Disc jockey, disco-jóquei, discoterário ou, simplesmente, DJ. Todo artista que faz a discotecagem de músicas, ama um long play, o LP, conhecido carinhosamente também como bolacha – ou bolachão. Mas não é bolacha qualquer. É de vinil, biscoito ficou para as massas sedentas de bom e alto som que, em plena era digital e dos serviços de streaming como Spotify e Deezer, renasce com tudo no Brasil e no mundo.

Para celebrar o mítico discão, um evento em Bauru reúne de 25 a 27 de novembro DJs e demais amantes do LP, o Estação Vinil_MIX. O festival inclui workshop avançado para DJs, na Secretaria Municipal de Cultura de Bauru, e discotecagens, shows e feira de empreendedorismo criativo com vinis, fanzines e outros produtos e equipamentos, no Jack Music Pub.

Foto: Vinicius Fernandes/ Social Bauru

Em sua 9ª edição, renomeado Estação Vinil_MIX, o festival tornou-se mais híbrido e heterogêneo, reagregando a cena de artistas dedicados à discotecagem, desta vez mixadas com outras atividades que de alguma forma dialogam com o histórico do evento. A origem remonta a 2006 por iniciativa de DJs e, nas oito edições anteriores, se chamou Estação Vinil.

“Neste ano, temos uma ênfase na divulgação de trabalhos da cena regional de DJs, na constituição de comunidades de interesse em ações de formação, no fomento à economia criativa e na atualização de processos de criação sonora que, mesmo mantendo o destaque para as práticas de discotecagem com vinis, mostram inovações para outros recursos tecnológicos”, define Marcelo Bressanin, um dos organizadores, artista multimídia e músico da banda de synthpop Gabardine, juntamente com Paulo Sandrini, que se apresenta no Jack Music Pub às 21h de sábado (26).

Banda Gabardine (Crédito: Flávio Pinto Fotografia)

Assim como nas edições anteriores, o Estação Vinil_MIX traz apresentações artísticas de DJs dedicados à discotecagem com LPs, promove a troca e venda de vinis e equipamentos utilizados pelos artistas e gera debates entre esses profissionas da música.

Por isso, a abertura do evento será um workshop avançado e gratuito para DJs, com o DJ Paulo Papile, na sexta-feira (25), às 19h, na Secretaria Municipal de Cultura de Bauru. A iniciativa tem como objetivos apresentar ao público técnicas de discotecagem, preparação de set lists, particularidades sobre softwares para discotecagem e técnicas de mixagem.

“A paixão pelo vinil pode até ser algo retrô, mas o Estação Vinil_MIX não somente celebra o passado como reinventa o futuro da discotecagem, com a incorporação de novas tecnologias nesta arte. Neste sentido, nosso olhar é de vanguarda, antenado com os novos tempos da música digital”, pontua o DJ Ding, um dos organizadores do evento desde seus primórdios.

Ding vai discotecar no festival juntamente com os também DJs Edson, Renã Perez, Fabiano Lima, Fábio Fernandes, Kita, Flávio Aguiar, Paulo Zanon + Edu Rodrigues (Projeto RzBass), Mono + Bruno Ferraz e Wesley Freire + Lx.

O Estação Vinil_MIX é realizado por meio do Edital de Apoio à Realização de Festivais Culturais da Cidade de Bauru. Para visitar e curtir a página do evento no Facebook, clique aqui. A organização pede a doação de 1kg de alimento não perecível nos eventos de sábado (26) e domingo (27). Confirma a programação completa no final deste texto.

Confira a programação do 9º Estação Vinil_Mix

  • Sexta-feira, 25 de novembro, 19h

Abertura: Workshop Avançado para DJs.
Com: DJ Paulo Papile.
Local: Secretaria Municipal de Cultura de Bauru, Av. Nações Unidas, 8-9.
Vagas: 30.
Entrada: franca.

  • Sábado, 26 de novembro

Local: Jack Music Pub, Avenida Duque de Caxias, 8-56.
Entrada: 1 quilo de alimento não perecível.

14h: Estação Vinil. Discotecagem em vinil com DJ Edson, DJ Renã Perez e DJ Fabiano Lima.

14h: Feira de empreendedorismo criativo com os projetos Lilaa (cosmética natural), Extinção Discos (vinis, fanzines e afins), Maisa Crespa (produtos artesanais com materiais naturais) e Team Brazil (equipamentos para DJs).

21h: Show da banda Gabardine, que apresenta seu repertório autoral que inclui, além das canções já disponíveis nas plataformas de streaming, também músicas inéditas.

22h: Estação Vinil_MIX Flashback. Discotecagem com DJ Fábio Fernandes, DJ Kita, DJ Flávio Aguiar e DJ Ding.

  • Domingo, 27 de novembro

Local: Jack Music Pub, Avenida Duque de Caxias, 8-56.
Entrada: 1 quilo de alimento não perecível.

14h: Estação Vinil_MIX Eletrônico. Discotecagem com DJ Paulo Zanon + DJ Edu Rodrigues (Projeto RzBass), DJ Mono + DJ Bruno Ferraz e DJ Wesley Freire + DJ Lx.

14h: Feira de empreendedorismo criativo com os projetos Lilaa (cosmética natural), Extinção Discos (vinis, fanzines e afins), Maisa Crespa (produtos artesanais com materiais naturais) e Team Brazil (equipamentos para DJs).

Renascimento do vinil

O disco long play em vinil exerce fascínio não somente no público acima dos 40 anos de idade, mas também nas gerações mais recentes. E muitos artistas – como Adele em seu recente “30”, que teve tiragem inicial de 500 mil cópias – têm impulsionado o formato.

Para Bressanin, há uma razão emocional pelo encanto do bolachão. “Eles são tácteis, bonitos e evocadores de memórias musicais de muitas gerações. Por isso, ganham status de objeto de culto e fãs estão dispostos a pagar valores que oscilam entre R$ 150 por um lançamento a até R$ 15 mil por discos raros”, afirma.

Segundo a associação da indústria fonográfica nacional, a Pro-Música Brasil, a comercialização de vinis gerou receitas de R$ 2,3 milhões no país em 2021, um crescimento de 28,1% em relação a 2020.

Já os CDs (+56,5%, para R$ 7 milhões) e os DVDs (+337%, para R$ 2,8 milhões) tiveram melhores desempenhos no Brasil. O lançamento de um LP em vinil no Brasil atinge R$ 150 ou mais. Por isso, ainda representam menos da metade das vendas dos CDs no país, segundo dados da associação.

Já nos Estados Unidos, de acordo com a RIAA (sigla em inglês para a Associação Americana da Indústria de Gravação), desde 2020 os vinis ultrapassaram os CDs, respondendo por mais da metade das receitas com formatos físicos e alcançando 25 milhões de cópias vendidas.

As receitas geradas com o formato crescem sem parar a cada ano: só em 2021, conforme a IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica em português), o salto foi de 51,3% em relação a 2020, atingindo globalmente US$ 3 bilhões. Um terço desse valor veio de um único país, os EUA, onde o mercado de vinis cresceu 61% em um ano, segundo a RIAA.

Texto: assessoria de comunicação do evento. 

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