“Palavras de Concreto Armado – Vozes Periféricas na Literatura”, é uma coletânea que reúne 20 escritores e escritoras e mais 6 artistas visuais, todos residentes nos bairros periféricos de Bauru.

Os participantes foram selecionados mediante edital de chamamento, com a proposta de valorização da diversidade cultural, bem como ampliar o acesso aos meios de produção de livros e a circulação da arte produzida nos quatro cantos da cidade.

A iniciativa é da Editora Mireveja e do Instituto Indisce (Instituto Nacional de Desenvolvimento e Integração Social, Cultural e Educacional) e foi contemplada pelo PEC (Programa Municipal de Estímulo à Cultura de Bauru-SP).

A pré-venda do livro teve início no dia 15 de agosto e reúne nomes da poesia, da prosa e das artes visuais. Com 148 páginas, o livro traz textos em prosa e poesia que chegam para dialogar com o mundo, marcar posição e ampliar a sua participação no universo editorial.

Diversidade da escrita

“O mais interessante deste livro é que, apesar de residirem em Bauru, interior do estado de São Paulo, muitas das narrativas trazidas pelos autores podem ser objeto de identificação para jovens adultos das periferias de todo o Brasil, mesmo com suas particularidades”, aponta João Correia Filho, fundador da Mireveja.

João ainda conta que o projeto nasce num contexto em que, ainda hoje, os livros publicados no Brasil são escritos majoritariamente por homens brancos, heterossexuais, de classe média e moradores das grandes cidades – e boa parte de seus personagens e narradores apresentam o mesmo perfil. O projeto ainda conta com a organização da dupla de produtores culturais Carolina Guerra e Tiago Rosa, com projeto gráfico do Coletivo Boitatá.

Carol Guerra afirma que é necessário pensar e desenvolver ações de valorização dos movimentos que os artistas independentes da cidade fazem. “É uma obra que valoriza a diversidade da escrita, incluindo autores experientes e iniciantes, bem como as expressões culturais e artísticas que estão presentes na periferia de Bauru, como o hip-hop e os saraus, como é o caso do Sarau do Viaduto, que já tem seu espaço consolidado na cidade”, destaca.

Tiago Rosa acrescenta que o projeto reflete uma cena muito forte que acontece fora do centro da cidade e que nem sempre é valorizada. “Temos nomes de destaque na música, por exemplo, que saíram daqui e ganharam reconhecimento nacional. É o caso do Coruja BC1 e de tantos outros. Faltava uma iniciativa que valorizasse a literatura produzida nas quebradas, e que isso virasse um livro”, diz Tiago.

Evento de lançamento

O evento de lançamento do livro “Palavras de Concreto Armado”, do projeto Vozes Periféricas na Literatura acontecerá no dia 04 de setembro, no Centro Cultural Carlos Fernandes Paiva, localizado na Avenida Nações Unidas, 8-9 (onde fica o Teatro Municipal), a partir das 15h.

Haverá sarau, performances e apresentações musicais dos autores do livro, como Santina, Ariane Souza (performance poética), Renato Bueno (Sarau do Viaduto), Mariana Lacava – Poexistindo Marginal (Subverso Slam), Dom Black, D. Gordão, Estrofe MC entre outros.

A coletânea “Palavras de Concreto Armado – Vozes Periféricas na Literatura”, está disponível para pré-venda com preço especial, de R$ 30,00 por R$ 20,00 (primeiros 200 exemplares) e estarão disponíveis para retirada ou envio a partir do dia 25 de agosto.

As compras podem ser feitas com exclusividade pelo site da editora Mireveja, com a possibilidade de retirada na editora ou no Sebo Clepsidra (Rua Treze de Maio, 12-48).

Conheça os autores e artistas visuais:

Sobre Carolina Guerra

Formada em Letras – Língua Portuguesa e cursa especialização em Produção Cultural. É professora de Língua Portuguesa desde 2013 e foi coordenadora e professora voluntária no cursinho popular Acesso Hip-Hop (2018/2019).

Sobre Tiago Rosa

Arquiteto, artista visual, produtor cultural e oficineiro, com trabalhos em arte educação, cultura popular e ancestralidade. É arquiteto e urbanista pela Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), com passagens pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), e também foi aluno intercambista na Universidad Católica del Norte, em Antofagasta, Chile.

Sobre a Editora Mireveja

A Mireveja é uma editora bauruense e tem se dedicado a projetos coletivos e inclusivos, valorizando temas e autores da região. Em 2020, lançou a coletânea “O vazio não está nem quando é silêncio – Vozes Femininas na Literatura”, que reuniu 21 escritoras da cidade. Em 2021, publicou “Palco de memória”, uma autobiografia do diretor Paulo Neves, que dedicou mais de 50 anos ao teatro, e o livro “Tempos de violência”, do historiador bauruense Edson Fernandes, que faz um resgate da história de Bauru a partir dos crimes e contravenções ocorridos na cidade entre 1903 e 1924.

As informações são da assessoria de comunicação: RPretas.

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