru, estava estudando cinema em Buenos Aires. Ela me ajudou muito nesse processo de mudar pra cá. Ultimamente estamos trabalhando juntos nos projetos e ela foi Assistente de Direção do videoclipe da música “Hear Me Now”, do Alok. Nos primeiros dias de faculdade, conheci o Raphael Pamplona e o Felipe Saleme, nos tornamos grandes amigos e cada um ajudava um pouco o outro com os projetos. O Raphael já tinha feito um videoclipe e veio com a proposta de fazermos o “ROCK U” do Malik Mustache, aí foi que saiu nosso primeiro projeto e seguimos ‘duplando’ desde então. O Felipe acabou retornando ao Brasil, mas continuamos com outros projetos.

Atualmente você não mora em Bauru, certo? Quando você se mudou da cidade? Tem vontade de voltar para cá?
Faz um tempo já que saí de Bauru. Em 2010, fui para São Paulo cursar Publicidade, morei cinco anos lá e vim pra Buenos Aires estudar cinema em 2015. Bauru é uma cidade muito gostosa de viver, foi difícil sair e me jogar em uma cidade tão grande como São Paulo, mas conseguia matar a saudade nos fins de semana. Agora ficou um pouco mais difícil, mas sempre que dá, eu volto para rever a família e os amigos. Tenho vontade de voltar, mas não agora, Buenos Aires está me proporcionando muitas coisas boas e tenho que aproveitar, mas espero sim um dia voltar a morar em Bauru.

Além da família, o que mais sente falta daqui?
Da família realmente acho que é o que mais pesa, mas também sinto bastante falta dos amigos, do clima, da calmaria da cidade, dos churrascos de fim de semana. Como disse, sempre tento voltar ao máximo para Bauru, quando vou embora sempre tem algo novo para sentir falta.

Muitos bauruenses estão envolvidos com audiovisual aqui na cidade. Qual o recado que você pode dar para estes jovens profissionais?
(Risos) Eu acho que não estou em um patamar para dar conselhos, estou começando minha carreira agora e não sou um diretor consagrado para poder passar tanta experiência. Do que aprendi até agora, no meio audiovisual, é que não importa a função que você está em uma gravação, você sempre vai aprender algo novo, trabalhar em diversos cargos sempre vai ajudar a abrir o leque e ver outras possibilidades de como filmar, seja como diretor, diretor de foto, de arte. Se tiver um cargo de gaffer, vai! De elétrico, gravando som, continuísta, montador, vai e grava! Quanto mais você define o que quer fazer mais chances você perde de aprender.

E quais os próximos passos na sua carreira? Quais os planos?
Temos algumas coisas já em andamento. Estamos em processo de pós-produção de um videoclipe. Vamos gravar outro no final de abril. A ideia é continuar com os videoclipes e ir buscando coisas novas, começamos uma conversa esse mês para adaptar uma peça teatral em longa. Eu pretendo gravar um curta meu entre esse ano e o próximo também. Acho que o próximo passo é seguir trabalhando com videoclipes que é algo muito gratificante de fazer e bom para brincar um pouco com linguagem e seguir em paralelo com o cinema.

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