Educadora em Bauru e grafiteira há seis anos, Mari Monteiro representa o Brasil no ‘Nosotras Estamos em La Calle’, em Lima, no Peru. O festival é uma plataforma artística da América Latina com objetivo de promover o encontro entre mulheres criadoras e, assim, celebrar a força feminina nas artes.

A edição de 2022 acontece de 4 a 8 de março, com atividades presenciais e virtuais, e terá a participação de dez países (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, México e Peru).

Artista de Bauru

Durante quatro dias, o evento apresenta obras de grafite, muralismo, artes cênicas, música urbana, fotografia e artes visuais.

A participação do festival tem o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Bauru, que vai cobrir despesas de viagem. Para complementar os custos, Mari busca o apoio por meio do pix: [email protected].

As pessoas podem ajudar com doações ou comprando telas, prints e camisetas da artista. Para conhecer mais o trabalho, confira o Instagram dela.

Representando o Brasil

Para Mari, a participação contribui para a formação dela enquanto “mulher, educadora e artista LGBTQIA+”, como ela enfatiza. “Esta troca de experiências é uma ponte para conhecer novas culturas, estilos de vidas, rever valores, aprender sobre respeito mútuo entre as diferentes nações do mundo e, consequentemente, aplicar em nosso país”.

Artista de Bauru

A artista de Bauru foi escolhida após uma análise do portfólio pela curadoria do festival. Ela comenta sobre o momento em que soube da escolha.

“Foi uma mistura de emoção, alegria e desespero (risos). Duas amigas haviam sido selecionadas para participar virtualmente, mas no meu e-mail não havia nada. Fiquei atualizando constantemente e, na hora que vi que chegou o e-mail falando que eu fui selecionada para o presencial, foi muita emoção”, comenta Mari, que será uma de três artistas brasileiras no evento.

“Ser uma das representantes do Brasil é uma honra e também uma grande responsabilidade. Não é estar representando somente a mim, mas estou representando todas as mulheres artistas urbanas. É surreal”, enfatiza.

Nosotras Estamos em La Calle

Traduzindo como ‘Nós Estamos na Rua’, o festival de cultura e expressão feminina ‘Nosotras Estamos em La Calle’ é uma iniciativa lançada em 2008, que acontece duas vezes por ano, ambas no Peru. Uma em Lima, em março, em celebração ao Dia Internacional da Mulher, e outra em Cusco, em junho.

Em mais de uma década de atividades, o evento já recebeu mulheres de 21 países do mundo, incluindo todos da América do Sul, além de Cuba, Estados Unidos, França, Suíça e Espanha.

O evento promove atividades presenciais e virtuais como pinturas mural e grafite, apresentações de música, poesia, performances de teatro e danças, oficinas para intercâmbio de conhecimento, exposições, projeções audiovisuais, intervenções cênicas e feira de exposição de trabalhos diversos.

A arte de Mari Monteiro

A arte sempre esteve presente na vida da Mari. “Quando era criança, a minha alegria era ficar comprando chiclete com figurinhas e ampliando esses desenhos em cartolinas”, relembra. Na faculdade, escolheu o curso de Artes Cênicas, momento que descobriu a força das expressões artísticas.

A mudança para as artes visuais foi em 2015, quando começou no grafite em projetos na Fundação CASA, após ser convidada por Gabriel Hune. “Na época, eu estava aprendendo a tatuar e ele falou que, como eu já desenhava, eu deveria começar a pintar, contou em entrevista ao Social Bauru.

Artista de Bauru

Em uma visita à Casa do Hip Hop, ela ficou encantada pelos grafiteiros, começou a fazer uns esboços e logo foi à rua para conseguir “levar vida para outros lugares”, como Mari pontua.

Desde então, participou da Semana do Hip Hop Bauru, III Festival PMW Street Graffiti e Meeting Of Styles Brasil, entrou em grupos de artistas como o Calligraffiti Brasil Crew e TODAS Brasil, e ministra oficina de introdução ao graffiti voltada para mulheres.

No último ano, passou a trabalhar com ‘calligraffiti’, uma mistura entre caligrafia, tipografia e grafite. “Nos meus trabalhos faço uma desconstrução das letras brincando com o imaginário das pessoas”, explica.

Ela já admirava o estilo, mas apenas há pouco tempo colocou em prática a técnica e já colhe os frutos do trabalho. Agora, está na expectativa de mostrar a potência da técnica em Lima. “Estou animada. Vou com o coração aberto para novas experiências, para trocas de conhecimento e poder me divertir a aprender com as artistas dos outros países”, finaliza.

Artista de Bauru

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