O uso de laces, rabos de cavalos e outros apliques têm, basicamente, três funções: construção de identidade, expressão artística e representação do que se é ou pretende ser.

Ludmilla, Beyonce, Anitta, Camilla de Lucas, Luiza Sonza, Pabllo Vittar são algumas das milhares de pessoas famosas que usam e abusam do poder camaleônico proporcionado pelos acessórios. Entretanto, a utilização desses itens não se limita aos palcos e holofotes.

Aqui em Bauru, mulheres, drag queens, cosplayers, crianças, jovens e adultos investem na mudança da aparência por meio dos fios novos. Quem conta isso é Priscila Alessandra, 38, proprietária da Donna Black Wigs, loja especializada em jumbos, laces wigs, rabos de cavalo e cabelos orgânicos e biovegetais.

Priscila apresenta alguns rabos de cavalo com fibras biovegetais e orgânicas

“Pessoas mais velhas e até crianças usam laces ou rabos de cavalo. Os benefícios são variados. Pessoas com problemas de queda capilar podem usar. Mulheres que buscam mudar sempre, que procuram por uma coisa mais prática e rápida, podem usar. Para quem está em transição e não quer passar por química também”, conta.

Trancistas de Bauru e região procuram a Donna Black Wigs pela variedade de jumbos, material utilizado na produção das tranças

Lace como empoderamento e resgate da autoestima

Aliás, quando se trata de transição capilar, processo em que a pessoa descarta o uso de qualquer tipo de química e adota os fios naturais do jeito que são, as laces são uma mão na roda. Por meio do acessório, é possível mudar de visual sem comprometer a saúde dos fios naturais.

A lace consiste em uma versão contemporânea e aprimorada da peruca. Se difere da antecessora ao ser confeccionada fio a fio em uma tela de microtule que imita o couro cabeludo. No final, ela confere um aspecto mais natural de acabamento

Priscila aplica lace em manequim

Entretanto, apesar dos inúmeros benefícios para a saúde e bem-estar, Larissa Amanda, 28, irmã de Priscila e colaboradora na Donna Black Wigs, explica que ainda há muito preconceito no uso de laces, mas que isso está sendo ultrapassado com a popularização do item.

“Sempre tem um preconceito em usar lace e rabos de cavalo, principalmente com as pessoas negras. As pessoas falam: ‘Mas os outros vão saber que eu uso peruca’. Mas é isso mesmo! A lace é um acessório como qualquer outro, a gente usa se estiver se sentindo bem. Eu mesma já tive vários cabelos diferentes”, conta. “No caso das negras, a gente quer evitar a química porque é muito agressiva. Se a gente faz uma progressiva, pode cair o cabelo e demora muito para crescer. Então, preferimos aderir à lace para não perder nossos cachos. Igual a Brunna [bailarina e influenciadora], ela usa a lace lisa e, quando quer, usa o black dela”, complementa.

Brunna Gonçalves, influenciadora e bailarina, usa lace loira. Em seu perfil do Instagram, a famosa afirma “troco de cabelo igual troco de roupa” (Foto: reprodução/Instagram/brunnagoncalves)

A bailarina de Ludmilla expõe os cachos naturais nas redes

Priscila e Larissa contam isso porque, infelizmente, vivenciaram na própria pele. Assim como a maioria das mulheres negras, por conta de um padrão estético racista, as duas passaram por químicas capilares desde a infância. O objetivo era alisar os cachos. Hoje, mais do que um acessório de beleza, a lace entrou na vida das duas como sinônimo de empoderamento e resgate da autoestima.

“Sempre gostei de estar mudando e, quando eu era pequena, a gente sempre passava muita química no cabelo para deixar o cabelo liso ou soltar um pouco mais. Nisso, ele quebrava, caia… nunca acertava, sempre dava errado. Porém, comecei a usar perucas, as laces fronts, e acabei gostando! Comecei a olhar as americanas e me inspirar nelas. Elas usam laces muito lindas, maravilhosas e por que não mudar, né? Um dia eu estou de loira, outro dia de black, outro dia de qualquer outra cor”, afirma Priscila.

Do empoderamento à venda de rabos, jumbos e lace em Bauru

Priscila já fez curso de vigilante e trabalhou com confecção de roupas infantis temáticas. Mas foi na própria casa que conheceu o que, mais tarde, viria a ser o próprio negócio.

Por meio da irmã mais velha, ela foi introduzida ao mundo das laces e apliques. Com o gosto pelo ramo da beleza, resolveu investir naquilo que trazia a sensação de autoestima para ela e outras mulheres. Foi assim que em novembro de 2021 nasceu a Donna Black Wigs no Parque Santa Edwiges.

Larissa Amanda, Priscila Alessandra e José Alessandro na unidade do Centro

Ao lado do marido, José Alessandro, 49, e da irmã, a bauruense chegou a colecionar tantos clientes que se viu na demanda de abrir uma unidade no centro de Bauru, na rua Gérson França.

Em qualquer uma das lojas, o local oferece materiais para trancistas, como os jumbos. Há também as laces, com fibras premium ou futura, cabelos orgânicos e biovegetais. Os itens são importados e, quando se tratam de laces, chegam dos Estados Unidos.

Entretanto, o carro-chefe fica para os rabos de cavalo, que levam fibras macias, que aderem ao creme e aguentam altas temperaturas. Há também acessórios para o cabelo, como toucas de cetim, escovas, cílios, pomada modeladora e apliques de franja.

Touca de cetim para evitar frizz em cabelos lisos, ondulados e cacheados

E-commerce de lace, jumbos e cabelos

A Donna Black Wigs trabalha com vendas físicas, nas duas unidades, e online por meio do WhatsApp, Instagram, Shopee, Mercado Livre e site próprio.

“Fazemos venda para o Brasil inteiro. Esses dias enviei um pacote para o Rio de Janeiro, Minas Gerais! Com tanta variedade lá, eles me acharam aqui em Bauru! (risos)”, finaliza.

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Serviço

Donna Black Wigs
Instagram: @donnablackwigs
Site: www.donnablackwigs.com.br
Telefone WhatsApp: (14) 99883-5905
Endereço loja 1: Rua Alameda Demóstenes, 2-66, Santa Edwiges
Endereço loja 2: Rua Gérson França, 4-16, Centro

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