Band of Brothers foi ao ar 22 anos atrás, e recentemente entrou no catálogo da Netflix. Assim, as pessoas conheceram e revisitaram, com razão, a melhor, digo, A MELHOR PRODUÇÃO DA HBO. A série inspirada no livro de Stephen E. Ambrose ganhou prêmios e notoriedade muito pela sua excelência na produção, como todos os nomes que estavam envolvidos no projeto, por exemplo, Tom Hanks, na produção e na direção de alguns episódios.

O mais interessante é assistir hoje e perceber uma série de atores que na época eram meros desconhecidos e que hoje são grandes estrelas, como James McAvoy, Michael Fassbender, Damian Lewis, Tom Hardy e Simon Pegg. Ainda tem David Schwimmer que na época era uma superestrela, afinal estamos falando de um integrante da série que na época era a maior sensação, Friends, o Ross de Friends está na série.

Com um elenco de peso e com uma produção que tinha na dupla principal, Hanks e Spielberg, o resultado não poderia sair melhor. Surfando um pouco na onda do ‘Resgate do Soldado Ryan’, que foi um dos maiores sucessos em 1997, o tema, Segunda Guerra Mundial estava em alta na época. Não apenas nos filmes e séries, mas nos games como ‘Medal of Honor’ e os primeiros ‘Call of Duty’ e ‘Battlefield’.

Irmãos de Guerra (Band of Brothers) acompanha a história da “E” Easy Company, o 506º Regimento da 101ª Divisão Aerotransportada desde o treinamento inicial da equipe, em 1942, até o final da 2ª Guerra Mundial. Com um papel primordial para a resolução do conflito, eles foram uma das unidades de maior sucesso na história militar americana.

Com dez episódios contando de forma cronológica todas etapas que compõem a narrativa, seja no contexto histórico, seja nos personagens, todos os pontos são abordados, claro, que com um certo “exagero americano”, mas é natural, afinal, os Estados Unidos foram protagonistas no conflito e dentro de suas produções, colocam ali suas visões e méritos.

A série possui notáveis competências ao destacar de maneira precisa grandes eventos ocorridos na guerra. E falo “precisa” não somente pelas explicações de momentos vividos pela equipe de paraquedista Easy Company, mas sim pelo desenvolvimento artístico e cinematográfico dado à série.

Focada em sua primeira metade na apresentação dos personagens e na ação, a série ganha “vida”, de fato, a partir do 6º episódio, já que busca ilustrar o drama vivido pelos combatentes outrora satisfeitos pelo embate bélico. A escolha de personagens distintos e como a vida deles se transforma no ambiente é nitidamente galgada de sofrimento e muito drama, em especial o episódio 9, que clama por lágrimas e revolta dos mais fracos.

Contendo grandes momentos em suas batalhas que surpreendem pela sofisticação dada à violência, este é um exemplar digno de nota pelo todo, que jamais aponta um lado como certo ou errado, mas sim descreve como tal evento foi destruidor para as pessoas envolvidas direta e indiretamente.

Outro ponto que vale ressaltar, é que assim, como no livro, aliás, ele está aqui na estante, possui passagens narradas pelos próprios soldados, que envelhecidos pelo tempo e pela vida, relatam de forma sincera e honesta, o que deixa a série com um lado mais documental bem interessante. A cada episódio fica a sensação de mérito com um tom sombrio, afinal, apesar de ser uma história heróica, a guerra é sempre algo cruel.

O livro de Stephen E. Ambrose e derivados

O livro é bem bom também para quem se interessa pelo assunto, confesso que é bem difícil de achar, talvez agora, nem tanto. Mas o livro é para quem busca se aprofundar mais na história. Escrita pelo historiador Stephen E. Ambrose, ele escreveu diversos livros sobre a história norte-americana: a expedição de Lewis & Clark e a conquista do Oeste, a construção da estrada de ferro transcontinental e a Guerra de Secessão.

Mas foram os livros sobre a Segunda Guerra Mundial, especialmente ‘O Dia D’ e ‘Soldados Cidadãos’ (publicados pela Bertrand Brasil), que o transformaram num dos maiores nomes da historiografia contemporânea.

Em 2010, a HBO produziu um spin off , chamado The Pacific, que complementa a história, agora focada nas ilhas do Pacífico, conflito entre os Estados Unidos e o Japão. É bem interessante, mas é menos dinâmico, afinal, o conflito nas ilhas, eram menos extravagantes que na Europa, mas ele traz um tom de exaustão, o que é natural, depois de tantos anos de guerra, aqueles soldados estavam enfrentando o que depois saberíamos ser o fim definitivo da Segunda Guerra. É inferior a Band of Brothers, mas para quem gosta, vale a pena.

Irmãos de Guerra é uma das melhores séries sobre a Segunda Guerra Mundial. De um realismo a toda a prova que liga de forma extremamente inteligente os atores reais da ficção. Filmada com uma dinâmica que transforma cada episódio em quase documentário de cada batalha. E que bom que ela voltou aos holofotes.

Irmãos de Guerra (Band of Brothers) – 2001
Veredito: 5/5
Onde assistir: HBO Max e Netflix
Temporadas: 1
Criadores: Tom Hanks e Steven Spielberg
Agregador no Rotten Tomatoes: 97%
Avaliação IMDB: 9,4/10
Trailer

Confira mais textos do colunista: www.socialbauru.com.br/author/gabrielcandido/ 

Compartilhe!
  • Fallout

    Seguindo uma tendência atual, adaptações de jogos tem sido o grande destaque dos estúdios …
  • Eu vim de Bauru mas eu volto pra lá

    Eu estou voltando, confirmo sim, mesmo quando viajo para longe, quando estou a quatrocento…
  • Monstros do Cinema

    Nunca imaginei que Godzilla e Kong: O Novo Império seria o sucesso comercial e segue de lo…
Carregar mais em Colunistas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verifique também

Fallout

Seguindo uma tendência atual, adaptações de jogos tem sido o grande destaque dos estúdios …