Após o fim da saga “numérica”, Star Wars Episódio IX – A Ascensão Skywalker (2019) encerra de maneira modesta (bem ruim para ser sincero) os filmes da saga. Dois anos após o fiasco do filme solo do Han Solo, parecia que Star Wars só tinha um único caminho para seguir, o formato de série na plataforma recém criada pela Disney, o Disney +.

A primeira série seria uma nova história completamente descolada dos filmes, assim nasceu, “Mandaloriano”, sucesso de público e crítica que já tem sua terceira temporada prevista para o início de 2023. Desde então, a plataforma de streaming lançou inúmeros conteúdos, entre eles, animações e algumas produções esperadas pelos fãs.

Dentre elas, a volta de Ewan Mcgregor como Obi-Wan Kenobi e uma história nova sobre Boba Fett. Dois fracassos de crítica, até que no meio disso tudo, é anunciado uma série que NINGUÉM PEDIU (sejamos francos). A série é sobre um personagem que apareceu no filme “Rogue One” de 2016. E que bom que ela veio.

Foto: Reprodução/Disney

Com a sinopse oficial: Andor é uma série de suspense e espionagem dentro do universo Star Wars. Acompanhado do andróide K-2S0 (Alan Tudyk), Cassian Andor (Diego Luna) embarca numa nova aventura, tendo como pano de fundo os primeiros dias da Rebelião contra o Império. A série se passa cinco anos antes dos eventos de Rogue One, onde Andor foi piloto e agente de inteligência da Aliança Rebelde, líder da Rogue One, unidade que, naquela ocasião, tentou roubar os planos da Estrela da Morte.

Entre os principais motivos que me fizeram pôr a mão no fogo por esta série, é o envolvimento de Dave Filoni, o cara que mais entende de Star Wars, depois do George Lucas. O que nós vemos nesta série, aparentemente sem muitas pretensões, é o surgimento que seria mais tarde, a aliança rebelde.

A série conta de forma nua e crua a maneira que o Império se construiu, através de trabalho escravo e por resultado, se tornou aquilo que a gente acompanha na série clássica.

Foto: Reprodução/Disney

Andor e suas influências do Star Wars original

Em um vídeo da série de documentários “Story of Science Fiction” dirigida por James Cameron, o diretor George Lucas comentou as influências sociais e políticas que a franquia Star Wars tem. Ele revelou que sempre teve interesse em questões sociais, e que imaginou algo como a guerra do Vietnã (1955 – 1975) quando criou a franquia, imaginando algo como um grupo de pessoas lutando contra o colonialismo, ditaduras e as organizações.

“Na verdade era sobre a guerra do Vietnã, e aquele foi o período em que Nixon estava tentando vencer uma segunda eleição, o que me fez pensar historicamente… como democracias se tornam ditaduras? Porque democracias não são derrubadas; elas são abandonadas.”

Não se deve esquecer, Sheev Palpatine, o ex-senador que virou imperador, a despeito de suas preferências religiosas, chegou à liderança galáctica de forma, digamos, legítima, dentro das normas da Velha República. Não houve nenhum golpe, nenhuma violação de ritual senatorial. Ele foi eleito chanceler. A ordem 66, que lançou os cavaleiros Jedi na ilegalidade, apenas abreviou o inevitável, a substituição de uma guarda republicana por uma força armada regular leal ao imperador.

Foto: Reprodução/Disney

Considerações

Andor é sobre o verdadeiro significado sobre lutar contra o sistema, pessoas simples que com um ideal e pequenas revoluções resultaram no movimento da Aliança Rebelde. Ver que o início de tudo aconteceu com pessoas relativamente normais torna todo o significado de Rogue One e da série original muito melhor. Andor é surpreendente, diferente de tudo que acompanhamos. Trazendo essa essência de
volta, da luta dos “menores” contra um sistema grande e forte (olha a Guerra do Vietnã aí…).

Sem sabres de luz, sem Jedi, e Sith. Apenas com pessoas e personagens normais, afinal toda revolução pode se iniciar com qualquer um. Se na série original, o “escolhido” muda o universo, aqui, com os pés no chão, mostra que toda revolução começa com um ideal, e ideais nunca morrem.

Andor, 2022
Veredito: 5/5
Onde assistir: Disney+
Número de episódios: 12
Produtores Executivos: Diego Luna, Tony Gilroy, Kathleen Kennedy, Sanne Wohlenberg, Toby Haynes, Michelle Rejwan
Agregador no Rotten Tomatoes: 96%
Trailer Youtube 

Confira mais textos do colunista: www.socialbauru.com.br/author/gabrielcandido/ 

Compartilhe!
  • Fallout

    Seguindo uma tendência atual, adaptações de jogos tem sido o grande destaque dos estúdios …
  • Eu vim de Bauru mas eu volto pra lá

    Eu estou voltando, confirmo sim, mesmo quando viajo para longe, quando estou a quatrocento…
  • Monstros do Cinema

    Nunca imaginei que Godzilla e Kong: O Novo Império seria o sucesso comercial e segue de lo…
Carregar mais em Colunistas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verifique também

Fallout

Seguindo uma tendência atual, adaptações de jogos tem sido o grande destaque dos estúdios …