O bauruense Juliano Dip, ator, jornalista e apresentador do podcast “Toda Gente”, vem a Bauru como parte do elenco do espetáculo “O Deus de Spinoza”.
“O meu trabalho de jornalista é chegar até Bauru pela televisão. Mas o meu trabalho de ator não chega muito e [O Deus de Spinoza] é um texto incrível. Vai ser, sem dúvida, a apresentação mais especial da temporada dessa peça e a mais especial, talvez, da minha carreira nos últimos tempos porque é muito emocionante para mim”, conta Juliano Dip durante entrevista ao Social Bauru.
A apresentação é gratuita e ocorre nos dias 17 e 18 de fevereiro, sábado e domingo, no Protótipo Tópico (R. Marcondes Salgado, 1-66 – Centro).
Sobre o espetáculo “O Deus de Spinoza”
“Através do pensamento de Spinoza, podemos reconhecer muitos comportamentos de nossa sociedade atual, com suas superstições, crenças ou mistérios. E podemos notar como os donos do poder sabem manipular as multidões através do medo e da imposição do sistema”, informa Régis de Oliveira, autor da peça.
O espetáculo “O Deus de Spinoza” resgata o pensamento do reconhecido filósofo holandês Baruch de Spinoza, condenado no século XVII por sua reflexão sobre a relação do ser humano com Deus e com a Natureza, contestando dogmas religiosos da época. Renegado por séculos, o pensamento foi resgatado e hoje é motivo de estudos no mundo inteiro.
A direção é de Luiz Amorim, que também integra o elenco ao lado de Bruno Perillo, Juliano Dip, David Kullock e Roberto Borenstein, com Lisi Andrade como stand-in. Os figurinos são de João Pimenta, a iluminação de Cesar Pivetti com cenários de Evas Carreteiro. A peça é pontuada por músicas sefarditas do século XVII, executadas ao vivo, com direção musical de Marcus Veríssimo.
O texto é assinado por Régis de Oliveira, jurista e desembargador renomado que há anos se dedica ao estudo de filosofia. Em estreia como dramaturgo, ele faz um recorte da vida de Spinoza, desde sua condenação – o Herem, em 1656 – até a sua morte, em 1677.
“Através do pensamento do filósofo, podemos reconhecer muitos comportamentos de nossa sociedade atual, com suas superstições, crenças ou mistérios. E podemos notar como os donos do poder sabem manipular as multidões através do medo e da imposição do sistema”, conta Régis.
Sinopse
Amsterdã, ano de 1677. O país fervilha intelectual e economicamente. Ali um livre pensador questiona as doutrinas e dogmas religiosos e políticos. Baruch de Spinoza é chamado a arrepender-se, mas não abre mão de seu pensamento. Assim passa pelo Herem, a condenação judaica, equivalente à excomunhão, e vai viver no exílio da sua comunidade. Tem o apoio de seu amigo Jan Rieuwertsz, com quem pode desabafar e contar de seus planos futuros. Um convite à reflexão e à liberdade de pensamento. O espetáculo é pontuado por músicas safarditas do século XVII, em língua ladina, executadas ao vivo.
Sobre Spinoza
Baruch de Spinoza viveu no Século de Ouro dos Países Baixos. A Holanda fervilhava culturalmente no século XVII. Ali estava Grócio, um dos pais do direito público, que escolheu a Holanda como pátria espiritual, e Rembrandt e Vermeer que despontavam na pintura.
“Spinoza balançou o mundo e o pensamento moderno. A montagem trata os personagens com humanidade, com seus erros e acertos e principalmente com as suas convicções. Busca trazer o pensamento de Spinoza de uma forma profunda mas acessível, para que, como diz Spinoza, afete de alguma maneira o público. Estas são as afecções”, fala Luiz Amorim sobre o espetáculo.
Serviço
Data: dias 17 e 18 de fevereiro, às 20h. No dia 18 haverá audiodescrição. Espetáculos gratuitos.
Duração: 80 minutos.
Classificação: 12 anos.
Grupo Protótipo Tópico (Rua Marcondes Salgado, 1-66 – Centro)
Instagram: @odeusdespinoza