Diferentemente das duas últimas edições, que consagrou filmes como No Ritmo do Coração e Nomadland, que são incríveis, mas dentro de um parâmetro de comparação, acredito que ficam bem para trás os principais concorrentes do Oscar 2023.

Inclusive, muitos dos principais indicados já estão pintando nas plataformas de streamings, o que vale a pena mais ainda. E gostaria de indicar algumas opções que eu acompanhei e que valem a pena passar algumas horas com elas:

● Nada de Novo no Front, de Edward Berger

Conta a história do adolescente Paul que é convocado para atuar na linha de frente da Primeira Guerra Mundial. O jovem começa seu serviço militar de forma idealista e entusiasmada, mas logo é confrontado pela dura realidade do combate. Filme visceral que conta de forma intensa o cotidiano da Primeira Guerra, falamos sobre ele aqui na coluna. Está disponível na Netflix.

● Top Gun: Maverick, Joseph Kosinski

Filme que levou mais de 30 anos para sair e quando estava pronto não podia ser lançado nas salas de cinema, afinal, em 2020 estávamos em pandemia. Muito se fala que Top Gun: Maverick “salvou” o cinema. Com uma edição precisa e focado na imersão, se tornou o primeiro grande blockbuster a fazer sucesso na era pós-pandemia, com exceção aos filmes de heróis. Está no Paramount Plus e Globoplay.

● Os Fabelmans, Steven Spielberg

Filme quase biográfico sobre a vida do próprio Steven Spielberg, conta com uma leveza e mostra em detalhes o poder que as histórias podem transformar as vidas. O filme traz a relação conturbada com sua mãe, e as primeiras vezes que ele utilizou uma câmera.

Um filme longo, mas surpreendentemente bom. Emocionante e com um final poderoso. Spielberg relata sua própria vida, sem vaidades e de maneira inspiradora. Após assistir o filme, dá vontade de pegar uma câmera e sair filmando tudo pela frente. Ainda está nos cinemas, mas em breve deve pintar em algum streaming ou para alugar no Google Filmes.

● Elvis, Baz Luhrmann

Filme com uma identidade visual exagerada, turbulenta, mas cheia de energia com toques de genialidade. Paralelo perfeito com a vida e obra do próprio Elvis. Interpretado pelo Austin Butler, que traz as principais características do músico, mas sem cair no estereótipo. O que é muito difícil.

Apesar de eu ter minhas ressalvas sobre o roteiro, que no geral acaba se estendendo demais, que é um “erro” comum em filmes biográficos que tentam contar tudo em 2 horas e acabam resumindo demais alguns pontos importantes e com um Tom Hanks que quer o tempo todo roubar a cena. O filme é um presente para quem gosta e se interessa pela vida de um dos maiores artistas do último século. O filme está no HBO Max.

● Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo, Daniel Kwan e Daniel Scheinert

Meu filme favorito de 2022 e um dos grandes concorrentes para o Oscar de Melhor Filme deste ano. Falei bastante sobre ele aqui na coluna. O longa tem uma história original, cheia de camadas e referências sobre a vida e principalmente, sobre nós mesmos. Um filme que te diverte, te faz rir e te emociona. Torcendo demais. Dia 24/02 entrará no Prime Video.

Filmes que ainda não vi, mas quero ver

Até a publicação desta coluna, alguns filmes ainda passaram batido. Afinal, na semana passada, no feriado, troquei o sofá pelos perrengues carnavalescos. E alguns filmes ficaram para trás.

● Os Banshees de Inisherin, Martin McDonagh

Mesmo diretor de Três Anúncios Para Um Crime, conta a história que se passa na ilha fictícia de Inisherin, em 1923, durante a Guerra Civil Irlandesa. Pádraic (Colin Farrell) é um homem extremamente gentil cujo ser inteiro é abalado depois de experimentar a crueldade abrupta e casual de Colm (Breendan Gleeson), dois amigos de longa data cuja amizade é quebrada após o conflito surgir no país.

Pádraic, confuso e devastado, tenta reatar o relacionamento com o apoio de sua irmã Siobhan (Kerry Condon), que junto com Dominic (Barry Keoghan), filho do policial local, tem suas preocupações dentro da pequena ilha. Mas quando Colm lança um ultimato chocante para tornar suas intenções realidade, os eventos começam a se intensificar.

Muito se fala pelo destaque da atuação de Colin Farrell. O filme passou batido nos cinemas locais e vale esperar quando sair para alugar ou em algum catálogo de streaming.

● A Baleia, Darren Aronofsky

Um dos diretores mais autorais da atualidade, que possui em seu histórico filmes como: Mãe!, Cisne Negro, Réquiem para um Sonho e Fonte da Vida, voltou aos cinemas e junto com ele um antigo astro, que fez muito sucesso no final dos anos 90. Brendan Fraser de volta e está extremamente elogiado. Talvez em conjunto de Colin Farrell possam disputar o Oscar de Melhor Ator.

O filme traz a história de um professor de inglês e seu relacionamento fragilizado com sua filha, Ellie. Charlie (Brendan Fraser) é um professor de inglês recluso, que vive com obesidade severa e luta contra um transtorno de compulsão alimentar. Ele dá aulas online, mas sempre deixa a webcam desligada, com medo de sua aparência.

Embora viva sozinho, ele é cuidado pela sua amiga e enfermeira, Liz (Hong Chau). Mesmo assim, ele está sozinho, convivendo diariamente apenas com a culpa, por ter abandonado Ellie (Sadie Sink), sua filha hoje adolescente que ele deixou junto com a mãe Mary (Samantha Morton) ao se apaixonar por outra mulher. Agora, ele irá buscar se reconectar com a filha e reparar seus erros do passado. Pela previsão, o filme deve entrar em cartaz nesta semana nos cinemas bauruenses.

Minhas apostas

Apesar de não ter assistido tudo, tenho algumas opiniões sobre as principais categorias.

● Melhor Filme – Nada de Novo no Front (Apesar que gostaria muito que Tudo em Todo o Lugar ganhasse).

● Melhor Direção – Daniel Kwan & Daniel Scheinert – Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

● Melhor Ator – Brendan Fraser. Por tudo que vem se falando, deve levar.

● Melhor Atriz – Cate Blanchett. Ela está incrível, e realmente deve levar, mas Tár é chatíssimo.

*Melhor Filme Internacional – Mais uma vez, o Oscar de melhor filme estrangeiro deve pintar para o argentino “Argentina 1985”. Que é um filmaço! Conta a história real sobre a ditadura militar na Argentina que o Brasil não teve coragem de fazer. O que vale um texto e uma discussão só para isso. Aliás, também já falamos um pouco sobre o cinema argentino. Pode ser que a estatueta fique com o alemão Nada de Novo no Front. Que pode repetir o feito de Parasita.

Resta saber se o Oscar 2023 será surpreendente como o de 2019, quando premiou o Parasita ou será mais conservador como o do ano passado. O que importa é que temos boas opções tanto para quem gosta de um cinema mais pipocão e também boas opções para quem procura um cinema mais independente e autoral.

Confira mais textos do colunista: www.socialbauru.com.br/author/gabrielcandido/ 

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