A Mireveja vai estar na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), uma das mais renomadas feiras de livros do Brasil, que acontece de 22 a 26 de novembro. Em 2022, o evento reuniu cerca de 25 mil pessoas na cidade.

A editora bauruense fará parte da ‘Casa Pagã’, espaço pensado em conjunto com outras cinco editoras independentes para marcar presença no tradicional evento literário – que tem mais de 20 edições.

“Participar da Flip tem uma importância simbólica grande, pois somos uma editora pequena e independente. Estar na maior e mais importante feira do país, num lugar mágico como é Paraty, é sem dúvida um sinal de que estamos no caminho certo. É fruto de um trabalho feito com profissionalismo, que coloca nossas publicações no nível de qualquer editora de grande porte”, comenta João Correia Filho, fundador da Mireveja.

Livros da editora Mireveja

Além da bauruense, a Casa Pagã reúne as editoras Claraboia (São Paulo-SP), Cousa (Vitória-ES), Fábrica de Cânones (São Paulo-SP), Lote 42 (São Paulo-SP) e Reformatório (São Paulo-SP). 

Para João, a junção das editoras “simboliza que a união é a grande ferramenta dos pequenos, dos independentes. Unidos somos bem mais fortes”, enfatiza.

O que terá na Casa Pagã?

Posicionado no bar, atelier e estúdio Matriz Cultural, a Casa Pagã prepara uma programação com o que cada editora tem de melhor para oferecer em termos de livro, autores e catálogo, conta João.

Serão realizados debates, palestras, homenagens à autora Pagu e ao diretor de teatro Zé Celso, oficinas, encontros com escritores das editoras e bate-papos, além de um bar/café com drinks preparados pela canadense Sara, uma das sócias do Matriz Cultural.

Matriz Cultural em Paraty (foto: Reprodução/Facebook)

Por enquanto, estão programados os lançamentos dos livros ‘Todas as coisas que já não são minhas’, da escritora bauruense Renata Machado, e ‘Minha cabeça trovoa’, do músico Maurício Pereira. A programação completa do espaço ainda será divulgada em breve pelas editoras.

Outra proposta da Mireveja na Casa Pagã é levar os livros da editora ao evento nacional, como ‘Racismo, capitalismo e escravidão no Brasil’, do sociólogo Wagner Miquéias Damasceno; ‘A virada decolonial na arte brasileira’, da pesquisadora Alessandra Simões Paiva; ‘Arqueologia da Criação’, da curadora Sabrina Moura, que trata da obra do gravurista Rossini Perez; ‘Liev S. Vigotski: escritos sobre arte’, uma tradução inédita dos textos de Vigotski sobre arte feito por Priscila Marques

Contribua com a Mireveja na Flip

No momento, a Mireveja e as editoras buscam apoio para custear a participação na Flip, que inclui o aluguel da Casa Pagã, estrutura física do espaço (móveis, projetor, etc) e material de divulgação (folders, banners, etc).

Livros da editora Mireveja

Quem quiser contribuir para a participação da editora bauruense na Flip pode acessar a página da campanha, no Benfeitoria. As contribuições começam a partir dos R$20.

Acima de R$30 indo até R$600, a pessoa pode receber benefícios como e-books, entrada para uma festa em Vitória-ES, livros impressos, ecobags, aulas online, ingressos para encontros presenciais na Flip, visitas VIP na Casa Pagã e espaço para autores independentes que querem lançar o livro no evento.

A programação de aulas e encontros presenciais envolve os profissionais das seis editoras sobre aspectos do mercado literário. “Temos amigos muito competentes. Alguns são editores experientes, escritores experientes ou grandes pesquisadores de literatura. Em resumo, a ideia é oferecer, na casa Pagã, o que as seis editoras vêm acumulando em anos de estrada: gente interessante que fala de coisas interessantes ligadas ao universo do livro”, diz.

Entre os conteúdos dessas atividades, estão temas como ‘Abrir editora? Pra quê? Pra quem? Como?’, ‘Marketing para vender livros’, ‘Como Publicar?’ e ‘Escrita do texto teatral’. Para ver a lista completa, acesse a página no Benfeitoria.

Livros da editora Mireveja

Viajando o mundo com a literatura

Da Mireveja, João oferece o encontro presencial ‘Viagem ao Pé da Letra’ – que acontece na Flip – para contribuições de R$180. “A ideia da oficina é compartilhar com os outros essa união de dois prazeres: ler e viajar, resume o escritor.

A oficina propõe uma nova forma de pensar e programar viagens a partir da literatura. A Lisboa de Fernando Pessoa, a Sevilha de João Cabral de Melo Neto e a Buenos Aires de Borges e Cortázar são alguns dos exemplos de como a literatura pode inspirar uma nova forma de descobrir o mundo.

“É fruto da minha experiência como jornalista especializado em literatura, que teve a oportunidade de viajar o mundo para fazer reportagens sobre livros e autores, e como leitor. Como jornalista, acumulei a experiência da viagem em si, de dicas, entender o que é a viagem, o que é ser viagem, como adentrar um lugar, um tema. Como leitor, adquiri um outro olhar sobre as coisas, um filtro literário para ver os lugares”, acrescenta.

Mireveja, desde 2019

A editora Mireveja surgiu em 2019 como uma forma de João Correia Filho publicar o seu quarto guia literário, o ‘Buenos Aires, Livro Aberto’. 

Livros da editora Mireveja

Especialista em viagem e com mais de 20 anos de experiência no mercado editorial, o jornalista já havia publicado ‘Lisboa em Pessoa’ (ganhador do Prêmio Jabuti em 2012, na categoria turismo), ‘À luz de Paris’ e ‘São Paulo, literalmente’ em outras editoras.

Depois dessa primeira publicação do livro sobre a capital argentina, João começou a receber propostas para publicar outros livros. Em 2020, Fabiana Biscaro (jornalista e amiga do autor) se juntou como sócia.

Com livros de ficção, não ficção, poesias, divulgação científica e artes, João explica que a proposta da Mireveja é “ter raízes e antenas”, sendo uma editora “jovem com uma equipe experiente”, como diz o site.

Outra proposta é dar espaço para Bauru. “Estamos focados nos autores e temas ligados a Bauru e região, tanto na valorização do escritor daqui e da história daqui, como na prospecção de novos talentos. E, claro, preencher lacunas do mercado editorial. Publicamos, por exemplo, uma coletânea só com mulheres de Bauru e uma só com autores da periferia da cidade, incluindo pessoas trans, negros, indígenas, etc. É uma missão nossa fazer diferença nesse sentido!”, finaliza.

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