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“Não sei contabilizar quantas horas eu fico na internet por dia. Como eu trabalho em casa – sou formada em jornalismo e atuo como social media – eu trabalho muito conectada, resolvendo tudo para os meus clientes. Até por isso que, de uns três anos para cá, o meu investimento maior sempre foi em celular.

Se eu não estou em casa ou não consigo usar o computador, eu acabo fazendo muita coisa pelo celular. Então, não tenho nem ideia do quanto eu fico conectada! Até porque depende do dia e da demanda dos clientes – tem dia que eles me pedem muita coisa, mas em outros ninguém me liga. Mas, olha, parando para refletir… eu acho que estou conectada todo o tempo que não estou dormindo à noite!

Talvez seja, mais ou menos, 18 horas por dia… é que eu sempre gostei muito de internet, sabe? Eu era aquela adolescente que ficava horas à frente do computador – sou da época do Mirc, MSN e Orkut e ficava ouvindo muitas música no Winamp. Lembro-me das brigas com o meu pai para poder usar o computador com internet discada – eu só podia entrar depois da meia noite ou de domingo!

Acho que por ter pego boa parte da evolução da internet e acabo sendo tão conectada. Inclusive, esta minha história com a internet é tão antiga que durante a faculdade e consegui um estágio no departamento online de uma agência. E foi muito bom! Eu realmente gosto muito de ficar no computador e sempre fui muito ligada a blog, então foi um ‘trabalho desejo’ para mim.

Lembro até que no começo do Facebook, quando as pessoas estavam começando a aderir, e eu já estava na rede social há muito tempo, porque eu sempre gostei de novidades. Sou aquela pessoa que, quando lançam um aplicativo novo, eu já baixo!

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Atualmente, além de ser um lazer, a internet virou a minha renda. E por todos estes motivos, ficar sem internet foi muito difícil!

 

Aliás, aceitar o convite já foi complicado. Quando a Amanda (jornalista) entrou em contato comigo, ela propôs que eu ficasse 48 horas e aí eu disse que não tinha condições! (risos). Até porque, sempre que um cliente quer falar comigo, é sempre por email ou whatsapp. Então ia ser bem difícil.

Passei uns dois dias pensando e chegamos à conclusão de que seria melhor ficar 24 horas. Então, como eu disse, aceitar já foi bem difícil, mas resolvi tentar. Um dia antes, numa quinta-feira, eu adiantei todo o meu trabalho e avisei todas as pessoas que eu iria ficar 24 horas sem internet.

Eu me preparei dessa forma. Comecei às 22h da quinta-feira para às 22h da sexta-feira poder entrar e resolver algumas coisas. Aí na quinta eu fui ao cinema com o meu namorado e umas amigas e já fui sofrendo. Normalmente, quando eu vou ao cinema, eu faço check-in, eu faço snap depois do filme porque cinema é uma coisa que eu gosto muito e vou, pelo menos, uma vez por semana.

E preciso confessar que senti muita falta por não fazer snap! (risos). À noite, em casa, também foi complicado. Na minha família, eu sou a pessoa que sempre dorme mais tarde – normalmente, durmo umas 3 horas da manhã. E eu fico assistindo ao Netflix. Mas, como eu levei tudo muito a sério, eu não vi nada de madrugada. Como eu estava sem sono, comecei a ler um livro da saga Maze Runner.

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Este livro eu até comecei há um tempo, porém, como sempre estou fazendo algo na internet, ele tinha sido deixado de lado. Eu adoro ler; só não leio mais por causa do meu vício pela internet, mas consegui colocar a leitura em dia até dormir. No outro dia de manhã, quando eu acordei, eu aproveitei para editar fotos e vídeos, que são coisas do meu trabalho que eu posso fazer offline.

Confesso que eu senti um bloqueio mental e eu não conseguia produzir por falta da internet. E eu sempre gostei de trabalhar ouvindo música, desde a época da agência, mas não poder usar o Youtube para trabalhar foi horrível! Não conseguia trabalhar. Então foi bem difícil deixar o trabalho fluir naturalmente. A sorte que, como eu já tinha adiantado muita coisa, eu pude fazer outras coisas e descansar.

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Aproveitei para dar banho nas minhas cachorras e fiquei um tempão com elas. Foi muito complicado não ter a internet para postar tudo o que eu estava fazendo. Toda hora eu pensava: ‘que legal isso, vou tirar uma foto!’ ou ‘vou postar isso no Snapchat’.

Mas aí lembrava que estava sem internet… então, eu tirava foto normal e guardava. Eu também pegava o celular toda hora para ver se tinha alguma mensagem. Foi tudo muito difícil e também foi muito libertador. Outra coisa legal dessa experiência é que eu voltei a telefonar para as pessoas. Eu percebi que agora eu ligo mais para todo mundo, ao invés de só mandar mensagem pelo whatsapp.

Eu sempre tive noção do quanto eu sou conectada e dependente da internet. Só que sempre foi algo que eu não ligava e não me esforçava para mudar. Quando o meu namorado veio morar comigo, por exemplo, ele até reclamou que no final do dia, ao invés de conversar, eu ficava no celular. Mas ele começou a conviver tanto comigo que ele aderiu também. Acho que hoje ele entende melhor… até porque se brigar comigo, vai perder o direito de ficar na internet! (risos). Então na minha família, todo mundo é muito conectado, inclusive os meus pais.

As únicas pessoas que reclamam são as minhas avós que sempre se incomodam. Mas eu não vejo a internet como um problema e sim como algo contagiante. Acho que essa é uma fase que a sociedade está vivendo e está todo mundo no mesmo patamar.

Claro que algumas pessoas são mais e outras são menos, mas todo mundo está conectado. Ela pode não entrar no Facebook toda hora, porém, alguma coisa da internet ela usa. Com esse exercício, eu vi que tem como dosar o uso da internet.

Foi um aprendizado muito grande! Eu vi que é importante fazer este ‘detox’. Tudo que é demais na nossa vida é ruim. Como eu trabalho com isso, eu sei que é difícil, mas eu percebi que em algumas situações, eu posso deixar de entrar na internet. Confesso que depois que eu fiz este exercício, eu comecei a deixar o celular de lado. Eu sei que a mudança é mínima – as pessoas talvez nem tenham percebido que algo mudou em mim – mas eu consegui perceber. Depois deste desafio, eu fiquei bem menos estressada e menos cansada.

Foi muito bom fazer e eu indico: fique um dia totalmente desconectado e você vai perceber que não precisa ser tão dependente da internet. Nessas 24 horas eu aproveitei a presença das pessoas, saí e conversei mais com quem está à minha volta. Senti que meu dia foi muito produtivo. Tudo que é equilibrado é mais saudável”.

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