Métodos contraceptivos vão muito além de camisinha e pílula anticoncepcional. Há diversas opções no mercado que são utilizadas por quem quer evitar uma gravidez e, no caso da camisinha, prevenir-se de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Por se tratar de saúde pública, o Sistema Único de Saúde (SUS) distribui e realiza gratuitamente os seguintes procedimentos:

  • Preservativos (camisinha feminina e masculina)
  • Anticoncepcional oral combinado (pílula)
  • Minipílula
  • Anticoncepcional de emergência (pílula do dia seguinte)
  • Anticoncepcional injetável mensal
  • Anticoncepcional injetável trimestral
  • DIU de cobre
  • Laqueadura
  • Vasectomia
  • SIU (conhecido como DIU hormonal)
  • Impante Subdérmico

Como conseguir os métodos contraceptivos

Qualquer bauruense pode ter acesso aos métodos contraceptivos oferecidos pelo SUS. A cidade conta com programas de planejamento familiar. Portanto, basta comparecer à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua casa para dar início ao acompanhamento médico.

Planejamento familiar começa na primeira visita à UBS

Entre tantas opções, somente um profissional pode auxiliar no processo de escolha do contraceptivo mais adequado. Assim, ele levará em consideração a idade, vida sexual, saúde, comportamentos e planos para o futuro. Tudo de forma individualizada.

De acordo com Mirian Mariano, médica ginecologista e obstetra que atende na rede privada e pública de Bauru, esse processo é conhecido como “planejamento familiar” e começa na primeira consulta à UBS.

“O planejamento familiar deve iniciar com consulta esclarecedora, exame ginecológico e exames que se fizerem necessários, como ultrassom e outros laboratoriais. Tudo para a escolha do método adequado, antes do início da atividade sexual”, afirma.

A falta desse planejamento, seja por fatores socioeconômicos ou não acesso à informação, pode acarretar em problemas de saúde física e emocionais, além de problemas sociais. É o que pontua a médica.

“As famílias que não possuem condições, ao engravidar sem planejar, podem desejar recorrer a abortamentos, doação ou mesmo o abandono”, informa

Qual é o melhor método?

Os métodos contraceptivos podem ser classificados entre reversíveis e irreversíveis. Dentre os reversíveis estão os de comportamento, de barreira, dispositivos intra-uterino, hormonal e de emergência. Já os irreversíveis são as cirurgias de esterilização, como laqueadura na mulher e vasectomia no homem.

Durante a consulta com um ginecologista, você descobrirá que não há método 100% eficiente ou “o melhor método”. Mas sim, o método mais indicado para cada um. Aqui, a eficiência dependerá do uso correto, mas Mirian relembra que “apenas o uso do preservativo deve ser sempre incentivado na intenção de prevenir doenças”.

Pensando nisso, confira abaixo os métodos disponibilizados pelo SUS de Bauru juntamente com a eficácia e os efeitos colaterais de cada um. Todas as informações foram retiradas do Manual de Planejamento Familiar (2007) da Organização Mundial de Saúde (OMS) e contam com a consultoria da Dra. Mirian Mariano.

PRESERVATIVO FEMININO E MASCULINO

O que é: os preservativos, ou “camisinhas”, além de evitarem gravidez indesejada, são os únicos métodos que previnem de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como HIV, Sífilis, Gonorreia, dentre outras.

Eficácia: 98%, se utilizada corretamente.

Efeitos colaterais: não há.

PÍLULA

O que é: também conhecida como anticoncepcional oral combinado (AOC), é a junção de dois hormônios sintéticos, normalmente progestógeno e estrógeno, que evitam a gravidez ao inibir a ovulação. Há o retorno da fertilidade imediatamente após abandono do uso.

Eficácia: de 92% a 99%, dependendo do uso correto da pessoa.

Efeitos colaterais: alterações nos padrões da menstruação; dores de cabeça; tontura; náusea; sensibilidade das mamas; alteração do peso; alterações de humor; acne (pode melhorar ou piorar, mas geralmente melhora).

MINIPÍLULA

O que é: segue o mesmo princípio da pílula, de inibir a ovulação, porém é composta apenas pelo progestógeno. Por conta disso, a minipílula pode ser utilizada por quem está amamentando ou por quem não utiliza métodos com estrógeno.

Eficácia: se empregada corretamente, pessoas que amamentam podem apresentar até 99% de contracepção. Para quem não é puérpera, a taxa varia entre 90% e 97%.

Efeitos colaterais: alterações nos padrões da menstruação; dores de cabeça; tontura; alterações no humor; sensibilidade dos seios; dor abdominal; náusea e outras possíveis alterações físicas.

PÍLULA DO DIA SEGUINTE

O que é: as pílulas anticoncepcionais de emergência são compostas por doses de estrógeno e progestógeno, ou só progestógeno. Elas atuam impedindo ou retardando a liberação de óvulos do ovário, portanto, não é um método abortivo.

São indicadas após coito desprotegido ou falha de algum método contraceptivo, como rompimento da camisinha. Por esses motivos, Mirian alerta que ela não deve ser empregada como método contraceptivo.

“É importante utilizar sempre que for necessário, mas que esse necessário não seja constante. Se for constante, ela [a pessoa] precisa rever o método e utilizar um método mais seguro e eficaz de contracepção”, explica.

Eficácia: Pode variar conforme a ingestão. Tem eficiência de até 90% quando usado imediatamente após a relação e chega a 50% quando ingerido depois de 72 horas.

Efeitos colaterais: alterações nos padrões de sangramento; sangramento mensal que começa antes ou depois do esperado; náusea; dor abdominal; fadiga; dores de cabeça; sensibilidade dos seios; tontura e vômitos.

INJETÁVEL MENSAL

O que é: anticoncepcional hormonal composto pela combinação de progestógeno e estrógeno. Deve ser aplicado a cada quatro semanas para manter eficácia e o retorno da fertilidade acontece aos poucos, cerca de um mês após a última injeção.

Eficácia: até 97%

Efeitos colaterais: alterações menstruais; ganho de peso; dores de cabeça; tontura; sensibilidade dos seios.

INJETÁVEL TRIMESTRAL

O que é: anticoncepcional injetável composto apenas por progesterona sintética. Indicado para puérperas e pessoas que não usam estrógeno. Atua impedindo a ovulação e deve ser aplicado a cada três meses. A volta da fertilidade se dá quatro meses depois da última injeção.

Eficácia: 97% se não houver esquecimento das doses.

Efeitos colaterais: sangramento irregular, sangramento prolongado ou ausência de menstruação; ganho de peso; dores de cabeça; tontura; desconforto estomacal; alterações no humor; diminuição da libido e perda de densidade óssea.

DIU DE COBRE

O que é: O dispositivo intrauterino (DIU) é uma pequena estrutura com forma da letra T implantada no útero. Ele causa uma leve inflamação no endométrio, tecido que reveste o útero, que dificulta a chegada do esperma ao óvulo.

Em Bauru, o DIU de cobre pode ser inserido durante o atendimento na Casa da Mulher. Para isso, é necessário o encaminhamento por parte do ginecologista responsável pelo planejamento familiar na UBS.

Eficácia: 99% em durante dez anos de uso.

Efeitos colaterais: ocorre sangramento mais longo e intenso e mais cólicas ou dor durante a menstruação, especialmente nos primeiros três a seis meses.

LAQUEADURA

O que é: cirurgia de esterilização feminina que envolve o corte ou bloqueio das trompas de falópio. Assim, os óvulos liberados pelo ovário são impedidos de encontrar os espermatozóides. É um método irreversível.

A lei federal de planejamento familiar (N° 9.263/96) dispõe das regras para a realização do procedimento cirúrgico, como a mulher ter mais de 25 anos e ter, no mínimo, dois filhos vivos. Para saber mais sobre, clique aqui.

Eficácia: Apesar de ser um dos métodos mais eficazes, apresenta um leve risco de falha de 1%, a depender do modo como as trompas foram bloqueadas.

Efeitos colaterais: nenhum.

VASECTOMIA

O que é: cirurgia de esterilização realizada no corpo masculino em que há o corte ou bloqueio do tubo em que passam os espermatozóides.

Eficácia: 97% após três meses da cirurgia.

Efeitos colaterais: não há.

Programa de Inserção Gratuita de Contraceptivos Reversíveis

Além dessas possibilidades, Bauru conta com o Programa de Inserção Gratuita de Contraceptivos Reversíveis, que realiza a aplicação do  Sistema Intrauterino com Levonorgestrel (SIU) ou a inserção de Impante Subdérmico para a população vulnerável.

Se encaixa nesse público as pessoas em situação de rua, cidadãos dependentes de substâncias psicoativas e pessoas soropositivas para HIV. Além delas, adolescentes com transtorno psiquiátrico.

O SIU é implantado no útero, assim como o DIU de cobre, porém solta doses de hormônios para impedir a fecundação. Já o Implante Subdérmico consiste em um pequeno bastão inserido no braço da paciente que libera doses de progesterona por até três anos.

A partir de fevereiro de 2022, a inserção do método também poderá ser feita pela Maternidade Santa Isabel (MSI) em mulheres em situação de vulnerabilidade que derem à luz na unidade. Aqui, além do público mencionado pelo programa acima, há o acréscimo de pessoas  em situação de vulnerabilidade socioeconômica, vítimas de violência doméstica e privadas de liberdade.

Consultoria: Mirian Mariano Costa Cenci Pacheco de Carvalho, CRM: 83.404, TEGO: 198/08

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