Elza, Frida & Laerte, Marta, Nise. Essas são algumas das editorias da Revista Helenas, primeiro meio de comunicação feminista de Bauru, feito por e para mulheres.

Foi em 2019 que Francimeire Leme, Suria Braga, Nathalia Silva e Jéssica Barbosa, do Coletivo Manas, se juntaram para dar vida ao meio. O objetivo era claro: expor e discutir sobre a realidade das mulheres bauruenses que, muitas vezes, não é reportada pela mídia tradicional do município. Com isso, o veículo visa visibilizar pautas do movimento feminista e promover o protagonismo feminino nos espaços.

“Queremos escrever, publicar e divulgar temas diversos sobre o universo da mulher. E queremos também chegar a todas as mulheres, ser a voz e o olhar de cada realidade”, afirma o manifesto da revista.

E fazem. Há três anos, a Revista Helenas é responsável pela produção e publicação de artigos, reportagens, poemas e artes, além da realização de eventos, parcerias e ações em prol das mulheres.

Hoje em dia, 15 colaboradoras, de setores e segmentos sociais diferentes, fazem a Helenas frutificar de forma horizontal (em que todas têm autonomia), voluntária e independente, sem vinculação com instituições ou empresas.

“A gente fala desde a questão de proteção contra violência até gordofobia, transfobia, direitos das mulheres, promoção de emprego e iniciativas femininas”, informa Nathalia Silva, pedagoga e uma das responsáveis pela criação da revista.

Colaboradoras da revista durante a Feira da Helenas, evento que promoveu exposição de arte e feira cultural. (Foto: divulgação/Revista Helenas)

Somos Helenas, somos mulheres, somos feministas

Helena, do grego “tocha, luz, relusente”, foi o nome feminino mais registrado nos cartórios de Bauru em 2018. Foi pensando nessa simbologia e nas pequenas bauruenses, que o grupo escolheu o nome como identidade.

“A gente queria que a Revista Helenas fosse como um caminho para as futuras Helenas, para as futuras gerações de bauruenses terem voz, espaço e visibilidade midiática.”, informa Francimeire Leme.

Editorias da Revista Helenas

As editorias da revista, que reportam de música à saúde e comportamento, também levam os nomes de mulheres importantes e inspiradoras com o intuito de motivar os leitores. Elas são Elza Soares, Frida Kahlo, Laerte, Hilda Hilst, Marielle Franco, Carolina Maria de Jesus, Marta da Silva e Nise da Silveira.

Entretanto, as organizadoras viram a necessidade de elaborar uma partição que promovesse iniciativas e comércios tocados por mulheres. Esse conteúdo fica com a seção “Indica Manas”.

“A gente tenta visibilizar as trabalhadoras autônomas da cidade. A proposta do Indica Manas é criar uma rede de contatos de trabalhos e serviços feitos exclusivamente por mulheres a fim de fortalecê-los.”, explica Francimeire.

Aicha El Samad, economista e responsável pela frente de projetos, informa que todas as mulheres podem colaborar com a revista. Basta enviar a produção, que passará por um processo de curadoria, revisão e ajustes de acordo com a linha editorial.

“Tudo na revista é horizontal e a gente recebe algumas colaborações de algumas pessoas que têm essa vontade de colaborar com a gente, seja por meio de textos,  ajuda financeira ou participação em projetos”, afirma.

Eventos, parcerias e financiamento

Para além da produção de conhecimento, a Revista Helenas promove parcerias com outros projetos, oficinas, eventos culturais e de autofinanciamento, como o Brechó da Helenas.

Brechó da Helenas (Foto: divulgação/Revista Helenas)

“O nosso brechó, assim como outros eventos, fazem parte do nosso financiamento. Nós temos algumas demandas como construção do site, hospedagem da plataforma, mobilidade e outros custos”, diz Aicha.

Além disso, há parcerias com outras organizações, como o Pachamama, projeto que ajuda mulheres em situação de vulnerabilidade no período de pandemia.

Para o futuro, o veículo busca a atuação nas escolas e crianças, já que “por meio dessas ações, a gente fortalece a posição de valor das mulheres na sociedade”, complementa Nathalia. Além disso, reivindica a mesma pauta desde sempre: a volta da Delegacia de Defesa da Mulher 24h.

“É um absurdo uma cidade do tamanho de Bauru não ter uma delegacia da mulher que atenda o tempo todo com profissionais e policiais mulheres”, finaliza.

Oficina de colagem (Foto: divulgação/Revista Helenas)

Serviço

Revista Helenas
Site: www.medium.com/revistahelenas
Instagram: @revistahelenas
E-mail: [email protected]

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