O ano de 2023 não tem sido lá tão bom para os fãs de super-heróis, entre altos e baixos, o filme da DC é o sexto filme do gênero, alguns citados aqui na coluna como Guardiões e Flash, vem demonstrando cada vez mais um certo desgaste. Mas será que a gente cansou mesmo? A real é que a gente cansou de filme ruim.

Sempre serei um grande defensor da experiência de cinema, digo no sentido de você ir ao cinema para assistir, não é apenas pela tela gigante. Mas tudo que envolve a inserção de estar em uma sala de cinema. E quase três anos após a pandemia e a ascensão dos streamings, mudou muito nossos hábitos de consumo audiovisual. Apesar que tenho ressalvas que esse modelo de streaming vai mudar… e para pior.

Barbie trouxe as pessoas de volta para o cinema, algo que Avatar: O Caminho da Água fez no final do ano passado, mas que são apenas fragmentos em um ano com tantas estreias. Ir ao cinema se tornou algo acima de tudo, caro. A maioria das grandes franquias de cinema estão em shoppings, o que faz você gastar do estacionar o carro até sair do shopping.

E com o nosso ticket médio atual, temos que pensar mais de uma vez se vale a pena ir. No meio desse cenário, o gênero que mais atrai público eram as adaptações de heróis, principalmente da Marvel, que nadou de braçadas, afinal seus principais concorrentes estavam tropeçando pelo caminho. Pelo menos até agora…

Assim, chega Besouro Azul, com a responsabilidade de tentar motivar um público novamente para o cinema e fomentar o tema. E para piorar, o filme vem logo após a greve dos roteiristas e atores, que impossibilita a divulgação em massa. E assim nasce um filme genérico, que se você piscar, ele passa e você nem vê.

Dirigido por Angel Manuel Soto, baseado nos quadrinhos da DC, segue o jovem mexicano Jaime Reyes (Xolo Maridueña) que, recém-formado, volta para casa cheio de aspirações para o futuro. Em meio a uma busca por seu propósito no mundo – e um emprego – o destino o surpreende ao colocar em seu caminho uma antiga relíquia de biotecnologia alienígena, conhecida como Escaravelho.

O besouro alienígena azul escolhe Jaime para ser seu hospedeiro simbiótico – o que lhe dá uma armadura super poderosa e lhe garante poderes. O problema é que o item é de grande interesse da empresária Victoria Kord (Susan Sarandon), que une forças ao vilão Carapax (Raoul Max Trujillo) para recuperá-lo.

Nessa confusão toda, Jaime só poderá contar com a ajuda da própria família e da jovem Jenny Kord (Bruna Marquezine). E agora, o jovem deverá enfrentar desafios imprevisíveis, tendo sua vida transformada para sempre, ao se tornar o Super-Herói Besouro Azul.

O filme segue o roteiro padrão de uma introdução de herói, a história se desenvolve através do protagonista improvável que se vê imerso em uma situação que o transforma em um super herói. Algo extremamente comum e repetitivo. Cenas engraçadas com o personagem aprendendo a lidar com seus poderes e um vilão antagônico em todos os sentidos, novamente, um baita filme genérico.

O elenco é bem bacana, é um super início promissor para a Marquezine conseguir galgar um espaço internacional. Ela é um dos pontos positivos do filme, e fica claro que pra ela compensou mais entrar neste navio do que na barca furada que do o Flash.

Lembrando que ela fez testes para a Supergirl, que acabou ficando com a Sasha Calle. Existe também um certo traço do estereótipo latino que vive nos Estados Unidos, mas nada comprometedor. No geral é um filme bem bacana. Provavelmente não fará nenhuma bilheteria expressiva, afinal, depois de tantos fracassos e as mudanças de rumo da DC dentro da Warner, o longa não chama a atenção do público.

Ainda mais após o sucesso midiático do barbenheimer. Mas um dos pontos positivos é finalmente uma representatividade latina e cada vez mais impactante. Algo inimaginável de alguns anos atrás.

Bruna e os brasileiros em Hollywood

Os filmes de Hollywood estão em busca de novos talentos vindos de diferentes partes do mundo. Essa busca não apenas visa a ampliar a representatividade nas telas, mas também a atrair as estrelas já consagradas em outras regiões, que contam com uma legião de fãs e seguidores nas redes sociais. E nessa o Brasil exportou nomes bem interessantes, como:

  • Maria Fernanda Cândido, recentemente esteve em Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore (2022);
  • Rodrigo Santoro, estrelou em filmes como 300 (2006), O Golpista do Ano (2009), Dominion (2016) e esteve na recente série da HBO Westworld (2016);
  • Seu Jorge, com várias participações nos filmes do excelente Wes Anderson, esteve nos filmes A Vida Marinha com Steve Zissou e recentemente apareceu em Asteroid City (2023);
  • Wagner Moura, com a participação em produções como Elysium (2013), Narcos (2015);
  • Alice Braga, a atriz esteve em produções como Elysium (2013), assim como Wagner Moura, A Cabana (2017), O Esquadrão Suicida (2021), e muito mais;
  • Sônia Braga, pioneira, levou o nome do Brasil para várias produções internacionais. A atriz começou a se dedicar ao cinema internacional nos anos 80 e já conquistou indicações em prêmios como Emmy e BAFTA.

Besouro Azul é divertido, não compromete nada de antes e não projeta nenhum futuro para os heróis da DC. Sendo positivo e negativo. Vale a pena ir ao cinema?

Sempre defenderei, mas se você quiser esperar uns meses, logo estará no HBO Max. O gênero continuará percorrendo por um péssimo 2023, e ainda tem Aquaman no final do ano. No fim, a gente precisa mais de filmes como o da Barbie do que esses heróis genéricos.

Besouro Azul, 2023
Veredito: 3/5
Onde assistir: Nos cinemas
Duração: 2h 7m
Direção: Angel Manuel Soto
Agregador no Rotten Tomatoes: 77%
Avaliação IMDB: 6,8/10
Trailer

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