Rossi, Ferrari, Esposito, Bianchi, Santini. Esses são alguns dos sobrenomes de origem italiana mais comuns no Brasil. Mas não se engane, a lista é extensa e vai além dos aqui citados. O motivo inicial se deve a onda migratória dos europeus durante os séculos XIX e XX. 

No caso da Itália, a emigração era incentivada pelo próprio governo. Não à toa, cerca de 7 milhões de italianos deixaram o país entre 1860 e 1920. Nesse período, eles corresponderam a 42% do total dos imigrantes no Brasil, ou seja, de 3,3 milhões de pessoas, 1,4 milhões eram italianos. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Dois desses italianos eram os bisavós da bauruense Karla de Andrade Poletti (40). Ambos vieram para o Brasil em busca de trabalho e vida melhor. Entretanto, o cenário se inverteu e a bauruense retornou para a terra dos ancestrais.

Para isso, Karla contou com o reconhecimento da cidadania italiana por descendência. O documento atesta que o indivíduo tem sangue e antepassados italianos, logo é cidadão da Itália, mesmo nascendo e crescendo em outro país. É uma forma de reconhecer os descendentes daqueles que deixaram o local. 

A cidadania resulta em diversos direitos (e deveres), como a possibilidade de participar das eleições; morar legalmente em 27 países da União Europeia (UE); oportunidade de trabalhar na Europa com os mesmos direitos de um nativo e o acesso a serviços públicos, como saúde e educação na UE.

“Usufruo hoje de grande benefício de morar na Itália. Tenho duas filhas e tem sido muito bom. Elas têm uma boa escola e eu não preciso pagar. É uma qualidade muito boa [de vida] e o governo dá vários incentivos. Então, pelas minhas filhas, tem sido o maior benefício [estar na Itália]”, informa Karla.

Karla de Andrade Poletti em Bergamo (Foto: arquivo pessoal)

O bauruense Wellington Fernandes e a esposa, Monica Gazoto, também têm antepassados italianos e, por conta disso, reconheceram a cidadania do país.

“Sempre foi um sonho da família ter a cidadania italiana e em 2018 tornou-se uma ferramenta indispensável para a movimentação de nossa família. O intuito era trabalhar no Reino Unido, mas entrar como cidadão europeu”, informa. “Uma vez cidadão europeu [por meio da cidadania italiana], você tem ‘portas abertas’ em muitos países da Europa”, conta Wellington. 

Wellington Fernandes, Rafaela Gazoto Fernandes e Monica Gozoto na Itália (Foto: arquivo pessoal)

Além dos benefícios citados acima, o cidadão italiano não precisa de visto para entrar em alguns países do mundo.

Quem pode solicitar a cidadania italiana

Qualquer descendente de italiano tem direito à cidadania do país desde que se confirme os laços sanguíneos por meio de certidões de nascimento, casamento e óbito. No Brasil, cerca de 30 milhões de pessoas podem solicitar o documento.

Não há limite de geração para o reconhecimento e o processo pode ser feito, basicamente, de duas maneiras: a primeira é por meio administrativo, no consulado italiano no Brasil ou no Comune na Itália. Já a segunda é por via judicial. 

Amanda Gromboni (40), assessora especialista em ajudar pessoas a reconhecerem a cidadania italiana, explica as vantagens de cada processo.

“Pelo consulado no Brasil é a forma mais econômica, mas também a mais demorada, já que pode ter uma fila de espera de até dez anos. Já no Comune na Itália é preciso morar no país durante todo o processo, que pode durar de três a seis meses. Já a terceira forma é via processo judicial. Nessa, dá para juntar mais parentes, primos, filhos, netos, bisnetos, todos daqueles mesmo italiano ou italiana, e entrar na mesma ação na justiça. Isso barateia bastante porque dá para dividir os valores da documentação, as taxas de processo e os honorários do advogado. Tudo. Tem processo que, às vezes, entram dez adultos e sai 500 euros para cada um. É muito mais barato do que vir para cá, morar e esperar. Também não precisa sair do Brasil”, e complementa que o processo pode ser concluído em menos de dois anos.

O tipo de requerimento depende de cada situação, lembra Amanda. Por exemplo, no caso de ancestrais mulheres, é preciso atentar-se ao ano de nascimento dos filhos dela. Isso porque, antes de 1948, as mulheres não tinham tantos direitos, como o de transmitir a cidadania do país. 

Portanto, os filhos que nasceram antes de 1948 não podiam reconhecer a cidadania. Entretanto, as leis mudaram e hoje é possível solicitar o reconhecimento, mas apenas por via judicial. 

Auxílio de especialistas para tirar cidadania italiana em Bauru

Amanda fala isso com propriedade. A jornalista é natural de Jaú-SP e mudou-se para Bergamo, na Itália, em 2017 para reconhecer a cidadania. Levou consigo o marido e a filha. Na época, contratou uma assessora para auxiliá-la no processo e, enquanto ainda não era reconhecida, passou a pesquisar sobre o passado da própria família.

Amanda trabalhou com jornalismo televisivo até mudar-se para a Itália (Foto: arquivo pessoal)

A jornalista tomou gosto pela área e se especializou em pesquisa genealógica e busca de documentos

“Tem cliente que ouviu falar que o avô era italiano, mas não sabe de qual parte da Itália. E isso é muito amplo! Então, tenho que pesquisar em cartórios, igrejas, arquivos do governo […] por isso é um quebra-cabeça, mas é algo que sou fascinada!”, conta Amanda.

A especialista diz que o tempo de pesquisa é variável, pode levar de dois dias a anos.

Com os serviços oferecidos pela Amanda, é possível fazer todo o processo sem sair do Brasil. Desde o atendimento inicial, seleção de documentos (para quem os têm ou não) até o reconhecimento da pessoa como ítalo-brasileira, emissão do novo passaporte ainda no Brasil e até a transmissão da cidadania para o cônjuge. 

Ela conta que já ajudou com pesquisas, buscas e reconhecimentos mais de 300 famílias em quatro anos, dentre elas, a de Wellington e Monica, citados no início desta produção. 

“Eu nunca imaginei que fosse fazer isso na vida e que eu fosse me reencontrar e me sentir bem.  É muito bom ajudar uma pessoa que não sabe muito daquela família ou que, às vezes, desconhece totalmente”, relata Amanda. “Há clientes que marcam café com familiares que eles nunca viram. Vão na casa da pessoa e anotam as histórias para descobrir novas informações e documentos para que possamos reconstruir. O mais legal é que o café evolui para um almoço e a família vai se aproximando […] e eu estou junto nessa mudança! A cidadania é sangue do seu sangue, é algo que faz parte da sua história e que ninguém vai tirar de você e isso é fantástico!”, finaliza.

Amanda segura passaporte brasileiro e italiano (Foto: divulgação/Kris Moreira)

Cidadania portuguesa

Desde o começo deste ano, Amanda expandiu a atuação e atende aqueles que procuram por cidadania portuguesa. Por meio do perfil no Instagram @gromboniassessoria, ela fala diariamente sobre o tema, como solicitar, quais são os passos e outras informações.

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Serviço

Gromboni Cidadania
WhatsApp: +39 380 472 6779

Instagram: @gromboni.assessoria
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