Já pensou em prestar um serviço para uma empresa e virar sócio dela? Foi exatamente isso que aconteceu com Hallan J. Dionisio, designer de Bauru. Depois de um convite de o publicitário Rafael Guzzo para fazer alguns desenhos para ele, Hallan acabou sendo convidado para ser sócio da Estilo 1920, empresa bauruense que desenha e confecciona camisetas.
São estampas inspiradas em tatuagens que se transformam em modelos masculinos e femininos, para todos estilos. E detalhe: tudo é desenhado à mão!
Nessa entrevista, os jovens empresários falaram sobre o começo dessa parceria, o início da empresa, os próximos projetos e o processo de criação.
“A gente não para, estamos o tempo todo conversando e pesquisando. É engraçado porque até na rua pensamos nas camisetas. A gente não vê mais as pessoas; a gente só vê ‘camisetas’ andando por aí! (risos)”, brinca Hallan.
Confira:
Quando a empresa começou?
Rafael: Nós ficamos um ano planejando e começamos, de fato, em novembro do ano passado.
Hallan: Isso, nós passamos um ano inteiro planejando, pesquisando, estudando tudo e indo a eventos.
Rafael: E ficamos esse tempo todo pensando o nome também.
E como foi a escolha desse nome?
Hallan: É que nós dois decidimos que íamos trabalhar com tatuagem. E aí começamos a pesquisar e pensamos que o assunto tinha tudo a ver com o old school, as tatuagens antigas e os marinheiros. Foi aí que pensamos em deck, de navio. Mas depois descobrimos uma empresa brasileira que já usava esse nome. Infelizmente, porque deck era perfeito para o que queríamos: um nome curto e fácil de pronunciar. Aí voltamos a pesquisar tudo de novo. Foi quando em um texto que lemos falava: ‘Em 1920, quando…’. Aí anotamos ‘1920’, mas como uma brincadeira; deixamos aquela ideia guardada. Depois de um tempo, vimos que esse nome seria o ideal e usamos. É um nome curto, ‘old school’ e só com números, o que é bem diferente.
E por que vocês decidiram trabalhar com tatuagens?
Hallan: Pensamos em pegar algo que os dois gostam – já que nada vai para frente quando trabalhamos com algo que não gostamos. Música não poderia ser porque eu gosto de eletrônico e ele de rock. E começamos a pensar em algo que os dois gostassem e chegamos à tatuagem. E foi perfeito porque não tem nenhuma marca que venha à nossa cabeça, quando se fala em tatuagem. Alguma empresa que trabalhe com isso. Então vimos que aí tinha uma área legal para trabalhar.
Rafael: O legal é que a tatuagem tem muitos significados e podemos trabalhar isso.
Hallan: E, além disso, o Rafael tem tatuagem e eu não, o que ajuda a gente a pensar nos dois lados. Ele sabe do que quem tem tatuagem vai gostar e eu sei do que o outro lado vai gostar. Nós conseguimos esse equilíbrio.
Como funciona o processo de criação de vocês?
Rafael: Nós montamos um planejamento e pensamos nos temas. Por exemplo: fizemos uma camiseta de caveira mexicana que vendeu muito. Então, pensamos em fazer alguma caveira de novo. Aí começamos a pesquisar e olhamos a referências. Sem contar que todo o processo do desenho é feito à mão.
Hallan: O nosso processo não é algo pensado, não paramos uma hora no dia e falamos: ‘vamos pesquisar tatuagens’. Acontece naturalmente, já que é algo que acompanhamos o tempo todo. O nosso Facebook está cheio de páginas sobre tatuagens! (risos). Costumamos assistir a documentários sobre o assunto, vamos a eventos sobre tatuagens também.
Rafael: Estamos o dia inteiro ligados nisso! (risos).
Hallan: E isso não significa que não temos um planejamento. Começamos a pensar em produtos para o inverno, por exemplo. Com o frio que está chegando, começamos a produzir blusas ‘haglan’, com mangas 3/4. Então, temos um planejamento do que nós vamos fazer nos próximos meses, mas as coisas vêm naturalmente também.
Como é a divisão de trabalho entre vocês dois?
Hallan: Eu fico com a parte de criação e ele com a parte de vendas.
E tem a ver com o que vocês trabalham antes?
Rafael: Sim! Eu sou publicitário e ele designer. Nos conhecemos porque trabalhávamos na mesma agência. Eu saí de lá para cuidar da empresa e ele consegue conciliar os dois.
Hallan: Até por isso que ele fica mais com a parte administrativa.
O que te fezpensar, Rafael, que o Hallan seria um bom sócio?
Hallan: Na verdade, ele não pensou! (risos).
Rafael: É porque eu tinha um outro sócio e pedi para o Hallan desenhar algumas camisetas para mim. Ia pagar só pelo trabalho dele. Aí ele voltou todo empolgado com o projeto, disse que tinha comentado com outras pessoas que a empresa era interessante. Foi aí que eu ofereci parte da sociedade para ele. Recentemente, a outra pessoa saiu e agora somos nós dois.
Qual o diferencial da empresa?
Hallan: Nós fazemos tudo na camiseta. Temos uma empresa que costura, mas participamos de todo o projeto. Tem lugar que faz camiseta, mas elas são todas iguais, só mudam as estampas. No nosso caso, não. A camiseta ‘haglan’, por exemplo, foi uma ideia nossa. Então, mudamos as estampas, mas também procuramos cortes diferentes.
Como é a venda das camisetas?
Rafael: Nós temos um site, que entregamos com frete grátis, mas também estamos em lojas. Tem uma loja de skate que só trabalhava com produtos masculinos, mas gostaram das nossas camisetas femininas e incluíram o nosso produto lá. E não precisa ser só aqui na cidade, podemos negociar para lojas de qualquer lugar.
E quais os próximos projetos?
Rafael: Até o final do ano, a gente pretende abrir o espaço para mais lojas. Esse é o nosso maior projeto hoje.
Está boa a experiência como empresários?
Rafael: Está sim! (risos).
Hallan: É bem mais cansativo do que eu imaginava! (risos). A gente não para, estamos o tempo todo conversando e pesquisando. Mas como eu disse, é muito natural.
Rafael: E até dormindo a gente tem ideia! Outro dia, eu acordei com uma ideia de uma estampa muito boa e já mandei uma mensagem para ele! (risos).
Hallan: É engraçado porque até na rua pensamos nas camisetas. A gente não vê mais as pessoas; a gente só vê’camisetas’ andando por aí! (risos).
Serviço:
Para saber mais sobre a Estilo 1920, acesse: www.estilo1920.com.br
Facebook: www.facebook.com/estilo1920
Telefone: (14) 99700-4586
Instagram: @estilo190
