Como temos acompanhado, as queimadas, especialmente em áreas de florestas nativas, impactam diretamente na biodiversidade local. Além disso, também elevam temperaturas e são responsáveis pela diminuição da qualidade da água e do ar, causando consequências a nossa saúde. 

Cientes disso, e da necessidade de contê-las, um grupo de alunos da UNESP de Bauru fundou o grupo GAIA Enterprise. Juntos, participaram do “NASA Space Apps”, um hackathon – ou seja, uma maratona de programação – promovido pela agência de desenvolvimento científico do governo dos EUA! 

A equipe é formada pela estudante de Ciências Biológicas, Alessandra Goulart Custodio, pelos alunos de Física, Felipe Scola Froes e Paulo Henrique Rodrigues Sanchez, pelo estudante de Ciência da Computação, Pedro Luiz Cason Caldato, e pelo bacharel em Ciências de Dados, Bruno Henrique Conterato.

Os profissionais propuseram o projeto de um aplicativo de monitoramento e denúncia de queimadas em tempo real, que levou o primeiro lugar, em Ribeirão Preto, uma das localidades que sediou o evento no país. 

“Fizemos esse evento todo de forma remota. Por mais que não estivéssemos lá fisicamente, tiveram vários vídeos, lives de aberturas e inúmeras pautas para nos guiar durante todo o hackathon”, conta Alessandra. 

Queimadas em pauta

Entre 17 desafios propostos pela organização, a equipe optou por desenvolver uma ideia dentro do tema “Catástrofes Naturais”. Para isso, propuseram um aplicativo que monitora e denuncia queimadas em tempo real. 

“Essa ideia de reportar queimadas é algo que está bastante em alta e escolhemos a pauta dentro do próprio hackathon. É um problema que prejudica todo o ecossistema, inclusive nós humanos. Por isso, selecionamos o tema com o objetivo de propor uma solução”, destaca a futura bióloga

Dessa forma, o objetivo do app é propiciar uma interação imediata dos usuários com os demais sensores de monitoramento disponíveis para a proteção ambiental e combate às ameaças ecológicas. 

Sendo assim, a equipe usou técnicas de análise de dados da NASA e do INPE, e criou um algoritmo que coleta os focos de incêndio em tempo real. A partir disso, é feita uma correlação com os dados histórico do local, buscando informações como condição do clima em relação à umidade, dias sem chover, direção e velocidade do vento, temperatura, bioma, etc. 

Com isso, somado à condição atual local, torna-se possível analisar e prever se os incêndios foram causados de forma espontânea ou por ações antrópicas. Além disso, o projeto também propõe soluções, como sugestões de resposta ágil para as autoridades e educação ambiental. 

O propósito, a longo prazo, é que, com esses dados de queimadas já classificados, seja possível propor um modelo de machine learning para realizar a análise das queimadas de forma mais precisa e segura.

“Como futura bióloga, me sinto muito responsável pela nossa solução ter ganhado. Isso demonstra que as pessoas realmente entendem que é importante esse tipo de ferramenta existir. Além disso, também demonstra que estão cientes do quão grave são as queimadas e que devemos nos preocupar com isso”, ressalta Alessandra.  

Concorrendo internacionalmente

A proposta destacou-se por atender os seguintes critérios: Impacto, Criatividade, Validade, Relevância e Apresentação. Agora, a GAIA Enterprise concorrerá internacionalmente com outros projetos, tanto brasileiros quanto estrangeiros. 

“Sabemos que não será uma tarefa fácil, mas algo que nunca faltou entre nós foi a esperança em saber que poderemos realizar nossas metas e a garra para que um bom trabalho seja feito”, afirma a equipe. 

Em janeiro de 2021, o Space Apps selecionará os melhores projetos e os membros serão convidados para conhecer o Space Kennedy, na base de lançamento de Cabo Canaveral. A divulgação dos selecionados deve acontecer em dezembro.

Sobre a sensação de terem ficado em primeiro lugar na classificação local, Alessandra pontua: “Ficamos muito animados em poder colaborar e, quem sabe, passar na seletiva internacional e conhecer a estação de lançamento de foguete. É uma coisa de sonho mesmo. Poder trabalhar em prol de uma organização, gerando ideias que, talvez, futuramente, a NASA aplique sua tecnologia para solucionar esses problemas”, celebra a estudante de Ciências Biológicas da Unesp. 

O NASA Space Apps foi realizado nos dias 03 e 04 de outubro e é considerado a maior competição do tipo em todo o mundo. Neste ano, foi realizado totalmente online e reuniu mais de 26.000 participantes. 

Compartilhe!
Carregar mais em Geral

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verifique também

Campanha do Agasalho: centro de compras abre ponto de arrecadação

A partir de 1º de maio, o Bauru Shopping passa a receber doações para a Campanha do Agasal…