Nori nori é uma gíria da língua japonesa e remete a uma pessoa alto astral e bem humorada. Era esse espírito que Vanessa Abe queria para a marca própria. Brasileira com descendentes do Japão, ela sempre gostou muito das duas culturas, fator que influenciou no estilo dos kimonos que costura.
Sendo assim, Vanessa faz questão de investir em tecidos leves e coloridos, dando à roupa tradicional oriental, um ar mais brasileiro. Caso você não esteja familiarizado com esta peça de roupa, os kimonos são vestimentas largas, de corte reto e medidas padronizadas.
“Eu queria que fossem kimonos adaptados para o Brasil, então são todos levinhos e bem coloridos”, comenta.
Da roupa de bonecas a kimonos
Designer por formação e costureira por amor, foi por uma dificuldade que a moradora de Bauru decidiu investir de vez na marca que criou há dois anos. Mesmo estudando e trabalhando na área do Design, Vanessa sempre esteve ligada à moda de alguma forma.
Na infância, costurava roupas para as próprias bonecas; na adolescência, fez curso de corte e costura; já na faculdade, conciliou estudos com a área de moda. Porém, foi ao ser demitida durante a pandemia que resolveu entrar de cabeça no ramo que sempre a acompanhou.
“A demissão foi um empurrão. Eu estava em uma momento de muito desânimo, muito estressada, tive depressão e estava em uma fase muito ruim. No dia em que me mandaram embora eu pensei ‘acabou’, mas na verdade foi bom, um pontapé”, comenta a empreendedora.
Focar apenas em kimonos foi uma escolha, porém, apender a produzi-los se deu naturalmente. Vanessa teve a ideia durante uma festa tradicional que ocorre em Bauru chamada Bon Odori, onde as pessoas vestem o traje. “Eu sempre via, achava legal e pensei ‘eu sei costurar, porque nunca fiz?'”.
A partir de uma peça, originalmente do Japão, de sua avó, Vanessa tirou as medidas e começou a costurar despretensiosamente. Hoje, ela já conta com diversos modelos e o e-commerce da Nori Nori.
Empreender na pandemia
Sem nunca ter empreendido antes, Vanessa vê o momento da pandemia de duas formas em relação ao negócio. Por um lado, muitas pessoas ainda fazem questão de comprar apenas após experimentar a peça. Por outro, ela afirma que o crescimento de compras online ajudou a marca a ficar conhecida fora de Bauru.
“Eu consegui vender até para outros estados já. Pessoas que eu não conheço, acabam achando minha marca, então essa é uma coisa boa”, diz.
Por fim, ela ainda sonha com o próprio ateliê, onde vai conseguir produzir, além de receber as bauruenses. Segundo ela, tais planos se consolidarão após este período atípico. E sobre empreender, Vanessa revela: “Passei a trabalhar muito mais, mas muito mais motivada, mais feliz, porque eu faço uma coisa que eu adoro.”
Serviço
Nori Nori
Instagram: @norinori_modastudio
Site: www.nori-nori.lojaintegrada.com.br