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Ela é bauruense, cozinheira, apresentadora há mais de dez anos e lutou muito para chegar onde está hoje. Apesar de ter sofrido com as surras que levava de sua mãe e anos mais tarde, do marido, e com as dificuldades que enfrentou para criar as filhas sozinha, Palmirinha Onofre nunca desanimou! Nessa entrevista, Palmirinha relembra a infância em Bauru, revela que sempre visita a cidade e afirma: “Bauru é a minha cidade do coração!”. Confira a entrevista:

SB: Como foi a sua infância em Bauru? Foi em um sítio, certo?
Palmirinha:
Da minha infância, lembro-me do meu pai cuidando do feijão, dos tomates e dos milhos. A minha mãe preparava queijo e manteiga com o leite das vacas e também havia lá uma horta de temperos. Brincava como as outras crianças e era muito curiosa para aprender a fazer as coisas.

SB: E eu já li que você tinha muito desafeto com a sua mãe e apanhava muito dela. Qual o motivo? E como ficou depois a relação de vocês?
Palmirinha:
Os motivos eu não sei. A minha mãe deve ter apanhado muito também dos pais dela e ela deve ter aprendido esta forma de “educar” os filhos. O meu pai era muito carinhoso comigo e eu guardo as lembranças deste carinho comigo. Cuidei da minha mãe até o final de sua vida, porque mãe é mãe e agradeço por ela ter me dado a vida.

SB: E foi por isso que você saiu de Bauru? Você se mudou para qual cidade?
Palmirinha:
Vim para São Paulo para ser criada por uma francesa e aprendi a fazer pratos mais sofisticados.

SB: Nunca pensou em voltar? Depois que casou sua vida foi melhor fora de Bauru?
Pamirinha:
Bauru é a minha cidade do coração! Aqui na capital, é como se fosse o meu segundo lar. São Paulo me acolheu com os braços abertos, apesar das dificuldades que enfrentei tendo que criar as minhas filhas sozinha. São Paulo me deu e continua me dando muitas oportunidades de ajudar as pessoas com o que eu amo fazer.

SB: Costuma visitar Bauru ainda?
Palmirinha:
Sim, sempre que posso dou uma passadinha em Bauru para matar a saudade e rever pessoas queridas.

SB: E quais as maiores recordações que tem da cidade? Apesar de ter passado por momentos ruins, guarda boas lembranças da cidade?
Plamirinha:
Sim, Bauru é uma cidade muito acolhedora, com pessoas muito boas e prestativas. As lembranças que guardo da cidade são, sobretudo, das pessoas.

SB: Você sofreu na infância e na vida adulta também. Penso que não foi fácil criar as três filhas. Apesar disso, a senhora é dona de um carisma ímpar, sempre alegre. Isso é verdade? Nunca se abala por nada?
Palmirinha:
Naquele tempo, mulher que se separava do marido era muito mal vista. Mas não tive medo. A vida das minhas filhas era mais importante. Por isso, arregacei as mangas e fui à luta. Cheguei a trabalhar em quatro lugares no mesmo dia. Trabalhei como empacotadeira de peças de automóveis, fiz faxina, e até lavei carros para ganhar um extra. Mas aprendi uma lição: não existe jeito fácil para se conseguir as coisas difíceis. O negócio é ir à luta, arregaçar as mangas e correr atrás da realização dos sonhos. Não há sofrimento que resista a uma força incrível de querer viver.

SB: E a que se deve toda essa força que a senhora carrega consigo?
Palmirinha:
Já conquistei tanta coisa bonita e, ao passar dos tempos, olho a minha família e vejo cada um seguindo a sua vida, realizando os seus desejos e felizes. Isso me dá uma força incrível de continuar indo para frente com entusiasmo e alegria.

SB: Começar a cozinhar foi uma espécie de ‘válvula de escape’ para os problemas? E qual a receita que a senhora mais gosta de cozinhar?
Palmirinha:
Desde pequenininha sempre fui muito curiosa e minha mãe, como boa cozinheira, me colocava para mexer nas panelas. Aprendi muita coisa com a minha mãe que tinha uma pensão em Bauru e ela preparava todos os pratos. Quando vim para São Paulo para ser criada por uma senhora francesa, aprendi a fazer pratos mais elaborados. A receita que eu mais gosto de fazer são as massas.

SB: E como foi parar na TV?
Palmirinha:
Minha estreia na televisão foi em 1999 no programa Silvia Popovich em uma matéria sobre como criar os filhos sozinha, quando fui entrevistada. Depois de alguns dias, fui convidada para fazer parte do programa Note&Anote da Record, apresentado na época pela Ana Maria Braga. Cinco anos depois, com a saída da Aninha para a Globo, a TV Gazeta me convidou para apresentar o programa TV Culinária. Fiquei lá por onze anos com o meu boneco Guinho.

SB: Hoje, o que te motiva ainda continuar na televisão?
Palmirinha:
Repassar os meus conhecimentos é o maior pagamento de todo o trabalho que faço. É muito bom receber as histórias de pessoas que ganham a vida com a culinária, porque foi assim que comecei a minha vida e consegui criar as minhas filhas. É isto que me motiva continuar na televisão e, também, o carinho do meu público de todas as idades.

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