No dia 2 de novembro foram anunciados os vencedores das cinco categorias do 1º Prêmio Rubra de Rádios Universitárias, que teve como tema a Covid-19.

Participaram da seleção 31 trabalhos de universidades do país inteiro divididos nas categorias: Documentário, Reportagem Especial, Divulgação Científica, Podcast e Radiodrama.

A Rádio Unesp FM, sediada na Unesp de Bauru, foi vencedora na categoria de Documentário e recebeu a terceira colocação dentre as reportagens especiais.

“Abraços adiados”, o documentário vencedor, traz relatos de profissionais da saúde na linha de frente do combate à Covid-19. Enquanto isso, a reportagem “Memórias na Pandemia”, retrata a estrutura do Hospital Estadual de Bauru, que é referência no tratamento da doença para 38 municípios da região.

A pandemia de forma humanizada

O novo coronavírus originou diversas mudanças no cotidiano das pessoas e os veículos jornalísticos tiveram que encontrar a melhor maneira de retratar este cenário.

Janice Sato, jornalista responsável pelas duas peças contempladas no prêmio, conta que o desejo da equipe da rádio era informar sobre a pandemia de uma forma diferente da realizada por veículos convencionais.

Existia a ambição de fazer diferente e documentar de modo mais humano e direto a pandemia. Muitos veículos de comunicação abriram espaço para divulgar essa questão. Mas, nós tínhamos vontade e determinação de mostrar a pandemia além de números de óbitos e de suspeitos ou contaminados pela Covid-19”, explica.

Assim, Janice que trabalha na Rádio Unesp e também atua com a Comunicação Interna do Hospital Estadual de Bauru (HEB), teve a ideia de retratar por meio de produtos jornalísticos, a vivência dos profissionais de saúde neste local.

Desse modo, ela conta que o propósito não era representar os médicos como heróis, mas sim como seres humanos que também têm seus medos e inseguranças.

Os profissionais de saúde são heróis porque salvam vidas e colocam a família dos pacientes num patamar tão importante quanto a deles próprias. Mas eles não poderiam carregar essa pressão a mais. Eles estavam com medo de trabalhar em um ambiente com uma contaminação ainda desconhecida. Assim, precisaram pesquisar, estudar, readequar as rotinas de trabalho, se reinventar, independente se eles tinham mais de 20 ou 30 anos de experiência na área. Dessa maneira, o eixo de abordagem e produção dos dois materiais foi mostrar o lado frágil, forte e humano deles. A junção desses relatos emocionantes – de medo, ansiedade, estresse, de vulnerabilidade, mas também de sensibilidade e doação ao outro é resultado do que se ouviu no documentário e na reportagem especial, ambos feitos em julho deste ano”, relata a jornalista.

Dificuldades da produção

Não foram só médicos e profissionais da enfermagem que tiveram seus relatos contemplados.

De acordo com Janice, durante a produção também foram realizadas entrevistas com psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, auxiliares de limpeza e oficiais administrativos.

O processo de entrevista durou cerca de duas semanas, por depender da disponibilidade dos funcionários que atuam na UTI e enfermarias da área de Covid do Hospital e pelo fato dos jornalistas terem entrevistado profissionais de diferentes turnos para diversificar as vivências retratadas.

Além disso, para colher os depoimentos, foi necessária uma autorização do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e a utilização de todos os aparatos de segurança para realizar as entrevistas de forma segura.

Reconhecimento do trabalho da rádio

No ar há quase 30 anos, a Rádio Unesp FM traz desde 1991 uma programação diversa com conteúdos que informam, educam e entretêm a população.

Segundo o diretor do veículo, Prof. Dr. José Carlos Marques, cumprindo sua função de rádio universitária, a Unesp FM oferece uma cobertura inovadora com maior liberdade editorial, abordando temas que não são comuns em outras emissoras.

Assim, a equipe recebeu com alegria a notícia da vitória no prêmio, já que foi uma maneira de reconhecimento ao trabalho que a rádio realiza.

A reação da equipe de jornalismo e de toda a emissora foi de muita felicidade ao se ver representada no cenário nacional de rádios universitárias. A conquista dos dois prêmios pontua o reconhecimento do trabalho jornalístico dentro da universidade e na sociedade. Além disso, destaca a relevância da divulgação de pautas positivas e bem apuradas com o olhar atento, a escuta ativa e a linguagem acurada. Características fundamentais dos comunicadores quando escrevem uma história”, revela Janice.

A premiação

A premiação será realizada no dia 7 de dezembro às 17h no Congresso Nacional da Intercom.

O evento contará com depoimentos dos vencedores de cada categoria do prêmio. Eles irão relatar o objetivo e diferencial da abordagem do tema da Covid-19, além de comentar sobre o processo de criação e desafios da produção.

Sobre planos futuros, o professor José Carlos Marques afirma que a equipe pretende se inscrever em mais premiações incluindo também produções de entretenimento, música e opinião da rádio.

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