Estão abertas as inscrições para participar do Museu Bioma, museu virtual destinado à arte digital brasileira.

As inscrições vão até o início de setembro e podem ser feitas por meio deste link. Elas são reservadas a artistas visuais do Brasil com mais de 18 anos que desejam compor o acervo com artes digitais de forma gratuita.

Pintura e desenho digital, fotografia, animação, montion art 2D e 3D, vídeo-arte, esculturas 3D, curta, documentário, sound-imagem e registro de performance ou instalação desenvolvidas entre 2012 e 2022 podem participar da primeira seleção.

Como nasce um museu digital?

O Museu Bioma é uma iniciativa idealizada e promovida por Vannie Gama, que cursou Artes Visuais da Unesp de Bauru, como resultado de uma série de experiências que vivenciou durante a pandemia.

O isolamento imposto pela Covid-19, que maximizou a convergência entre o real e o digital, está entre os motivos. Somam-se a ele, a experiência de Vannie com a série de pinturas digitais sobre as queimadas no Pantanal em 2020 e o aumento do mercado de artes NFTs, obras com certificados de autenticidade que garantem exclusividade de objetos e artes virtuais. Mas não só.

O mestrado de Vannie na Unicamp, onde estuda a acessibilidade do público à arte contemporânea, foi primordial para o nascimento do Museu Bioma, que leva esse nome justamente por ser um espaço digital-real “ao qual transitamos na última década com maior intensidade”, informa Vannie durante entrevista.

Dentre as inspirações de modelo está o Museu do Isolamento, museu digital que surgiu durante a pandemia trazendo retratos sobre o isolamento.

Para quem faz e quem consome

Ainda em construção, como mencionado, o Museu Bioma tem como intuito facilitar o acesso à arte para quem consome, já que por meio de um dispositivo com conexão à internet é possível acessá-lo, seja pelo site ou perfil nas redes sociais. Aqui, não é necessário deslocamento a grandes centros culturais ou coisa do tipo ou ser uma pessoa inserida no meio.

Além disso, tem como propósito promover artistas que, muitas vezes, ficam na invisibilidade.

“Nós, artistas LGBTQIA+, pessoas não-brancas e/ou não normativas, a gente não tem um certo acesso às coisas […] Quando eu ia em um museu antigamente, era muito difícil que eu visse uma obra indígena ou que eu visse um grafite ou uma expressão de performance com tamanha liberdade”, informa Vannie.

Mas, afinal, o que é arte digital?

A arte digital é aquela criada dentro de um espaço digital por meio de softwares e hardwares específicos. Ela pode ser uma fotografia, um vídeo arte ou até mesmo um gif. Para além das técnicas analógicas, há inúmeras possibilidades de fazer arte hoje em dia.

Sobre Vannie Gama

“Acho que sou um inventor interdisciplinar”, resume Vannie, 25, sobre si. Hoje, mora em Limeira-SP, mas, teve em Bauru, as primeiras experiências enquanto artista, isso porque estudou e se formou na área pela Unesp-Bauru.

Foto: arquivo pessoal

“Minha primeira exposição foi no Teatro Municipal de Bauru em parceria com a Unesp”, lembra.

Poliglota que permeia a interdisciplinaridade, Vannie se dedica aos estudos e aplicações sobre à arte contemporânea, ciência da cor, filosofia da arte contemporânea, fenomenologia da arte o espaço-tempo, neurofisiologia, engenharia óptica e de materiais e arte multimídia. Áreas como biologia e química são aplicadas também.

Começou no mundo artístico por meio de exposições e leilões. Durante os anos de atuação, já lançou livro, ganhou prêmios de arte e participou de exposições nacionais e internacionais, dentre elas, no Louvre.

Hoje, além do mestrado que mantém na Unicamp, ainda é artista do Salão da Arte Contemporânea e toca outras produções pessoais.

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