Na última sexta-feira (07), o Observatório Didático de Astronomia (ODA) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) de Bauru deu início à coleta de dados sobre meteoros. O feito é resultado da nova parceria da Unesp com a Brazilian Meteor Observation Network ou Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON).

A primeira imagem e vídeo de um meteoro registrado foi às 22:24 (horário de Brasília) do dia 07 de janeiro de 2022.

A parceria entre o Observatório da Unesp e a BRAMON começou em 2015, por meio de Renato Poltronieri e Cristina Aparecida Romero Poltronieri. Entretanto, de acordo Prof. Dr. Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório, devido à falta de verba nos últimos anos apenas agora foi possível realizar a instalação de uma estação de coleta de dados.

A nova instalação conta com uma câmera especial fotossensível capaz de capturar imagens e vídeos de meteoros de noite. As informações obtidas são utilizadas para fins científicos, como produção de artigos e pesquisas nacionais e internacionais ligadas à Organização Internacional de Meteoros (IMO).

O projeto do Observatório intitulado PATRICIA (Patrulhamento Investigativo do Céu por Imageamento Automático de meteoros) conta com alunas bolsistas e voluntárias de Iniciação Científica, Helena Ferreira Carrara e Tainá Bueno de Andrade. De acordo com o professor, elas serão treinadas a receber formação específica para realizar as análises das imagens capturadas dos meteoros com a nova câmera da estação recém-inaugurada.

“Nosso trabalho todos os dias de manhã é abrir o diretório da câmera e eliminar as imagens que não são meteoros. Por ser uma câmera que registra tudo o que se movimenta, ela capta muitos pássaros noturnos voando, aviões, satélites, os próprios meteoros, vagalumes…”, informa. “As filmagens que são meteoros partem para a análise para descobrir de que órbita vieram, se vieram da órbita Marte e Júpiter, onde ficam grande parte dos asteróides, se ele é um resto de algum cometa conhecido ou se ele veio de algum lugar que não foi catalogado pela NASA ou pela União Astronômica Internacional”, complementa.

Ainda segundo ele, esse projeto da BRAMON já descobriu chuvas de meteoros graças às estações iguais a essa espalhadas por todo território nacional. Atualmente, a BRAMON conta com 93 estações divididas por 20 estados do Brasil.

Rodolfo explica que o PATRICIA possibilita o registro de um mesmo meteoro a partir de vários ângulos de vista diferentes, dependendo em qual cidade a câmera está instalada.

Essa tática, conhecida como triangulação, contribui para obter dados importantes sobre o mesmo objeto, tais como: o horário exato da entrada dele na atmosfera terrestre, sua velocidade, ângulo de incidência em relação ao solo, altitude de início e término de emissão de luz, magnitude máxima de intensidade de brilho, se houve explosão ou desintegração, e os dados orbitais para descobrir o local de origem deste meteoro do Sistema Solar.

Além disso, se houver queda, é possível calcular com relativa precisão o local, possibilitando o resgate e a coleta física do meteorito.

Outro benefício da novidade é que a estação é mais um lugar para a visitação de pessoas que frequentam o Observatório, como público geral e escolar.

“As pessoas que visitam o Observatório poderão aprender um pouco mais sobre a importância desse tipo de monitoramento, de patrulhamento de meteoros ”, finaliza.

Serviço

Observatório Didático de Astronomia de Bauru
Local: Estrada Municipal José Sandrin, s/n (5,91 km)
Telefones: (14) 3103-6030 ou 3203-3649.
Instagram: @obsbauru
Facebook: www.facebook.com/obsbauru

 

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