Na noite de 8 de fevereiro, os monitores do Observatório Didático de Astronomia “Lionel José Andriatto” da UNESP de Bauru conseguiram registrar uma foto do cometa C/2022 E3 (ZTF), que está sendo apelidado de “cometa verde”.

“Não é fácil fazer uma foto desta”, afirma o Prof. Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório. “É preciso uma câmera profissional acoplada a um telescópio de boa qualidade e que transmita uma boa luminosidade de imagem”, complementa.

Além disso, não basta apenas clicar na câmera para tirar a foto. É necessário tirar dezenas ou centenas de fotos do mesmo astro e depois juntar todas para criar uma única foto. Este processo é chamado de “empilhamento fotográfico” e é realizado usando softwares apropriados. No caso do Observatório, foi o aluno Guilherme A. Bellini quem realizou este trabalho.

“Foram 10 horas de processamento usando 42 fotos iguais de 10 segundos de tempo de exposição cada foto, totalizando 420 segundos, ou seja, é como se fosse uma única foto de 7 minutos de exposição”, explica Guilherme.

“O ideal seria fazermos esta foto numa noite sem nuvens, em um local bem escuro, distante das luzes da cidade, e sem o brilho do luar ofuscando o tênue brilho do cometa. Mas, embora as condições daquela noite não fossem as ideiais, consideramos que foi um resultado excelente produzido em equipe”,  afirma Langhi.

Foto: divulgação/Observatório Didático de Astronomia “Lionel José Andriatto”

O cometa

Este cometa foi descoberto pela equipe do projeto ZTF do Observatório Monte Palomar (EUA) usando um telescópio de 1,2 metro de diâmetro em 2 de março de 2022. Em 19 e 20 de março de 2022 ele também foi registrado pelo Observatório brasileiro SONEAR (Oliveira, MG). No inverno do mesmo ano, José Aguiar (Campinas, SP) o observou visualmente.

No dia 12 de janeiro ele atingiu seu ponto mais próximo do Sol (chamado de periélio).Em 1 de fevereiro ele atingiu seu ponto mais próximo da Terra, a 42 milhões de km, chegando a atingir seu maior brilho e ficando visível durante toda a noite para os habitantes do extremo norte e nordeste do Brasil.

Após a primeira semana de fevereiro, ele passou a ser visível para todo o Brasil, mas o brilho começou a diminuir. Enxergar o cometa a olho nu não é uma tarefa fácil. É preciso ter boa visão, ficar em escuridão total bem longe das luzes da cidade, não ter lua para clarear o céu e que ele esteja longe do horizonte. Mesmo assim a pessoa enxerga o cometa com bastante dificuldade, aparecendo no céu como uma mancha esbranquiçada e esfumaçada, parecendo um “algodão”.

Foi a única chance do cometa ser observado pelos humanos, pois ele dá volta em torno do Sol a aproximadamente a cada 50 mil anos!

Foto: divulgação/Observatório Didático de Astronomia “Lionel José Andriatto”

Realização do trabalho

Participaram deste registro a equipe presente no Observatório na noite do registro do cometa: Alessandra Goulart Custodio, Camila Rezende, Denisson Guimarães do Carmo, Gleyson Miranda de Souza, Guilherme Albuquerque Bellini, Jenifer Cristina Dias Teixeira, Lionel José Andriatto, Mayana Vitória Oliveira e Sousa, Rodolfo Langhi, Suzi Mara Rossini, Tainá Bueno de Andrade e Thayna Cristina Dias e Dias.

Foto: divulgação/Observatório Didático de Astronomia “Lionel José Andriatto” 

*As informações são provenientes da divulgação do Observatório Didático de Astronomia “Lionel José Andriatto”*

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