“A mulher é…” Segundo todo mundo no mundo inteiro as mulheres são várias coisas; adjetivos; palavrões, elogios?; explosões! As mulheres são também fortes; resistentes; estáveis; duras; rígidas; por mais que falem que não, elas são. Nós somos. O mundo exige que sejamos. De algumas, ele exige muito mais.
A estudante Laís Oliveira tem a Síndrome de Arnold-Chiari – que é uma má formação do sistema nervoso central com sintomas que costumam aparecer na fase adulta. “Na minha vida ela apareceu como uma bomba. É uma doença considerada rara e perigosa, foi desesperador receber essa notícia”, relata Laís. A sensação constante sobre a enfermidade era de revolta, principalmente após uma cirurgia mal sucedida.
Desistir passou pela cabeça da estudante, mas ela encontrou em Salvador de Freitas – deficiente visual que se inspirou com a história de Laís – a esperança para conseguir forças. “Ele me ouviu no rádio e, desde aquele momento, quis me conhecer. Em um abraço eu senti um amor imenso e enxerguei um novo caminho, principalmente em Deus”, conta Laís.
Após uma cirurgia bem sucedida feita em Barcelona – que demorou cerca de 8 meses até Laís conseguir recursos -, a estudante caminha lado a lado com o tempo. “Ainda é um turbilhão de coisas e descobertas a cada dia que passa nesta fase de recuperação”, finaliza.
Sonhos
Às vezes, alguns sonhos são interrompidos e dificultados por alguns detalhes. Ana Raquel Mangili estudou jornalismo na Unesp de Bauru. A decisão pela profissão veio por meio do amor pela escrita e leitura. Um obstáculo na vida acadêmica de Ana foi a parte audiovisual que o curso exige. A jornalista tem algumas alterações na voz – decorrentes da disfonia -, distúrbios de movimentos por causa da distonia e surdez, que só a permite entender palavras ouvidas com leitura labial.
Ana pensou em desistir já no primeiro ano de curso, mas mudou de ideia. “Com o tempo, percebi que a Comunicação era de fato a área certa para os meus objetivos profissionais”, explica. Ela enfrentou os quatro anos de curso e adaptou a parte audiovisual. “Tinha em mente que os focos seriam as áreas impressas e digitais da atividade jornalística. A partir daí venho vencendo essas dificuldades e me realizando em minha profissão”, conclui Ana.
A publicitária bauruense Marina Íris teve seus planos adiados, mas também superou os obstáculos oferecidos pela vida. A blogueira passou por dois abortos consecutivos em 2012 e, por causa do trauma, decidiu esperar um pouco para realizar o sonho de ser mãe. “Em junho do ano passado eu e meu marido decidimos tentar novamente e consegui engravidar”, conta.
Ainda assim, a gravidez de Marina foi repleta de dificuldades devido a uma trombofilia – caracterizadas por promoverem alterações na coagulação sanguínea, podendo causar trombose. Foram quase 200 injeções de Enaxoparina Sódica na barriga, hemorragia e uma cesárea prematura para Rafael nascer. “Cada agulhada ardida e cada dia de repouso absoluto na cama, eu só pensava em salvar meu filho” diz Marina.
O sonho de ser mãe e o filho Rafael que mantiveram as forças da blogueira. “Fiquei 25 dias indo na UTI Neonatal visitá-lo somente por poucas horas, mas ao segurá-lo pela primeira vez depois de 5 dias do seu nascimento foi o momento mais inesquecível da minha vida. Fez tudo valer a pena”, finaliza.
Conselho
Nathâni Thainá teve um linfoma aos 19 anos de idade. Isso foi em 2011, Nathâni era nova e não quis acreditar na seriedade de um câncer naquela idade. “Desde os primeiros exames que fiz eu enrolei até onde eu podia, pois eu não queria aceitar que aquilo fosse verdade”, explica.
Quase cinco anos depois de ter passado por tratamento, Nathâni explica que o que a manteve forte foi o controle que ela percebeu ter sobre seu corpo. “Eu comecei a acreditar que tudo aquilo tinha um propósito, e é isso que eu aconselho às pessoas. Acredite em você mesmo, tudo é uma lição”, conclui.
