Se você é assinante da poderosa Netflix provavelmente você já se deparou com algumas das obras do diretor norte americano Mike Flanagan. De adaptações que vão de Stephen King até Edgar Allan Poe, de filmes à séries, ele vem se destacando pela quantidade de produções e principalmente pela qualidade existente em cada uma delas. E para comemorar a semana de Halloween, vamos citar algumas de suas criações, seja no cinema ou nas séries.

Mike Flanagan é um diretor, roteirista e produtor norte-americano, conhecido por trabalhar em filmes e séries de terror. Formado em Mídia Eletrônica e Cinema, com especialização em teatro, algumas de suas obras são Absentia (2011) e Ouija: Origin of Evil (2016), além de ter criado, produzido e atuado como showrunner na série antológica The Hauting que inclui A Maldição da Residência Hill (2018), A Maldição de Bly Manor (2020).

Em 2021 ele participou da produção da série da Netflix, Missa da Meia-Noite e no ano seguinte produziu a série O Clube da Meia-Noite. Seu trabalho mais recente é A Queda da Casa de Usher, com a participação de Carla Gugino e Bruce Greenwood.

De todas as suas adaptações, Mike Flanagan sempre coloca um olhar sobre seus protagonistas, da melancolia até a exaltação. Se torna uma característica muito interessante, colocar o suspense como plano de fundo para contar uma história sobre pessoas. E até aqui, pode-se dizer que ele vem conseguindo colecionar sucessos. 

Suas narrativas inserem os personagens em ambientes e situações desafiadoras, mas que sempre no final, se ajustam ao conteúdo e ao mistério. O fato dele ter sua “panela” ajuda bastante. Você vai reparar que são sempre os mesmos rostos em todas as suas adaptações. Essa fórmula funciona muito bem no ambiente de séries, no cinema, nem tanto…

No cinema

Apesar de ser famoso pelas suas séries da Netflix, Flanagan possui uma linha de filmes que são até bacanas, mas nem se comparam ao sucesso no formato de séries. Alguns filmes dirigidos que valem a pena a nossa atenção:

  • Hush: A Morte Ouve, 2016

A escritora Maddie Toung vive uma vida isolada desde que perdeu sua audição quando era adolescente, se colando em um mundo de total silêncio. Porém, quando um rosto mascarado de um assassino psicótico aparece em sua janela, Maddie precisa ir além dos seus limites físicos e mentais para conseguir sobreviver.

Não está em nenhum catálogo de streaming hoje no Brasil.

  • Jogo Perigoso, 2017

Adaptação do livro de Stephen King, um casal tenta apimentar a relação passando uma noite em sua remota casa no lago. Quando Jessie acidentalmente mata o marido durante uma brincadeira sexual, estando algemada à cama e sem esperança de resgate, ela logo começa a delirar…

É legal, mas um pouco previsível, não li o livro, mas parece ser bem mais complexo. No catálogo da Netflix.

  • Doutor Sono, 2019

Na infância, Danny Torrance sobreviveu a uma tentativa de homicídio por parte do pai, um escritor perturbado pelos espíritos malignos do Hotel Overlook. Já adulto, traumatizado e alcoólatra. Danny se estabelece em uma pequena cidade, onde consegue um emprego no hospital local. Sua paz, porém, está com os dias contados a partir de quando cria um vínculo telepático com Abra, uma menina com poderes tão fortes quanto aqueles que ele bloqueia dentro de si.

Aqui, o ingrato trabalho por tentar adaptar a continuação de “O Iluminado”, também de Stephen King, mas neste caso com um agravante, o filme original é dirigido por ninguém mais, ninguém menos que Stanley Kubrick. O filme é bacana, Ewan McGregor está nele, mas é b dispensável. Na HBO Max.

Nas séries

Agora sim, quando eu comentei no começo do texto que você provavelmente foi impactado por algum exemplo aqui, isso é causado pela quantidade de produções no acervo da Netflix, e tem muita coisa boa aí. E vou colocar só os mais interessantes, e para você que está procurando histórias de “terror” mais complexas, segue abaixo alguns bons exemplos:

*Aliás, se você procura algo para te ajudar a acompanhar e organizar suas séries favoritas, falamos aqui sobre isso.

  • Missa da Meia-Noite, 2021

Na trama, uma ilha no litoral dos Estados Unidos começa a receber “bênçãos” curiosas de um novo padre, que chegou para substituir o que moravam ali. No entanto, o que parece ser uma dádiva divina logo se prova uma corrosiva e diabólica maldição, que rompe as relações entre amigos e familiares e volta pessoas de um povo pacato umas contra as outras.

Apesar de ser em uma ilha, a história traz uma sensação claustrofóbica, onde os personagens parecem isolados o tempo todo que resulta em ótimos momentos de suspense. Discussões sobre religião e fé são o ponto forte da história.

  • A Maldição da Mansão Bly, 2020

Partindo da história de Dani Clayton, uma mulher contratada para servir como au pair de duas crianças em uma mansão isolada na Inglaterra, a série logo nos mostra os mistérios e segredos escondidos na lendária Mansão Bly, bem como todos os corações partidos que transformaram da tragédia a sua própria morada.

Adaptação do livro “A Volta do Parafuso”, assim como várias obras de Henry James, o segundo ano de suas histórias foca no fim de tudo sobre o amor. Da tragédia até o mais puro sentimento.

  • A Queda da Casa de Usher, 2023

A série usa como base o conto homônimo de Edgar Allan Poe para narrar a história de ascensão e queda de uma rica família norte-americana, que saiu do nada para a fortuna graças à indústria farmacêutica. A série tem sido bem falada tanto por conta de seu conteúdo grotesco quanto pelo elenco, que se destaca por nomes como Kate Siegel, Rahul Kohli, Mark Hamill e Willa Fitzgerald.

A mais recente do catálogo, inclusive, deve estar entre os destaques até a publicação deste texto. Pelos críticos, foi a série mais bem avaliada, mas tenho minhas ressalvas. Aqui é o auge da maturidade de seus textos e interpretações. Mas é claro, adaptar qualquer conto de Edgar Allan Poe transforma em algo grande. Acabei de acabar, vale muito a pena.

  • A Maldição da Residência Hill, 2018

Discutindo luto, perda e o peso do passado se materializando no presente, a série arrancou elogios da crítica especializada por sua mescla perfeita entre o horror e o drama familiar, com atuações aclamadas por parte de seu elenco, com destaque para Victoria Pedretti, Oliver Jackson-Cohen e Kate Siegel. É uma obra imperdível para fãs do gênero.

Me pegou de surpresa em 2018 e até hoje nunca mais consegui entregar algo tão completo e complexo como esta série. É assustadora, mas na medida certa, tem história e um dos plot twist mais chocantes que já tive em muito tempo, se eu não me engano foi no episódio 5, me lembro de ter terminado o episódio em choque. A série tem 93% de aprovação dos críticos no Rotten Tomatoes e pra mim, até hoje ele não conseguiu chegar neste mesmo nível.

  • O Clube da Meia-Noite, 2022)

Horrível! Pode pular.

Entre altos e baixos, Mike Flanagan é sem dúvida uma nova sensação das adaptações de obras de terror. Sabe contar uma boa história com suspense e reviravoltas bem interessantes. Se você estiver na Netflix caçando o que assistir, tem bastante coisa interessante aí. Pra quem não viu, dê uma chance, vale a pena!

Aqui na coluna também já falamos de outros cineastas que valem a nossa atenção:

Tarantino: Link

Tim Burton: Link

Scorsese: Link

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