Antes de se tornar o maior ídolo do basquete bauruense, nosso Alienígena (termo cunhado pelo jornalista e narrador Rafael Antônio) já tinha uma significativa trajetória com a bola laranja. Antes ainda de suas passagens por clubes do México e da Venezuela. Larry James Taylor Junior, o filho da dona Iris e pai do Josh, foi um dos maiores atletas da história da Missouri Western State University (MWSU).

A afirmação não é subjetiva. É oficial. Em agosto deste ano, Larry foi indicado para o Hall da Fama da universidade pela qual competiu durante duas temporadas (2001/2002 e 2002/2003). Estaria na parede da “classe de 2023” não fosse a impossibilidade de comparecer à cerimônia, que aconteceu no último dia 27 de outubro — enquanto ele estava aqui, após atuar na véspera pelo Novo Basquete Brasil, contra o Paulistano.

Não tem problema. Pelo hábito estadunidense, o ex-camisa 24 dos Griffons (apelido da “atlética” da MWSU) será eternizado entre os principais atletas da universidade no ano em que puder estar presencialmente no evento.

Larry atuando pela Missouri Western. Foto: Reprodução/New-Press Now

O reconhecimento, entretanto, está consumado. Não à toa. Larry coleciona feitos pela equipe. Os Griffons foram campeões de sua conferência, a MIAA (Mid-America Intercollegiate Athletics Association), em 2001/2002, quando ele recebeu uma menção honrosa por sua atuação. Na temporada seguinte, recebeu o prêmio de melhor defensor, foi escolhido o armador do segundo melhor quinteto e venceu o torneio pós-temporada. Depois disso, a MWSU não ergueu mais troféus no basquete masculino.

Larry acumula ainda o recorde em roubadas de bola (84 em 30 jogos) e em quantidade de partidas como titular (31) em uma temporada pelos Griffons. E é o quinto maior assistente da história da equipe, com 320 passes decisivos. Outro dado interessante: depois da passagem do Alienígena, há 20 anos, o time só se classificou para a divisão nacional (a NCAA) em duas oportunidades.


Larry (camisa 24) celebra com os colegas o título da pós-temporada da MIAA, em 2003. Foto: Arquivo pessoal/Tee Mason

Conteúdo exclusivo

Há dez anos, este colunista colheu depoimentos do treinador de Larry, Tom Smith, e de seus três melhores amigos no time (Tee Mason, Ty Moss e Cy Musser). Um material que acabei não publicando na ocasião e que revelo aqui nesta estreia no Social Bauru.

Um dos meus jogadores favoritos…

… e olha que eu fui treinador por 37 anos”, disse Tom Smith, que bancou sozinho o recrutamento de Larry. Quando foi a Chicago atrás de outro jogador, acabou levando o armador para um teste em Saint Joseph, cidade onde fica a MWSU. “Ele não jogou bem e meus assistentes não queriam oferecer a bolsa de estudos, mas gostei da atitude dele e banquei.” Coach Smith se lembrou de duas partidas marcantes de Larry, ambas contra grandes rivais — partidas que aqui chamamos de clássicos. Em 2002, comandou uma virada contra o Missouri Southern, marcando os 12 últimos pontos do time no jogo. No ano seguinte, anotou 22 pontos em vitória sobre o Northwest Missouri. Smith ficou orgulhoso do sucesso de seu pupilo no basquete profissional, inclusive com a disputa de uma Olimpíada no currículo, mas lembrou-se do que aconselhou à época. “Disse para ele se graduar primeiro. O basquete vai passar, mas ele tem um diploma.” Larry formou-se em Business Management (Administração, por aqui).

O parça

Tee Mason foi o companheiro de quarto de Larry na universidade e revelou um episódio digno de calouro. “No segundo dia no campus, ele perdeu o primeiro treino do time, porque a gente tinha ido a uma festa… Muitos anos depois, fui descobrir que havia sido a primeira vez que ele tinha bebido!” Mason lembrou que a timidez do amigo foi sendo quebrada aos poucos. “Nas festas, eu acho que o ajudei a sair da concha.”


Encontro de Tee e Larry, em uma das férias do Alienígena nos Estados Unidos. Foto: Arquivo pessoal/Tee Mason

O capeta em quadra

Ty Moss migrou da armação para a ala depois que Larry entrou no time. E tinha que marcá-lo nos treinos. “Eu me lembro de pensar que seria um longo ano… Ele corria que era o diabo!” Nos encontros que tiveram nos últimos anos, jogaram golfe.

Playstation! Playstation!

Cy Musser formava com Larry, Tee e Ty um quarteto inseparável. “Quando não estávamos na quadra, estávamos no videogame”, revelou. O jogo preferido era Madden, simulador de futebol americano — um dos esportes preferidos do Alienígena. Cy compartilha com os amigos a admiração pelo talento de LT. “Não havia o que ele não soubesse fazer na quadra, mas ele não fazia questão de parecer o melhor, apenas jogava. Uma vez, ele deu uma das enterradas mais bonitas que já vi e nem comemorou, apenas correu de volta para a defesa.”

A modéstia não impediu Larry de se divertir com o comentário da mãe, Iris, muitos anos depois, quando ela veio ao Brasil. Impressionada com o carinho recebido num passeio ao shopping, ela contou ao outro filho, quando voltou a Chicago: “Você não vai acreditar! Larry é tipo o Michael Jordan em Bauru!

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