Comer doces, massas e alimentos gordurosos é uma delícia, traz sensação de bem-estar e conforto. Isso acontece porque esses tipos de alimentos estimulam a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores que minimizam os sintomas dos estados depressivos. E não há nada de errado em comer um chocolate de vez em quando, o problema é se isso acontece frequentemente.
Apesar da boa sensação, logo após os efeitos desse tipo de comida passarem é comum a vontade de comê-los novamente, gerando um ciclo vicioso.
Quem estava nessa situação era a bauruense, A. R. A., que não quer ser identificada. “Eu me alimentava, basicamente, de carboidratos como lanches, pizzas e massas. Era um ciclo: eu me entristecia, comia, me sentia culpada e comia mais. Era uma fome emocional, não física, isso piorou meu corpo e abalou minha autoestima”, conta.
Esse quadro pode ser considerado uma dependência química alimentar, que tem como principal sintoma a vontade incessante de comer alimentos calóricos. “Isso acontece normalmente com açúcares e carboidratos simples que promovem a dependência química e de hábito”, explica a nutricionista Denise Real.
Mas a causa desse problema pode estar bem longe do estômago, sendo consequência de tensões e estresses do dia a dia. É o que explica a psicóloga Sarah F. A. Teixeira: “Em geral, os transtornos alimentares estão relacionados com problemas psicológicos, algum déficit ou excesso comportamental”, explica.
Como identificar a dependência química alimentar?
Normalmente, pessoas que estão nesse quadro já vêm tentando controlar a alimentação há algum tempo. Isso ocorre porque a vontade de comer não está ligada à fome, mas sim, à sensação de satisfação. Por isso, a vontade de comer esses tipos de alimentos nunca é saciada.
Segundo a nutricionista, Eliane Arena, é possível identificar a dependência química alimentar. “Qualquer pessoa que perceba um desequilíbrio muito grande no consumo desse tipo de alimento. Pessoas que associem a vontade constante de consumi-los, principalmente, em momentos de estresse, ansiedade e sofrimento ou frustração”, diz.
Mas atenção! Cada pessoa reage às situações de um jeito, por isso, Sarah alerta que é necessário fazer uma análise aprofundada. “Qualquer comportamento precisa ser analisado em três níveis: biológico, individual e cultural. Apesar de ter uma linha que permeia os transtornos, com cada pessoa acontece de um jeito. Então cabe aos profissionais identificar se é um problema alimentar”, diz a psicóloga.
Tem solução?
Pode parecer que o mundo vai acabar se você não comer aquele docinho que enche a boca de água, mas calma! A dependência química alimentar pode ser resolvida sim. E se você acha que força de vontade e determinação bastam, Denise explica que existem outros valores atrelados.
“Além da nutricionista, o psicólogo é de extrema importância para todo o processo, pois ele identifica se o problema está atrelado a algum sentimento ou emoção, até sintomas de ansiedade e depressão”, conta a nutricionista.
Pensando nesse tipo de transtorno alimentar, a nutricionista Eliane Arena desenvolveu o método “Dieta dos 4 Corpos”, que corrige as causas do desequilíbrio que leva à dependência química alimentar.
“A metodologia foi criada para tratar, desintoxicar, harmonizar e nutrir nossas quatro dimensões: física, emocional, mental e energética. Há um planejamento global de medidas que irão atuar, levando em conta o biótipo, o perfil genético, o temperamento e a personalidade, que são elementos absolutamente individuais”, conta.
Saí dessa!
É trabalhoso? Sim! Mas todo esforço vale a pena, já que não há nada melhor do que viver bem e saudável. Três bauruenses passaram pela dependência química alimentar e contam como está sendo superar isso!
“Sou muito ansiosa e de descendência italiana. Minha predileção por massas já vem de muito tempo e percebi que toda vez que havia um descontrole emocional eu realmente unia a predileção, a praticidade e a facilidade. Eu comia pães e massas e a relação com esses alimentos era emocional. Com isso eu ganhei uns quilinhos a mais. Hoje eu estou no Projeto Emagreci para realmente mudar os hábitos e a dica é não se acomodar em uma situação que te incomoda. Vá atrás de uma vida saudável” – Valeria Maria Campanholi.
“Eu sempre procuro alimentos mais calóricos e sem ser saudáveis quando bate aquela fome. Parece que esses alimentos suprem muito mais do que os saudáveis. Eu gosto de massas e muito de doce, prefiro doce do que salgado, e qualquer alimento salgado que eu coma, logo em seguida procuro um docinho. Aumentou muito a celulite e tive alteração nos exames de sangue. Eu sei comer bem quando quero, mas é na hora da ansiedade e do estresse que eu procuro esse alimentos mais gostosos. Agora que estou focada em mudar minha alimentação e repensar as fontes nutricionais, com o auxílio dos profissionais do Programa Emagreci. Acredito que a dica é sempre pensar: eu preciso comer isso?” – Gabriela Maria Simon.
“Eu não conhecia a fundo as opções que poderiam ser saudáveis e foi no Emagreci que conheci diversas opções e me conscientizei das escolhas erradas. Minha alimentação era baseada em geral nos carboidratos. Hoje, tenho procurado me manter no controle da situação.
Houve muito esclarecimento sobre nutrição e os fatores que desencadearam essa fome psicológica. Minha alimentação hoje é consciente. Tenho condições de fazer escolhas melhores. E se um dia acontecer de tropeçar sei o motivo e vou na raiz do problema pra sair desse ciclo negativo. Minha dica é procurar conhecer você, porque você está se autodestruindo com a alimentação, e conhecer as opções de alimentação saudável” – A. R. A.
Consultorias:
Sarah F. A. Teixeira (CRP: 06/132287)
Denise Real: nutricionista
Eliane Arena: nutricionista