Continuação do filme de 2018, começa no exato momento após as consequências do fim de Vingadores: Ultimato. Com uma grande homenagem ao personagem e ao ator, o filme foca em apresentar novos personagens e cenários. A maior foi assertiva, porém, a história pesa em sua autorreferência prejudicando o andamento da narrativa.

A fase 4 da Marvel vem recheada de momentos que oscilam entre excelentes como WandaVision, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa e Cavaleiro da Lua. Dos questionáveis Shang-Chi e Eternos, com Doutor Estranho – no Multiverso da Loucura e Thor: Amor e Trovão que prometiam muito, e no fim, entregaram pouco além do esperado. Quer dizer que são ruins? Claro que não. Mas o desafio de inovar e com a quantidade de produções fica difícil manter um padrão coerente, desde o fim da fase 3, com o Ultimato.

A Marvel adicionou um novo player no mercado, o Disney Plus. O que para nós, é maravilhoso, um novo streaming com séries e exclusivos com tudo que o grupo Disney poderia oferecer.

De lá até hoje, já foram lançadas oito séries e sete filmes, sem contar que até o final do ano, vem um Especial de Natal Guardiões da Galáxia. Não é atoa que nos últimos meses, explodiu casos de funcionários denunciando tratamento abusivo do estúdio. Desencadeando uma crise entre os designs de VFX. Produções como Doutor Estranho, Shang-Chi e She-Hulk foram as mais afetadas.

E no meio desse cenário, de bilhões de investimentos, demanda gigantesca, um novo player no mercado, Pantera Negra teria o contexto perfeito para repetir o sucesso do primeiro filme. Até chegar uma das notícias mais tristes do entretenimento dos últimos anos. O falecimento do ator Chadwick Boseman, devido a um câncer de intestino, do qual ele tratava enquanto estava gravando as produções de Ultimato, da mesma Marvel.

Reestruturação no roteiro, implosão de demandas na Marvel, estreia nos cinemas Pantera Negra: Wakanda Para Sempre. Com excelentes ideias, novos personagens que serão importantes no futuro do MCU, mas ao mesmo tempo, existe um certo desgaste no formato.

Com a sinopse: Pantera Negra: Wakanda Para Sempre é a continuação do longa Pantera Negra, da Marvel, dirigido por Ryan Coogler e produzido por Kevin Feige. No filme, o mundo de Wakanda se expande. Após a morte do ator de T’Challa (Chadwick Boseman) o foco de Wakanda Para Sempre são os personagens em volta do Pantera Negra. Rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri (Letitia Wright), M’Baku (Winston Duke), Okoye (Danai Gurira) e as Dora Milage lutam para proteger a nação fragilizada de outros países após a morte de T’Challa. Enquanto o povo de Wakanda se esforça para continuar em frente neste novo capítulo, a família e amigos do falecido rei precisam se unir com a ajuda de Nakia (Lupita Nyong’o), integrante dos Cães de Guerra, e Everett Ross (Martin Freeman). Em meio a isso tudo, Wakanda ainda terá que aprender a conviver com a nação debaixo d’água, Atlantis, e seu rei Namor (Tenoch Huerta).

Sem entrar em spoilers, mas de longe, a adição do ator mexicano Tenoch Huerta foi um dos maiores acertos da Marvel a um bom tempo. Namor, assim como Erik Killmonger no primeiro filme, tem uma motivação coerente que te faz entender o seu lado e em certos momentos, você até se convence que ele tem uma certa razão.

Porém, dado um ponto do filme, ele vira uma chave e se torna um vilão padrão. Infelizmente, tudo no filme é feito de forma corrida, apesar de suas boas duas horas e quarenta minutos, falta tempo para explorar melhor, tudo que a história propõe.

Porém, algo que eu possa resumir, o filme é IMPACTANTE. Com homenagens e citações ao Chadwick Boseman do início ao fim, e sua irmã Shuri, que assume o protagonismo, cresceu ao longo do filme. Talvez exista uma base de fãs que possa torcer o nariz pela atriz Letitia Wright, afinal, durante as gravações, ela se cercou de polêmicas a respeito da condição da vacinação. A atriz durante as gravações
na pandemia, disse publicamente que não tomaria vacina e em certos momentos levantou discussões sobre a obrigatoriedade da vacinação. O que gerou atrazo nas gravações e uma situação indelicada dentro do estúdio, e hoje, ver a atriz como protagonista, pode deixar uma sensação ruim. Porém a atriz, Letitia Wright entrega tudo!

Ryan Coogler mantém sua direção no mesmo formato do primeiro, sem perder a identidade, mostra a sua capacidade de explorar cenários e culturas, sabe levantar uma discussão sobre identidade e povos. A introdução do povo do Namor é um dos pontos fortes do filme, a nova formatação do personagem com a mistura da cultura e dos povos latinos históricos foi uma das adições mais fortes da história.

Infelizmente, acredito que por obrigações do estúdio, tenha que inserir uma série de “protocolos” da Marvel, o que acabou deixando o filme inchado. Por exemplo e sem entrar em detalhes, mas toda a trama do Ross, nosso querido Martin Freeman, só está lá para preencher algo que no futuro iremos acompanhar (Thunderbolts, talvez), mas para o enredo, não soma em absolutamente nada.

A trilha se mantém incrível, com a adição de Rihanna e além disso, o destaque da trilha fica com nomes da música negra e latina. Entre eles estão Tems, Stormzy, Burna Boy, Fireboy DML, OG DAYV Ft. Future, CKay Ft. PinkPantheress, E-40. Há várias músicas em espanhol, uma clara referência ao personagem Namor.

Link da playlist: open.spotify.com

Considerações Finais

Se antes a representação africana era o foco, agora ela se divide com a representatividade latina, o que torna o universo do Pantera Negra gigantesco. Razão, emoção, força e coração porém com um roteiro burocrático, acredito que essa seja a definição perfeita da sensação que eu fiquei ao sair do cinema. Razão pelo propósito da história continuar em virtude de tudo. Emoção significado pelo legado do Chadwick Boseman e sua representatividade. Força personificada pelas motivações da Shuri e
Namor. Coração com a personagem Nakia da Lupita Nyong’o.

Todas essas características se completam, se nós perdemos o Rei T’Challa, ganhamos ele através de todos esses personagens que carregam seu legado, sua força e seu coração. E é assim que Wakanda se torna imortal, afinal, WAKANDA FOREVER.

Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, 2022.
Veredito: 4/5
Onde assistir: Nos cinemas
Duração: 2h 42min
Direção: Ryan Coogler
Agregador no Rotten Tomatoes: 84%
Trailer Youtube

Confira mais textos do colunista: www.socialbauru.com.br/author/gabrielcandido/ 

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