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Felipe e Thiago Dal Médico, proprietários do Restaurante Bongo, de comida mexicana

Uma viagem para os Estados Unidos, talento empresarial e muita união. Essas foram as peças-chave na história de Thiago e Felipe Dal Médico, proprietários do restaurante Bongo. Há quatro anos, os dois começavam a planejar o que seria um dos maiores empreendimentos gastronômicos na cidade – e o que mudaria completamente a vida deles. As festas foram deixadas de lado e deram espaço à responsabilidade, maturidade e muito trabalho.

“No caminho, muita coisa vai aparecer, muitos problemas vão surgir e muitas pessoas vão tentar te derrubar. É difícil. Mas você acaba passando por cima”, diz Thiago.

Nesse bate-papo com o Social Bauru, os empresários contaram como foi o início do restaurante, as dificuldades que encontraram no meio do caminho, as novidades no cardápio que vão estar disponíveis nesta terça-feira (17) e como o Bongo os uniu. “A gente já teve muitas brigas. Se fôssemos só sócios, já estaríamos separados. Mas como somos irmãos, sabemos que um não vai abandonar o outro”, afirma Felipe.

Como surgiu a ideia?
Thiago:
A ideia e concepção do projeto teve início em meados de 2011, demorando aproximadamente um ano para ser concluído e inaugurado. A ideia surgiu através da viagem do Felipe para os EUA, local onde a culinária mexicana é bem forte e evidente no dia a dia dos americanos.

Você foi para estudar, Felipe?
Felipe:
Sim, eu fui para fazer o High School. Fiz essa viagem só para estudar, não tinha nada a ver com nenhuma profissão. E quando eu voltei para o Brasil percebi que seria legal trazer isso para cá. Na época não tinha nenhum na cidade e Bauru já estava com porte de aceitar esse tipo de restaurante.

E você percebeu que lá tinham muitos restaurantes assim?
Felipe:
Demais! Eu fiquei na Califórnia e tem muitos restaurantes assim. Aí eu comentei essa ideia com o meu irmão e, como ele já tinha experiência com Administração, ele aceitou. Foi a partir daí que começamos a fazer a base do que ele é hoje.

Thiago: É, ele veio com a ideia inicial e depois fizemos tudo juntos. Demoramos um ano para inaugurar. A parte da conversa foi mais simples, resolvemos tudo rápido. Os dois tinham dinheiro na poupança, ele tinha um carro e tivemos muita ajuda do nosso pai também. Mas o nosso problema foi a construção. Pegamos o prédio bem deteriorado e tivemos que fazer uma reforma em tudo.

Para abrir o Bongo, vocês tiveram que abandonar as antigas profissões?
Thiago:
Na verdade não. Nós dois estávamos trabalhando na loja do nosso pai e eu tinha acabado de voltar de viagem. Morei na Austrália e na Nova Zelândia. Depois que eu voltei, eu não tinha mais vontade de trabalhar lá. Eu precisava procurar outras coisas. Nessa época ele veio com a ideia e foi a oportunidade que eu estava procurando. Foi muito bom porque pudemos sair da ‘asa’ do nosso pai e cuidar de uma coisa só nossa. Mas foi tudo muito bem pensado.

Foi tudo muito planejado, nada na ‘loucura’, né?
Felipe:
A única loucura foi fazer o restaurante! (risos).
Thiago: Não fácil mesmo. Todas as pessoas que conversamos, que são do ramo, falam a mesma coisa. É difícil conseguir mão de obra para trabalhar à noite e aos feriados, por exemplo.

Em algum momento pensaram em desistir?
Felipe:
Não porque não alcançamos nosso maior objetivo.

E qual é o objetivo?
Felipe:
Se tornar uma grande rede de franquia. Esse sempre foi o nosso objetivo, desde o começo.

Thiago: É, a ideia de transformar em uma franquia já estava lá atrás. Eu acho que para tudo na vida você precisa encontrar um foco. No caminho, muita coisa vai aparecer, muitos problemas vão surgir e muitas pessoas vão tentar te derrubar. É difícil. Mas você acaba passando por cima.

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E o que falta para montar a franquia?
Felipe:
Faltam poucos meses! (risos) Já estamos em um processo de formatação com uma empresa e, em setembro ou outubro, já estaremos com tudo finalizado. Aí, a partir do ano que vem, vamos começar a parte de venda das franquias.

Thiago: Eu acho que, de novo, estamos fazendo aos poucos e planejando muito. O começo foi complicado porque, quando nós abrimos, nós éramos muito novos. Eu tinha 25 anos e o Felipe 22. Você abrir uma empresa com essa idade não é nada fácil. A negociação com as pessoas foi muito complicada. Até para pedir crédito no banco foi difícil. Imagina: era um garoto pedindo crédito para a empresa dele. Então fomos bem devagar para podermos entender tudo. O próximo passo também tem que ser devagar. Não podemos tentar dar um passo maior que a perna porque é daqui que tiramos nosso ‘ganha pão’. Se eu perder o restaurante, não tenho para onde ir. Então temos que tomar cuidado com tudo que fazemos.

Depois que vocês atingirem esse objetivo, o que vai vir pela frente?
Felipe:
A gente pensa em inovar sempre. Hoje trabalhamos só com o restaurante fixo, mas queremos trabalhar com quiosque em shopping, com eventos, com casamentos temáticos, por exemplo.

Thiago: Você tem muitos lugares para poder atuar nesse ramo. O nosso maior objetivo hoje é a franquia, mas quando atingirmos isso, com certeza irá aparecer algum outro. Nós também temos o projeto de trabalhar a marca com camisetas, chaveiros e outros itens. Também temos o plano de fortalecer a marca Bongo.
Felipe: E terça-feira já estaremos com um novo cardápio. Como temos o objetivo de tornarmos uma franquia, agora tudo é muito detalhado. E também vão entrar receitas novas. As principais continuam, mas tem novidade.

Thiago: Agora vamos ter um bolinho de chilli empanado, costelinha de porco e tibone marinados na tequila, lasanha com massa de burrito para quem não gosta tanto assim da comida mexicana. Pensamos em receitas diferentes das que já existem por aí. Tudo isso já vai estar disponível aqui no restaurante a partir de amanhã.
E como surgiu o nome do restaurante?

Thiago: No projeto inicial, usaríamos um forno a lenha que existia no prédio, para abrirmos junto ao Bongo, um delivery de pizzas que seriam no formato quadrado e em grandes tamanho. Esse fato que nos levou a lembrar do Bongô, o entregador de pizza do Castelo Ra-tim-Tim. Além disso, na mesma semana, estava passando na tevê, o filme do Mascara, e em determinado momento ele aparece em uma famosa casa de lazer do México, chamada Coco Bongo. Foi aí que se deu a origem de Bongo.

O que acham que mudou em vocês nesse tempo?
Thiago:
Ah, estamos calejados, né? (risos) Eu aprendi também a lidar melhor com os funcionários. Você tem que ser um parceiro e não um chefe. Trabalhamos todos juntos. Mas, ao mesmo tempo, você tem que saber dosar essa amizade. A gente sai junto, até porque somos jovens como eles. Mas não dá para misturar as coisas e aprendemos isso com o tempo. Também aprendemos a lidar melhor com negociações, tanto do banco como de fornecedor, o que no começo foi bem difícil. Um fornecedor de cerveja, por exemplo, veio aqui no começo e não acreditou na gente. Ficou passando muito tempo aqui na frente até fazermos uma parceria. Nem todo mundo acreditava na gente. Nós dois sabíamos o potencial que a gente tinha, mas as outras pessoas não acreditavam muito. E também aprendemos a relacionar melhor com os clientes. Imagina: lidamos com pessoas com fome e que estão em uma fila! (risos) Não é fácil. E eu tinha dificuldade com isso, mas aprendi muito.

Felipe: E eu acho que o principal, o que eu mais aprendi, foi a ter mais responsabilidade. Acho que quem é muito novo não tem tanta responsabilidade que uma empresa requer. Acho que os dois amadureceram muito com o tempo.

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E por vocês serem tão jovens, foi difícil largar a vida social para trabalhar à noite?
Thiago:
Ah, no começo foi mais difícil, mas colocamos na cabeça que tínhamos que trabalhar muito. Hoje, até conseguimos revezar de domingo, por exemplo. Daqui um tempo será aos finais de semana, mas no começo foi mais difícil.

Felipe: E eu sinto que a nossa cidade não tem uma vida noturna tão agitada. Se eu saio daqui às 2h, eu já não consigo ir a nenhum barzinho, porque já não tem mais ninguém. E isso é muito ruim. Fica a dica aí! (risos)

Vocês sempre sonharam em trabalhar juntos?
Felipe:
Não, aconteceu por acaso.

E tem muita briga entre vocês?
Felipe:
No começo a gente brigava mais.

Thiago: Mas o trabalho mudou a nossa relação e aproximou muito mais a gente. É que eu fui nadador dos 7 aos 18 anos e não ficava muito em casa. E aí eu não tinha muito tempo para as nossas brincadeiras, para ficar jogando bola na rua, sabe? E hoje, querendo ou não, ficamos mais juntos! (risos)

Felipe: Olha, tem dia que eu nem quero ficar junto… (risos)

Thiago: O nosso dia a dia melhorou muito. Com o tempo foi tudo mudando.

Felipe: E a relação de irmão é mais forte que a de sócios, né? Irmãos sempre brigam, desde pequeno, mas depois fazem as pazes. A gente já teve muitas brigas. Se fôssemos só sócios, já estaríamos separados. Mas como somos irmãos, sabemos que um não vai abandonar o outro.

Na infância, vocês brigavam muito?
Felipe:
Ah, eu batia muito nele! (risos)

E os seus pais não ficaram com medo de vocês abrirem uma empresa juntos?
Thiago:
Não, foi muito tranquilo. Eles apoiaram e não foram contra. Até porque a gente nem brigava tanto, sempre tivemos uma relação normal de irmão mesmo. Nem muito grudado e nem com muita briga; uma relação normal.

Nesse tempo em que vocês estão trabalhando juntos, o que um ensinou para o outro?
Thiago:
Respeito.

Felipe: Eu digo o mesmo. Com certeza, respeito.

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