O Corinthians joga hoje (20), às 21h30, na Copa Sul-Americana, contra o Sport Huancayo, do Peru. Já eliminado da competição e sem um treinador escolhido para substituir Vagner Mancini, demitido no último domingo, será uma partida para testar jogadores. 

Mas esse não é um texto para falar dos rumos do time brasileiro. Na verdade, é sobre um jogador que estará do outro lado. 

É o bauruense Ellinton Antonio Costa Morais, o ‘Liliu’, de 31 anos. No Sport Huancayo desde dezembro do ano passado, o atacante é o único jogador brasileiro na liga peruana.

Liliu chegou ao time peruano apostando no projeto do clube da cidade de Huancayo, distante quase 300 km da capital do Peru, Lima. Por conta da pandemia, atualmente mora na capital. 

Liliu é o artilheiro do Sport Huancayo na Sul-Americana (foto: Divulgação/Sport Huancayo)

Entretanto, fez a pré-temporada em Huancayo. “É uma cidade com uma grande altitude [3260m], o que dificultou minha adaptação de início. Depois, fui me ajustando”, conta Liliu. Hoje, ele tem 4 gols e uma assistência em 10 jogos.

Jogo contra o Corinthians

Esse será o segundo jogo dele contra o Corinthians na competição. No primeiro jogo, no dia 6 de maio, o time do bauruense sofreu uma derrota de 3×0. Ainda que o resultado tenha sido ruim, ficou a sensação de enfrentar um time de tradição no seu país.

Finalização no primeiro jogo contra o Corinthians (foto: Divulgação/Sport Huancayo)

“Foi uma experiência bacana. Apesar de um resultado ruim e uma atuação muito abaixo da nossa equipe, foi legal enfrentar não só jogadores de grande qualidade e seleção brasileira, mas também um time com tanta tradição”, comenta ele.

Naquele jogo no início deste mês, pela segunda rodada no Grupo E, o Corinthians ainda disputava uma vaga na fase seguinte. 

Agora, na quinta rodada e com os dois eliminados, o desejo do atacante bauruense é fazer um gol e quem sabe vencer a partida. “Desde o primeiro jogo eu já acreditava que poderíamos surpreender e talvez agora podemos ter uma chance maior se conseguir ter uma atuação perfeita. Sem dúvida, espero poder deixar meu gol e vencer a partida”, diz ele.

Liliu está no Peru desde dezembro de 2020 (foto: Divulgação/Sport Huancayo)

Depois do Corinthians, o time de Liliu enfrenta o líder do grupo, Peñarol-URU, para encerrar a participação na Copa Sul-Americana. A partida acontece na próxima quarta-feira (26), em Lima.

Artilharia contra o Messi?

Apesar de não ser conhecido no Brasil, Liliu já foi tema de uma reportagem no programa Esporte Espetacular, da Globo. Foi quando “disputou” a artilharia europeia com o Messi, em 2018.

Naquele ano, jogava no Nomme Kajiu, time da Estônia. Quando terminou o campeonato nacional do país europeu em dezembro de 2018, ele liderava o prêmio Chuteira de Ouro, à frente de jogadores como Lionel Messi, do Barcelona-ESP, Mohamed Salah, do Liverpool-ING, e Harry Kane, do Tottenham-ING.

Liliu é o artilheiro do Sport Huancayo na Sul-Americana (foto: Liisi Troska)

Entretanto, esses jogadores jogaram até maio de 2019. Além disso, o grande problema foi que o prêmio considera a dificuldade dos campeonatos. Ou seja, cada gol na Espanha – onde joga o Messi – tem peso 2. Na Estônia, do time de Liliu, o peso é 1. Em síntese, a cada gol do Messi, Liliu teria que fazer dois. 

Portanto, no final, ele não ficou no Top 10 da Chuteira de Ouro. Mesmo assim, em números absolutos, dá para dizer que ele ficou no pódio. Com seus 31 gols, ele perdeu apenas para Messi (34 gols) e Salah (32), e à frente de Harry Kane (30) e Ciro Immobile, da Sampdoria-ITA (29).

Liliu bauruense

Bauruense jogou em dez países (foto: Arquivo Pessoal)

Liliu nasceu em Bauru no dia 1º de março de 1990, mas foi ainda bebê para Agudos, onde a família da mãe dele mora. Por parte do pai, a família veio de circo. Aos 4 anos, se mudou para São Carlos, onde mora até hoje.

Com Bauru, fica a relação da cidade em que nasceu. “Sempre estou indo para Agudos e, às vezes, também visito Bauru, por ser minha cidade natal. Tento aproveitar um pouco para sair com meus primos por lá”, conta o jogador. 

Foi no período da infância que surgiu o apelido Liliu. “Veio da minha irmã que é um ano mais velha que eu. Ela se chama Elisie e uma tia de Agudos chamava ela de Lili, quando ela era pequena. Quando eu nasci e ela começou a falar, ela não conseguia falar meu nome, e deve ter pensando que se ela era Lili eu deveria ser Liliu, e aí ficou”, conta o atacante. 

A carreira no futebol começou aos 15 anos, em escolinhas de futebol em São Carlos. Logo após, foi ao Desportivo Brasil. De lá, aos 19 anos, foi jogar na Bélgica, no Westerlo. Depois, passou por Kuwait, Chipre, Malta, Israel, Estônia, Suécia e Finlândia, além de um tempo no CRB de Alagoas e agora no Peru.

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